18/05/2016

Capes recebe Seminário de Excelência Brasil-Suécia

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) recebe nesta terça e quarta-feira, 17 e 18, cerca de 200 pesquisadores suecos e brasileiros, agências de fomento e representantes do governo, juntamente com gestores das universidades para discutir temas relacionados com a investigação, a internacionalização e colaboração relevantes para a Suécia e o Brasil. Trata-se do Seminário de Excelência Brasil-Suécia.

O encontro é organizado pelo Swedish Academic Collaboration Forum (SACF), em colaboração com a Capes, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Educação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O SACF é formado por seis universidades suecas líderes de pesquisa, que se uniram para realizar seminários sobre educação superior em um grupo selecionado de países. Entre 2014 e 2016, serão realizados seminários na China, Indonésia, Singapura e República da Coreia, com uma reunião final, realizada em Estocolmo, na Suécia.

Brasil
Durante a abertura do evento, o presidente da Capes, Carlos Nobre, disse que o Brasil está progredindo muito rapidamente no campo da ciência e da pós-graduação, “mas ainda precisamos avançar no número de doutores em relação à população para chegarmos no patamar de sociedade do conhecimento”, explicou.

Nobre lembrou da iniciativa do Ciência sem Fronteiras (CsF), que concedeu mais de 100 mil bolsas de estudos ao exterior. “Trata-se de uma verdadeira experiência sociológica para o Brasil e tem mostrado resultados impressionantes. O programa conseguiu atingir os menos privilegiados, os indicadores mostram que mais de 50% dos bolsistas eram de famílias de baixa renda”.

Pelo CsF, 547 estudantes brasileiros foram estudar na Suécia. “Esperamos aumentar esse número como consequência desse encontro. Hoje, o Brasil é o 13º país no ranking da produção científica e queremos atrair mais pesquisadores para continuar o processo de internacionalização da nossa educação superior. Hoje já temos alguns programas de pós-graduação com aulas em inglês”, lembrou Nobre.

Inovação no DNA
O Embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, destacou a presença de cientistas suecos no evento. “Temos uma delegação proeminente, com mais de 100 pesquisadores de ponta da Suécia. E o mesmo podemos dizer do lado brasileiro. Esperamos que seja o espaço de criar redes e compartilhar ideias”, afirmou.

Segundo o embaixador, a inovação está no ‘DNA da Suécia’. “Não há uma explicação simples para o sucesso da inovação em nosso país, mas entre as razões possíveis estão o fato da sociedade sueca ser aberta ao diálogo e a diferentes culturas, com uma educação livre”, explica.

Para Hjelmborn, isso não significa que o país não tenha o que aprender com o Brasil, que o embaixador chama de ‘força continental’. “As relações entre os dois países é excelente: renovamos recentemente uma série de acordos de cooperação e hoje existem mais de 200 empresas suecas atuando no Brasil”, concluiu.

Cooperação
O presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, aproveitou a ocasião para lembrar de um seminário que ajudou a organizar entre Suécia e Brasil sobre nanotecnologia há 40 anos. “A história de cooperação científica entre os dois países é longa. Devemos nos empenhar agora para que as relações pessoais entre grupos de cientistas sejam institucionalizadas para que a cooperação chegue a outro patamar”, ressaltou.

Chaimovich lembrou alguns números significativos do intercâmbio científico entre os dois países. “A cooperação Brasil-Suécia significa 11% das publicações, mas o impacto das publicações conjuntas é 30% mais alta do que os artigos realizados somente por pesquisadores suecos. Quando duas culturas pensam juntas sobre um mesmo problema, a capacidade de se apresentar soluções se multiplica. Em 2015 tivemos mais de 600 artigos conjuntos, a cooperação está crescendo e em diferentes áreas”, relembrou.

A chefe da delegação sueca e reitora da Universidade de Linköping, Helen Dannetun, apresentou números e dados sobre a inovação da Suécia. O país investe cerca de US$ 8 bilhões em educação, cerca de 1,9% do PIB. Existem 48 instituições de ensino superior na Suécia e 11 delas estão entre as 500 melhores do mundo, de acordo com o ranking de Xangai.

Entre os temas debatidos nos dois dias de evento estão educação inclusiva, nanotecnologia e desenvolvimento sustentável. Além do encontro na Capes, haverá também oficinas e seminários suplementares em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas, Belém e São Paulo. Saiba mais sobre o encontro.

(Pedro Arcanjo) - CAPES (17.05.2016)

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