14/12/2016

O perfil pressórico de praticantes de musculação

O perfil pressórico de praticantes de musculação

Bruno dos Santos Silva, Caio Henrique Ferrari, Franciele de Azevedo Santos, Silvana Santana Silva Ribeiro, Kátia Denise da Silva
Y. E. HAYEK.¹; B. S. SANTOS², C. H. FERRARI², F. A. SANTOS², K. D. da SILVA², S. S. S. RIBEIRO².
¹ Mestre em Medicina pela Universidade de Santo Amaro, São Paulo – SP – Brasil; docente do curso de Educação Física no Centro Universitário Ítalo Brasileiro, São Paulo - SP - Brasil (UniÍtalo).
² Graduados do curso de Educação Física no Centro Universitário Ítalo Brasileiro – São Paulo – SP – Brasil (UniÍtalo).
E-mail: yasmin@uniitalo.edu.br

RESUMO

Este artigo é o resultado de uma pesquisa de campo e bibliográfica com objetivo de analisar o perfil da pressão arterial de praticantes de musculação antes, durante e pós-treino. O presente estudo analisou o perfil pressórico de 15 indivíduos em uma academia da zona Sul de São Paulo durante o seu ciclo de treinamento, Obtendo um resultado positivo na redução da pressão arterial após o treino. Com isso, conclui-se que a musculação e/ou exercício resistido é uma ótima ferramenta que auxilia e ajuda tanto no controle quanto na redução da pressão arterial, na prevenção das doenças cardiovasculares e na melhoria da qualidade de vida além de trazer benefícios positivos na pressão sistólica desses indivíduos quando bem orientado por um profissional qualificado.
Palavras Chaves: Exercício Resistido, Pressão Arterial, Treino.

ABSTRACT

This article is the result of a field and bibliographical research aimed at analyzing the blood pressure profile of bodybuilders before, during and after training. The present study analyzed the pressure profile of 15 individuals at a gymnasium in the southern area of São Paulo during their training cycle, achieving a positive result in reducing blood pressure after training. With this, it is concluded that resistance training or exercise is a great tool that assists and helps in controlling, reducing blood pressure, preventing cardiovascular diseases and improving the quality of life, as well as bringing positive benefits in the Systolic pressure of these individuals when well guided by a qualified professional.


Key Words: Resisted Exercise, Blood Pressure, Training.

 

INTRODUÇÃO

Pressão Arterial é a pressão exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos sanguíneos, determinando o volume de sangue que é bombeado pelo coração. O músculo cardíaco pode sofrer várias alterações tanto pela consistência de sangue, quanto pelo volume que percorre todo o corpo humano, sendo classificada em dois valores que se correspondem à máxima (sistólica) que ocorre no bombeamento do sangue pelo coração e mínima (diastólica) que é o relaxamento do coração após o bombeamento do sangue. É de suma importância ressaltar que na pressão arterial existe um equilíbrio entre hipotensão que é pressão baixa durante um período de tempo longo abaixo de 120/80 mmHg e hipertensão que é pressão alta acima de 140/90 mmHg. A medida usual de pressão arterial média é de 120/80 mmHg. (GUYTON, 1988).
Existem várias causas que contribuem com a hipotensão como, por exemplo, mudanças rápidas de posição que acaba provocando a diminuição do oxigênio no cérebro, o calor que faz com que as artérias se dilatem facilitando a circulação sanguínea e a diminuição da pressão. Já a hipertensão tem como fatores de alteração a obesidade, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol e a falta de exercício físico. Por tanto o problema desta pesquisa é: como a pratica de exercício resistido pode influenciar na pressão arterial dos indivíduos que praticam musculação em repouso, durante e pós-exercício? (DANTAS, 2016).
Segundo Mcardle, Katch Frank e Katch Victor (1998), para manter e restaurar a força da musculatura como também a preservação da massa magra, os exercícios resistidos fazem parte de um programa de reabilitação cardíaca. Por ter uma resposta maior da pressão arterial o treinamento deve envolver 30% a 50% da força muscular dinâmica. Alguns anos atrás os exercícios físicos não eram recomendados para pessoas com pressão arterial desregulada, problemas cardíacos e outros males devido à falta de melhoria para os praticantes. Hoje já é comprovado através de estudos e avanços da medicina que o exercício resistido contribui e auxilia na qualidade de vida desses indivíduos, pois vivem ativos em suas tarefas diárias, e em suas atividades físicas.
O presente estudo vem analisar o perfil pressórico de praticantes de musculação ou exercício resistido, e para a validade desse estudo realizou-se a pesquisa de campo: o monitoramento da pressão arterial sistólica (PAS), pressão
arterial diastólica (PAD) antes, durante e após o treino, nos praticantes de musculação.

PRESSÃO ARTERIAL

Pressão arterial é uma pressão exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos sanguíneos, determinando o volume de sangue que é bombeado pelo músculo cardíaco, chamado coração, a mesma pode sofrer várias alterações pela variação do volume e pela consistência do sangue. Também são fatores que alteram a pressão arterial, a frequência cardíaca e a elasticidade dos vasos sanguíneos, fatores que mudam em cada indivíduo. Tudo ocorre dentro de um sistema “fechado” de circulação, que garante que a pressão exercida com as batidas do coração o sangue não sofra alteração durante toda a circulação no seu corpo. Esse ritmo geralmente está entre 60 e 80 batimentos por minuto, o que garante que todo o seu organismo receba a quantidade adequada de sangue para funcionar corretamente. (SBH, 2016; WILMORE, COSTILL, KENNEY, 2010).
A medição da pressão arterial é realizada através de uma leitura do mmHg, termo que define os milímetros de mercúrio. A medição busca identificar dois valores, que são correspondentes à pressão arterial máxima que ocorre no momento do bombeamento do sangue pelo coração e a pressão arterial mínima que é valor correspondente ao relaxamento do coração após o bombeamento do sangue. A pressão máxima de cada pulso é a sistólica que corresponde 120 milímetros de mercúrio e no seu ponto baixo é diastólica que corresponde a 80milimetros de mercúrio. (GUYTON; HALL, 2008; SBH, 2016).
A pressão arterial consiste em uma relação de equilíbrio entre medições mínimas e máximas, que podem ser denominadas hipotensão e hipertensão. Segundo Guyton, (1988, p.243), “O método usual para a expressão dessas pressões é 120/80mmHg. A pressão arterial média, que é o valor médio da pressão, durante todo o ciclo cardíaco é a pressão que determina a intensidade media do fluxo sanguíneo pelos vasos sistêmicos”.
A hipotensão, geralmente denominada por pressão arterial baixa, consiste em possuir a sua pressão arterial abaixo dos valores ditos como normais (120/80mmhg) durante um período de tempo longo. Devido a estes descontroles os indivíduos podem sentir alguns sintomas como: tonturas, distúrbios de concentração e
cansaço. A pressão arterial baixa pode afetar o desempenho mental e não é classificada como doença, diferente da hipertensão a mesma não acarretará a outras doenças. Os valores que correspondem à pressão arterial baixa em mulheres são inferiores a 100/60 milímetros de mercúrio e nos homens são inferiores a 110/70 milímetros de mercúrio, no entanto o aparecimento destes sintomas com estes valores depende de cada pessoa. (OMS, 2016).
As causas que contribuem com a hipotensão são várias, como por exemplo, mudanças rápidas de posição provocando a diminuição de oxigênio no cérebro, o calor que faz com que as artérias se dilatem facilitando a circulação sanguínea e a diminuição da pressão, choques, envenenamentos, reações alérgicas, desidratações dentre outros fatores. (OMS, 2016; DANTAS, 2016).
A Hipertensão arterial é o mesmo que pressão alta, ou seja, acima do normal. Quando a medição arterial está acima de 140x90 mmHg (milímetros de mercúrio) em adultos com mais de 18 anos. Porém só é considerada doença quando esses valores não são derivados de atividades físicas, nervosismos, stress e outros fatores externos. (SABA, 2008). São vários os fatores que alteram a pressão arterial no ser humano como, por exemplo: o fumo, o consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol, falta de atividade física, além desses fatores de risco a incidência é maior na raça negra, aumenta com a idade, e é maior entre homens até 50 anos, e maior entre mulheres acima de 50 anos, e em diabéticos aumenta, ou seja, de natureza multifatorial. (FUNCHAL, 2004).
A pressão arterial durante o exercício eleva-se dependendo do tipo de exercício, intensidade, duração, repetições e carga utilizada, e isso ocorre porque a musculatura envolvida esta se contrariando e com isso os vasos arteriais periféricos são comprimidos pela força exercida através do exercício. Segundo Mcardle, Katch Frank e Katch Victor, (2011, p.327) “o fluxo sanguíneo sofre uma redução que é proporcional ao percentual da capacidade de força máxima exercida na tentativa de restaurar o fluxo sanguíneo muscular, ocorre um aumento substancial na atividade do sistema nervoso simpático, no debito cardíaco e na pressão arterial media.” Contudo, devemos observar que, a intensidade e a musculatura envolvida no exercício são itens que determinam a elevação da pressão arterial durante o exercício.
Após os exercícios de resistência e aeróbio ocorre em qualquer individuo uma hipotensão que significa uma baixa na pressão arterial após completar uma sessão de exercício submáximo e por conta da vaso dilatação periférica. A pressão baixa após os exercícios poder dura até 12 horas. Segundo Mcardle, Katch Frank e Katch Victor (2011, p.329). “Uma explicação para a hipotensão pós-exercício propõe que uma quantidade significativa de sangue permanece estagnada nos órgão viscerais e/ou nos leitos vasculares do músculo esquelético durante a recuperação”. Essa estagnação venosa diminui a quantidade de sangue que percorre o corpo dificultando o preenchimento das artérias e consequentemente levando a queda da pressão arterial sistêmica.

Treinamento Resistido

O termo exercício resistido é utilizado para designar o treinamento com peso, fazendo assim o seu efeito mais evidente, que é o aumento da musculatura, ou seja, a hipertrofia. No treinamento resistido existem duas fases importantes, a fase concêntrica (contração da musculatura) e fase excêntrica (relaxamento da musculatura), ambas são de muita importância, entretanto o músculo tem o seu crescimento máximo na fase negativa ou excêntrica do movimento em comparação à concêntrica. (RAMALHO, JUNIOR, 2016).
O treinamento resistido é efetuado a partir da utilização dos seguintes elementos; séries, repetições, sessão de treinamento, músculos a serem estimulados, carga a ser utilizada, tempo de descanso entre as séries executadas e volume de treinamento que é a soma total de número de repetições realizadas durante uma sessão de treinamento multiplicado pela resistência aplicada. Exemplo 4 séries de 8 a 12 repetições; lembrando que não é uma regra, cada indivíduo tem o seu treino pré-estabelecido e isso depende do seu objetivo, (KRAMER, 2016). Do ponto de vista funcional o exercício resistido desenvolve qualidade de aptidão física, constituindo uma das mais completas formas de preparação. Uma das características mais marcantes do exercício resistido é a facilidade que podem ser adaptadas às condições físicas individuais, possibilitando o treinamento para qualquer tipo de indivíduo, pois não há movimentos rápidos e bruscos apresentando baixo risco de lesão traumática. Através da prática de musculação podemos destacar os seguintes benefícios; fisiológicos, psicológicos, manutenção da pressão
arterial, controle dos níveis de glicose, aumento de capacidade aeróbia, melhoria de flexibilidade, equilíbrio, redução na ansiedade e diminuição do risco de depressão. Atualmente o treinamento resistido é bem visto e existem muitos adeptos em todo o mundo, muitos buscam a prática para o controle de doenças, evitar lesões em esportes, fortalecimento muscular, reabilitação pós-trauma e por questões estéticas; o treinamento resistido bem elaborado e acompanhado de um profissional é altamente recomendado para a população que necessita de melhorias na qualidade de vida ou buscam melhorar a aptidão física, (MACIEL, 2016).

As Respostas Cardiovasculares do Treinamento de Força

Já é observado que o treinamento de exercício resistido contribui significativamente na prevenção e melhoria de algumas doenças e que são indicados a qualquer pessoa desde que seja bem orientado. Com este tipo de treinamento pode se afirmar que há uma série de adaptações cardiovasculares proporcionadas pelo treinamento resistido e são determinados pelo tipo, intensidade, número de séries e duração do exercício. Essas adaptações cardiovasculares ocorrem quando o corpo é exigido neste tipo de atividade porque durante o treinamento um volume relativamente baixo de sangue deve ser bombeado com certa pressão resultando em várias adaptações ao organismo. A pressão arterial sistólica (PAS) durante o treinamento de força leva a aumento do duplo produto (DP), outros importantes indicadores de estresse cardíaco é a massa muscular envolvida, respiração e número de séries executadas. Portanto, quanto maior for o esforço em relação às repetições e séries de treinamento de força mais será exigida a frequência cardíaca e a pressão arterial que irão se elevar. (FLECK, KRAMER, 2008, UCHIDA et al; 2008).

Adaptações Geradas ao Músculo Cardíaco

Indivíduos que praticam treinamento resistido por questões de adaptação ao treinamento sofrem um processo no coração chamado hipertrofia do músculo cardíaco, devido ao treinamento de força o coração se adapta a uma série de eventualidades que ocorrem durante o treino e isso acontece devido às alterações hemodinâmicas que modificam as condições de sobrecarga cardíaca durante as
sessões de treinamento. O músculo cardíaco pode adaptar-se a sobrecarga hemodinâmica causada pela sobrecarga de pressão observada com o treinamento de força/isométrico, que leva a hipertrofia concêntrica causando a mudança no fenótipo do músculo cardíaco. No treinamento de força observa-se que o músculo cardíaco e os vasos sanguíneos estão submetidos a uma sobrecarga de pressão, pois nessa situação é verificado um aumento na resistência vascular periférica provocado por vasoconstrição mecânica dos músculos em contração. (UCHIDA et al; 2008).

COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL EM REPOUSO, DURANTE O TREINO E PÓS-TREINO DE MUSCULAÇÃO

Pressão Arterial em Repouso

A pressão arterial em repouso é tida como normal quando seus níveis estão em sistólica 100 ou 140 milímetros de mercúrio ou diastólica 60 ou 90 milímetros de mercúrio, esses são os níveis de uma pressão arterial normal em um individuo saudável. Dependendo do individuo e de seus fatores fisiológicos, a pressão arterial padrão ou média pode variar de acordo com seu nível de stress, ansiedade, ou tudo o que possa alterar seu humor ou estado psicológico e isso ocasionará a alteração da sua pressão arterial fazendo com que a mesma saia dos seus níveis normais. (BUSSATO, 2016).

Comportamento da Pressão Arterial durante o exercício

Durante o exercício físico o sistema cardiovascular adapta-se para atender as exigências impostas por tal atividade. O exercício resistido eleva a pressão arterial sistólica por conta da sua intensidade em relação à de repouso. A realização de exercício resistido gera uma vasodilatação dos vasos sanguíneos ativos reduzindo a resistência vascular periférica, com isso o fluxo sanguíneo é bem facilitado. A contração e o relaxamento dos músculos funcionam como um efeito de bomba, fazendo com que o retorno venoso seja feito com uma eficiência maior. Normalmente no exercício resistido a tendência é de que a frequência cardíaca aumente e por ajustes cardiovasculares a pressão arterial se eleve também, isto gera influencias nervosas e de fatores hormonais no corpo do indivíduo, fazendo com que o próprio organismo se adapte aos estímulos que o mesmo está sendo
submetido. A pressão arterial diastólica durante o exercício resistido diminui-se em alguns momentos, mas não se altera de forma brusca permanecendo assim quase que inalterável. Esta diminuição acontece por causa de uma vasodilatação que ocorre nas arteríolas que distribuem sangue pela musculatura, que resulta em um aumento de absorção do sangue maior pela musculatura e se depositando nos capilares musculares, minimizando a pressão arterial diastólica durante o exercício. (ALDENUCCI; CAMARA; MILISTETD, 2010).

Comportamento da Pressão Arterial durante a recuperação pós-esforço

Ao término das execuções e seguidamente no período de recuperação observa-se que a pressão arterial tem uma baixa nos seus níveis, encontrando-se em um caso de hipotensão após o exercício, isso se por causa do período de recuperação onde o indivíduo está se recuperando para ter outro estimulo em seguida. Há fatores que podem acarretar a hipotensão após o exercício, sendo eles, característica de exercício, população, intensidade, duração e tipo de treinamento. Após termino da sessão de treinamento é observado que os níveis da pressão arterial sistólica e diastólica caem naturalmente e o indivíduo vai progressivamente voltando ao seu estado de repouso e os níveis de pressão arterial se estabilizam de forma que o mesmo volte à condição de homeostase do corpo, isso é observado com 20 e 30 minutos após a sessão de treinamento, é normal porque varia de pessoa para pessoa e é algo especifico dentre os indivíduos e vai voltando ao normal com o passar dos minutos. (ALDENUCCI; CAMARA; MILISTETD, 2010).


METODOLOGIA

O presente estudo é de natureza aplicada com abordagem qualitativa, descritiva e de campo, com objetivo de analisar o perfil pressórico de praticante de Musculação em repouso, durante e pós-exercício. A amostra foi composta por 15 indivíduos voluntários em uma academia na zona sul de São Paulo, com idade entre 23 á 40 anos que participaram do estudo mediante a um termo de consentimento livre e esclarecido, onde contém todas as informações pertinentes à pesquisa que estarão participando. Para melhor objetivar o estudo foram adotados os seguintes critérios de inclusão, todos os participantes deverão possuir experiência prévia de no mínimo 12 meses no treinamento de resistência com frequência semanal de no mínimo 5 vezes com 1 hora de treinamento.
Os participantes permaneceram sentados para a verificação da pressão arterial em repouso antes da realização inicial do treinamento. Após 30 minutos de exercício retornaram a sentar para uma nova verificação da pressão arterial, ao final da sessão de treinamento os participantes sentaram para um repouso durante 20 minutos totalizando 4 medições onde a pressão arterial foi verificada a cada 5 minutos após o termino do treinamento. Para mensurar a pressão arterial foram utilizados os aparelhos Esfigmomanômetro aneroide e um Estetoscópio da marca Premium através do método auscultatório para verificação da mesma. As amostras foram classificadas de acordo com a Associação Brasileiras de Hipertensão, 2016.

Amostra foi classificada de acordo com a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006), os valores da pressão arterial sistólica e diastólica.

/ckeditor_assets/attachments/238/fran4_1.jpg

 

RESULTADOS

 Gráficos da Evolução Individual

/ckeditor_assets/attachments/235/fran1.jpg

/ckeditor_assets/attachments/236/fran2.jpg

/ckeditor_assets/attachments/237/fran3.jpg

 

Pressão sistólica

A pressão sistólica foi avaliada em 15 sujeitos, onde a média em repouso foi de 128,27 ± 2,0 mmHg, essa média elevada foi consequência da alta predominância de sujeitos que em repouso já estavam no estágio de limítrofe onde os valores médios da pressão sistólica se encontravam em 133,63 ± 2,0 mmHg de acordo como gráfico de evolução individual. Quando analisamos os resultados logo após o termino do exercício temos uma média 134,4 mmHg. Uma vez comparadas às medições de 5,10, 15 e 20 minutos pós-treino com repouso, encontramos uma diferença significativa quando analisamos a medição de 20 minutos pós-treino. Essa medição apresentou uma média de 115,07 ± 2,84 mmHg, apresentando uma variação de 10% sobre a média apresentada em repouso. Pode-se verificar a evolução das medições no gráfico acima.

Pressão diastólica

A pressão diastólica também foi avaliada no mesmo grupo de indivíduos. Na situação de repouso a média encontrada foi 75,4 ± 2,39 mmHg e no término do treino a média foi de 68,27 ± 3,41 mmHg. Na análise comparativa as médias das medições de 5, 10, 15 e 20 minutos pós-treino com a medição na situação de repouso não foi encontrada nenhuma variação significativa estatisticamente. Pode-se verificar a evolução das medições no gráfico acima.

DISCUSSÃO

Foi observado que durante o exercício houve um aumento da pressão arterial, devido à intensidade do treinamento para suprir as necessidades fisiológicas do indivíduo. De acordo com o que foi pesquisado na literatura, a um aumento significativo da pressão arterial sistólica e sem nenhuma ou pouca mudança na pressão arterial diastólica. Este aumento da pressão arterial sistólica se da, devido à ejeção sanguínea que o próprio músculo cardíaco exige para que a contração muscular seja realizada Segundo Mcardle, Katch Frank e Katch Victor, (2011). No que diz respeito à pressão arterial diastólica, nada se altera de forma brusca ocorrendo algumas oscilações em alguns momentos. Isto acontece devido a uma vasodilatação que ocorre nas arteríolas que distribuem sangue pela musculatura, e se depositando nos capilares musculares minimizando a pressão arterial diastólica durante o exercício (ALDENUCCI; CAMARA; MILISTETD, (2010). Neste presente estudo foi observado um aumento de 8% da pressão arterial sistólica durante o exercício, porém, a partir dos 10 minutos em repouso pós-treino conseguimos observar uma baixa de 8% na pressão arterial sistólica em relação à mesma de repouso. Observando o gráfico 8 a partir dos 15 minutos após o treino, houve um
aumento na pressão arterial sistólica se aproximando ao nível de repouso. Dessa forma concluímos que, a prática de exercícios resistidos promove um efeito hipotensor a partir de 20 minutos de repouso após treinamento. Sabendo se destas informações, é crucial que, sejam feitos mais estudos da mesma natureza para que tenhamos mais dados para auxiliar pessoas a terem entendimento sobre o assunto e como proceder em eventuais casos equivalentes. De acordo com nossa pesquisa podemos observar que em repouso tivemos um aumento dos indivíduos em estado de limítrofe isso pode ocorrer devido a “Síndrome de jaleco branco”, esta síndrome é causada devido ao indivíduo estar em uma situação de contato com médicos, enfermeiros ou até mesmo ao saber que deve se deslocar até um consultório. Com isso o individuo entra em um estado de estresse e ansiedade e ocorre uma elevação significativa da pressão arterial. Outros fatores que também podem alterar, é a ingestão de substâncias como termogênicos e pré-treinos para potencializar o treinamento, devido ao uso do mesmo, ocorre o aumento da pressão arterial em repouso, visto que uma grande parte dessas pessoas que praticam o treinamento resistido faz o uso, e outros fatores externos contribuem também para esta elevação da pressão arterial. (CHAVES, 2016).
De acordo com um estudo apresentado por Dias; Simão; Novaes (2007), sobre a influência dos exercícios resistidos nos diferentes grupamentos musculares sobre a pressão arterial. A intenção do experimento foi comparar duas sequências de ER com mesmo volume e intensidade de treinamento em diferentes segmentos corporais, sobre resposta da PA. O experimento envolveu 4 visitas não consecutivas de 16 homens (23±2,3 anos; 69,6±6,1 Kg) experientes nos ER. Na primeira visita, realizaram-se testes de 10RM para cada exercício e após 48 horas um re-teste foi aplicado. Nas visitas posteriores realizaram-se duas sequências (SEQA e SEQB) de exercício em dias alternados. A PA sistólica e diastólica (PAS e PAD) foram aferidas por método auscultatório no repouso e após o término das sequências, em 9 medidas durante 90 minutos, em ciclos de 10 em 10 minutos. Na PAS, tanto a SEQA quanto a SEQB induziram uma hipotensão significativa até a última medida pós-esforço. Essa resposta foi significativa entre 40 e 90 min. pós-esforço. Não foram observadas diferenças para PAD. Os resultados sugerem que uma sessão de ER com alto volume de treinamento pode desencadear reduções na PA de forma significativa nos momentos subsequentes ao esforço, ou seja, por até 90 min.
Também de acordo com os resultados obtidos, não verificamos diferenças significativas ao comparar diferentes segmentos corporais com mesmo volume e intensidade de treinamento.
O comportamento da pressão arterial após uma sessão de exercícios resistidos, na pesquisa realizada por Simão; Santos (2005), com o objetivo de verificar o comportamento da pressão arterial sístole (PAS) e diastólica (PAD) em repouso após a realização de um programa composto de três séries com cargas para 10 repetições máximas (10RM) em quatro exercícios. Foram selecionados nove voluntários, sendo quatro mulheres e cinco homens. Cada voluntário compareceu três vezes não consecutivas ao local do estudo. Na primeira visita, foram realizados testes de 10RM. Na segunda visita, realizou-se um re-teste. Na terceira visita, indivíduos realizaram um aquecimento específico e, após dois minutos de intervalo, iniciaram a sessão de treinamento. A PA foi aferida antes do treinamento na terceira visita, através do método auscultatório. Após o término da sequência de exercícios, aferiu-se a PA em ciclos de cinco minutos, com o indivíduo em repouso total. Não se verificaram diferenças significativas entre os valores da PAS e da PAD pós-esforço, quando comparadas à PAS e à PAD em repouso. Porém, observou-se uma tendência ao efeito hipotensivo da PAS quando comparada às medidas de repouso. Em relação à PAD, essa tendência não foi observada. Concluiu-se, que um treinamento de força com um pequeno volume, não promoveu reduções significativas da PA pós-esforço. Sessões mais intensas poderiam promover um efeito hipotensivo e influenciariam na sua duração após o término da atividade.
Mediano (2005), realizou um estudo com o objetivo de comparar as respostas de PA em sujeitos hipertensos medicados após duas sessões de exercício de força com diferentes volumes de treinamento. Foram analisados 20 indivíduos de ambos os gêneros (61 ± 12 anos), o estudo foi realizado em três dias não consecutivos. Primeiramente, foi determinada a carga de 10 repetições máximas em cada exercício de treinamento resistido. Nos demais dias, os mesmos exercícios foram realizados com uma (SER1) ou três (SER3) séries. A aferição da PA foi executada pelo método auscultatório no momento pré-exercício, imediatamente após o término de cada sessão e durante 60 minutos após o término dos exercícios. Em ambas as sessões, os valores da PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) medidos imediatamente após o término dos exercícios foram mais elevados que os do pré-exercício. O acompanhamento em 60º minutos exibiu, após SER1, uma redução dos valores de
PAS apenas no 40º minuto, enquanto não foram encontradas reduções para os níveis de PAD. Já após SER3, observou-se uma queda consistente dos níveis de PAS pós-exercício que perdurou por até 60º minutos. Para PAD, encontramos reduções apenas no 30º e 50º minuto pós-exercício. Conclui-se que uma sessão de treinamento de força pode promover reduções nos níveis de PAS em indivíduos hipertensos medicados e parece ser necessário um maior volume de treinamento para que tal efeito ocorra.
Conforme pesquisa de Queiroz; Kanegusuku; Forjaz (2010), que descreve o efeito dos exercícios resistidos sobre a pressão arterial de idosos, que com o envelhecimento se reduz drasticamente a massa, a força e a potência musculares, diminuindo a capacidade de execução das atividades da vida diária. A prática de exercícios resistidos pode reverter esse quadro, auxiliando na manutenção da massa muscular e melhorando sua força e resistência, o envelhecimento ocasiona alterações cardiovasculares, que podem resultar em aumento nos níveis de pressão arterial de repouso, sendo importante analisar os efeitos do exercício resistido sobre a pressão arterial de indivíduos idosos. Com base nos estudos encontrados, o corpus atual, embora escasso e controverso, sugere que, de forma crônica, os exercícios resistidos podem ter efeito hipotensor em indivíduos idosos. Entretanto, esse efeito ocorre, principalmente, em idosos normotensos e com o treinamento de baixa intensidade. Os mecanismos envolvidos nessa resposta hipotensora ainda precisam ser elucidados. Embora o treinamento resistido esteja sendo recomendado para idosos e haja alguns indicativos de que ele possa ter efeito hipotensor crônico, ainda há carência de dados científicos e muitas controvérsias sobre o assunto, o que evidencia que este ainda é um campo aberto à investigação.

CONCLUSÃO

Após a realização de pesquisa com 15 indivíduos voluntários com faixa etária de 23 a 40 anos treinaram em um período de uma hora, onde o objetivo do grupo era a verificar o comportamento da pressão arterial antes, durante e pós-treino. Desta forma foi observada uma baixa de 10% da pressão arterial sistólica a partir de 20 minutos de repouso pós-treino em relação à mesma de repouso, assim foi possível concluir que exercício resistido planejado adequadamente de acordo com a intensidade, volume e execução ajuda no controle e redução da pressão arterial e é
indicado para qualquer individuo, desde que o mesmo seja acompanhado por um profissional qualificado.

REFERÊNCIAS

ALDENUCCI, B.; CAMARA, G.; MILISTETD, M. Comportamento da pressão arterial e suas variáveis fisiológicas em resposta ao exercício para treino de força dinâmica de membros inferiores. Cinergis, v. 11, n. 1, Rio Grande do Sul, 2010.
Comportamento da pressão arterial e suas variáveis fisiológicas em resposta ao exercício para treino de força dinâmica de membros inferiores. Cinergis, v. 11, n. 1, Rio Grande do Sul, 2010.
BUSATO, O. Hipertensão Arterial, ABC da saúde, Disponível em: >https://www.abcdasaude.com.br/nefrologia/hipertensao-arterial-pressao-alta>. Acesso em 21 de Novembro de 2016.
DANTAS, T. Mundo Educação. Hipotensão. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/hipotensao.htm>. Acesso em 07 de Outubro de 2016.
DIAS, I.B.F.; SIMÃO, R.; NOVAES, J.S. A influência dos exercícios resistidos nos diferentes grupamentos musculares sobre a pressão arterial. Fitness & Performance Journal, Vol. 6, N.2, p. 71-75, Rio de Janeiro, 2007.
CHAVES, H. Hipertensão do jaleco branco. Disponível em: < http://publicacoes.cardiol.br/consenso/1996/6702/67020013.pdf >. Acesso em 17 de Novembro 2016.
FLECK. J.S; KRAMER; W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular: 3.ed.Porto Alegre: Ed. Artmed, 2008.
FUNCHAL, M. Hipertensão arterial: Manual Técnico. Ed. Racine, São Paulo: 2004.
GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1988.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Fisiologia humana e mecanismo das doenças. 6.ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,p.243.2008.
KRAMER, W.J. Posicionamento do colégio americano de medicina do esporte sobre treinamento resistido para adultos saudáveis. Disponível em: > http://www.treinamentoresistido.com.br/tr/Pages/Articles/Article.aspx?id=356&mode=2>. Acesso em 17 de Novembro de 2016.
MACIEL, M. G. Atividade física e funcionalidade do idoso. Disponível em: > http://www.scielo.br/pdf/motriz/v16n4/a23v16n4>. Acesso em 18 de novembro de 2016.
MCARDLE, W.; KATCH FRANK, I.; KATCH VICTOR, L. Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
______ Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Tradução de Giuseppe. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.327, 2011.
______ Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Tradução de Giuseppe. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 329, 2011.
MEDIANO, M.F.F. et.al. Comportamento subagudo da pressão arterial após o treinamento de força em hipertensos controlados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Vol. 11, N. 6, Nov/Dez, Rio de Janeiro, 2005.
OMS. Organização Mundial da Saúde. (2016) Dia Mundial da Hipertensão Disponível em: <http://www.paho.org/bireme/index.php?option=com_content&view=article&id=330%3Adia-mundial-da-hipertensao-2016&lang=pt>. Acesso em 07 de Outubro de 2016.
QUEIROZ, A. C.C.; KANEGUSUKU, H.; FORJAZ, C.L.M. Efeitos do treinamento resistido sobre a Pressão Arterial de idosos. Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora - Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, Vol.95 N.1, 135-140, São Paulo, 2010.
RAMALHO, V. P.; JÚNIOR, J.M. Influência da periodização do treinamento com pesos na massa corporal magra em jovens adultos do sexo masculino: um estudo de caso. Journal of Physical Education. Disponível em > http://ojs.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3469.>. Acesso em 21 de Novembro de 2016.
SABA, F. Mexe-se. Atividade Física, Saúde e bem estar. São Paulo: Ed. Phorte, 2008.
SBH - Sociedade Brasileira de Hipertensos. Medida da Pressão Arterial. Disponível em: <http://www.sbh.org.br/geral/pressao.asp>. Acesso em 07 de Outubro de 2016.
SIMÃO, R.; SANTOS, E.M.R. Comportamento da pressão arterial após uma sessão de exercícios resistidos. Fitness & Performance Journal, vol. 4, n. 4. p. 227 – 231: Rio de Janeiro, 2005.
V.DBHA. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007001500012> Acesso em 21 de Novembro de 2016.
UCHIDA, et al. Manual da Musculação:5.ed.São Paulo: Phorte, 2008.
WILMORE, J.H., COSTILL, D.L.; KENNEY, W.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 4.ed. Barueri,SP: Manole,2010.

Baixar artigo

Volume/Edição

Autores

  • Franciele de Azevedo Santos

Páginas

  • a

Áreas do conhecimento

  • Nenhuma cadastrada

Palavras chave

  • Resisted Exercise, Blood Pressure, Training.

Dados da publicação

  • Data: 14/12/2016
Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×