A CONQUISTA DAS LETRAS: UMA PERCEPÇÃO DO PESQUISADOR EM CRÍTICAS DA CULTURA.
O desejo de pesquisar sobre a literatura afro-americana ainda na graduação, ativou as minhas percepções para o movimento do pensamento cultural. Natural de Paulo Afonso-BA e formado em Letras pela Faculdade Sete de Setembro – FASETE procurava dar continuidade ao meu campus de pesquisa. Surgiu então à necessidade de encontrar o local para exercitar a discussão sobre a minha investigação. Deparei com o programa de pós-graduação stricto sensu em Crítica Cultural na UNEB, Campus-II em Alagoinhas-BA. Nessa instituição existe, sem dúvida, um movimento, um laivo que nos permite participar da operação das letras em suas diversas fronteiras dividida em ensino, pesquisa e extensão.
O curso de Letras da UNEB, Campus II de Alagoinhas – BA, completa seus 40 anos de movimento no pensamento. E tem contribuído no processo de educação da sua população e cidades vizinhas, ajudando no fortalecimento da cidadania, cultura e formando agentes sócio-educativos. A esse lugar de onde olhamos, pude averiguar também uma enorme contribuição que foi dada aos estudiosos dos cursos de Letras, da Antropologia, da Psicologia, da Comunicação Social, da Matemática, da História, da Museologia, da Sociologia e vários outros campos dos saberes, com a conquista do mestrado em Crítica Cultural.
Com esse privilégio que o curso de Letras de Alagoinhas traz aos seus operários, em estudar críticas da cultura, permite nos lançarmos à ventura do conhecimento do aparato cultural, para tanto, o crítico cultural deverá encontrar o seu lugar de pesquisa, que a princípio deve contar com a sorte do mal-estar, o sujeito percebe uma realidade e não está satisfeita com ela, então surge à atividade crítica, na tentativa de dar conta do que estaria faltando para a “felicidade” / “realização” desse mesmo sujeito (SEIDEL, 2011, p.08).
Nesse sentido, o pesquisador crítico cultural procura dá uma contribuição para mudar a falsa realidade, na tentativa de transformar a realidade social. É o papel de “atender as necessidades dos locais em brancos” (DERRIDA, 2001, p. 09). O crítico cultural pega à veia das ruínas , cartografa, desloca, desmonta, remonta, multiplica, procura trilhas de escape e sempre encontra a diferença que faz diferença. A atuação do Crítico da Cultura estar na habilidade de usar ferramentas de desmonte, entretidas com os mais diversos campos epistemológicos apreendidas num objeto que é a leitura da cultura.
O crítico cultural é uma verdadeira fábrica de guerra, produz maquinarias burocráticas que impulsionam o pensamento libertário.
Acreditamos que esse lugar de onde olhamos possa aquecer nossas reflexões, a respeito da comemoração dos 40 anos do curso de Letras da UNEB, Campus-II, em Alagoinhas-BA. Cujas contribuições é uma potencia para o desenvolvimento intelectual e sócio - cultural na Bahia e no Brasil.
Referência
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Rizoma In Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia, vol. 1 /Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. 1 ed. Rio de janeiro: Ed. 34, 1995.94 p. (Coleção TRANS).
DERRIDA, Jacques. Posições. Trad. Tomaz Tadeu e Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
SAIDEL, Roberto Henrique. Crítica e mal-estar. Heterotopia: reparações. Ano 3, número 4, dez|2011. p. 8
Por Wellington Neves Vieira
Professor titular da Faculdade Sete de Setembro – FASETE
nas disciplina de Literatura Inglesa e Norte Americana.
Mestrando em Crítica Cultural – UNEB – CAMPUSII- Alagoinhas-BA