02/09/2016

A Educação e o Dia D

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            Educação pública de qualidade deixa o educando inalienável e o prepara para a vida, o que é ressaltado por Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado em 1983 pela Editora EPU. Para o autor, o processo educativo deve levar o educando ao nível de crítica avaliativa, e consequentemente,a um prontagonismo social e cognoscente.

            Com base nestes ideias, ocorre o Dia D em milhares de escolas para uma análise mais crítica da atual conjuntura educacional. Ele é o dia de se fazer a diferença na educação pública, pois, é uma forma de analisar o presente e rever ações futuras para uma educação com mais qualidade, embora muitas escolas fazem do Dia D, apenas um dia para se ler gráficos e fazer comparações com escolas que alcançaram índices melhores, sabendo-se lá de que forma foi aplicada, pois muitos resultados não condizem com a condição atual das escolas e alunos.

            Este dia de diagnóstico da educação pública deve ser um dia levado a sério pelos educadores, a ponto de esquecer as outras escolas, que estão inseridas em um contexto ímpar, e ater-se as forças, grandezas e relevâncias da escola em que está sendo trabalhada no momento.

            É um dia em que todos os educadores devem exercer o seu profissionalismo e não se ater a ouvir balelas de pedagogos comprometidos apenas com números, pois, como já visto, números podem ser fabricados diante de uma educação estéril.

            Este dia, infelizmente pode ser o dia de caça as bruxas, buscando culpados pelos insucessos dos alunos, como se existisse apenas um culpado denominado professor, aliás, se há culpado, este é o que mais tem atenuantes.

            O aviltamento dos professores é algo comum nas escolas. Os gestores e pedagogos desconhecendo o verdadeiro significado de liderança, simplesmente impõe suas vontades sem um parecer coletivo, ou que passe pelo consenso dos que estão mais envolvidos neste processo ensino-aprendizagem.

            O Dia D é visto lamentavelmente, como um momento ao qual os gestores ressaltam as intenções, embora sem ações, adentrando-se nas quimeras de uma educação utópica.

            Em alguns casos, são apenas dizeres para enaltecer o sistema político e educacional, mas para um bom entendedor, são como pérolas atiradas aos porcos.

            Temos que fazer deste Dia D, o dia em que, os profissionais engajados com uma educação de qualidade, farão valer as máximas de Paulo Freire, pois em seu livro Educação e Mudança, publicado em 1979 pela Editora Paz e Terra, ressalta que necessitamos tirar nossos educandos da imitação, da passividade e da falta de análise ou autocrítica, isto é, trabalhar arduamente para uma educação que leve realmente o educando a um protagonismo cognoscente.

            Que neste dia, todos os educadores consigam perceber que o processo educativo funciona como engrenagem, ou seja, uma dependendo da outra, para que as mesmas   não causem a entropia, termo muito usado na administração que é a tendência que o sistema tem para o desgaste ou desintegração. Precisamos encontrar a homeostasia, que é o equilíbrio deste sistema educativo tão frágil.

            É um momento de não imputar culpa e tampouco caçar culpados, mas abraçar a causa para uma educação edificadora, protagônica, crítica e humanista.

            Será neste momento que resgataremos a verdadeira função da escola e a valorização do educador.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×