01/09/2016

A Educação e as Hipocrisias a parte

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            Não estamos na grama do aterro sob o sol, mas nestes dias observamos os hipócritas disfarçados rondando ao redor. Das pessoas que usurparam o poder, muitas encontram-se marcados pela ignominia, representando a mais vil escória da sociedade.

            Nietzsche já dizia que "não existe fatos, apenas interpretações" e as interpretações sempre são subjetivas, tanto que podemos constatar com as intolerâncias religiosas, ou seja, cada religião ou seita interpretando o seu livro sagrado da maneira que acha correto ou conveniente, e assim aconteceu na política.

            O povo brasileiro é otimista por natureza. Sempre espera o melhor, mas com vir o melhor mediante a uma conspiração?  E caso venho o melhor, será o melhor para quem?

            João Ubaldo Ribeiro em seu livro Política: quem manda, por que manda e como manda, publicado em 1998 pela Editora Nova Fronteira, afirma que se todos políticos são ruins de forma tão radical, o corolário é que todos nós somos ruins. Entende-se como corolário a proposição resultante de uma verdade e neste caso, a mais pura verdade, pois somos ruins em elegermos nossos representantes.

            Não temos memória a longo prazo, isso implica em dizer que ações tomadas no passado são olvidadas quando se joga a cortina de fumaça.

            O momento político que sucedeu nestes últimos dias é fruto de um povo analfabeto politicamente. O que é demonstrado com a falta de discernimento e ignorância quanto a análise do contexto sócio-político, elegendo as pessoas que simplesmente representam a escória da sociedade.

            A nossa política relembrou a obscura época da Inquisição, não pela perseguição religiosa de épocas remotas, mas pelos "inquisidores" que cheios de si, viam-se como donos da “verdade”, seres idôneos.

            Nestes inquisidores, encontram-se pessoas que respondem processos de corrupção, político  que foi denunciado seis vezes por seis delatores diferentes na operação Lava Jato, políticos com contas secretas na Suíça dentre outros paraísos fiscais, político que foi manchete no New York Times por suspeição de narcotráfico internacional, políticos processados por exploração de trabalho escravo, presos por fraude de licitação de grandes obras, condenados por corrupção, evasão de divisa, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e muito mais coisas vis, que em uma sociedade politizada, seria inadmissível aceitar na vida pública.

            Estes são os hipócritas que em nome da democracia, simplesmente "legalizam o golpe".

            Qual é o verdadeiro papel social da Educação Pública? A educação pública tem sido emancipadora? Protagônica? Libertadora? Ou será que ela tem sido cada vez mais idiotizadora para que estas corjas continuem no poder?

            Nossos educandos precisam ser politizados e isso diverge de doutrinação ideológica. Este termo tem sido carro chefe de políticos preocupados com a sua atual situação, e discorrem inflamáveis discursos contra o tema, e os políticos que levantam essa bandeira são os corruptos e corruptores citados acima.

            Nossos políticos não querem a sociedade politizada por um simples motivo: assim eles poderão fazer o que bem entenderem, e encontram-se amparados pela conivência da mídia elitizada.

            Do jeito que vai o país, continuaremos sendo lanternas no ranking internacional de educação e sem perspectivas para melhores mudanças, já que esta elite necessita muito de gado de manobra alienado e feliz.

            Aranha no seu livro Filosofia da Educação publicado em 1996 pela Editora Moderna, nos esclarece que o ser alienado abre mão de sua individualidade o que significa a perda da consciência e consequentemente o discernimento das coisas, logo, este ser alienado, simplesmente transfere para outrem, que no caso são estes políticos nefastos, e sem perceber, perde aos poucos a sua dignidade e a sua liberdade.

            Galo em seu livro Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia, publicado em 2003 pela Editora Papirus, esclarece que o sucesso de uma ideologia relaciona-se com o processo de alienação, então, justifica-se aí a sofrível educação pública e as leviandades que as mídias passam para seus leitores, visto que para o autor, a criação e o desenvolvimento de meios de comunicação cada vez mais potentes e abrangentes contribui para que a alienação e, consequentemente, a dominação sejam cada vez mais intensas.

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