19/04/2018

A Educação Física Inclusiva Nos Anos Finais do Ensino Fundamental Em Três Escolas de Panambi - RS

A EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA NOS ANOS FINAIS  DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TRÊS ESCOLAS DE PANAMBI - RS

Inclusive physical education in the final years of fundamental education in three Panambi - RS schools

 

                                                                           [1]  SILVA, Janice Machado da

                                                                           [2] COSTA, Fatima T. Lopes da

 

RESUMO

 

A presente pesquisa teve como objetivo analisar os desafios que os professores de Educação Física do ensino regular encontram em incluir alunos com deficiência, nas suas aulas. Os sujeitos desta pesquisa qualitativa do tipo foram três professores concursados, de três escolas de Panambi-RS, sendo uma Particular, Municipal e uma Estadual. O instrumento utilizado para a produção dos dados foi uma entrevista onde responderam a um questionário semi-estruturado contendo vinte e uma questões abertas e fechadas que foram interpretadas através da análise de conteúdo. A pesquisa constatou que os principais desafios encontrados foram a falta de preparo do professor (formação inicial e continuada insuficiente na temática), carência de conhecimento não só pedagógico, mas também clínico, falta de infra-estrutura e de auxiliares de sala. Conclui-se que os professores acreditam na inclusão dos alunos, porém necessitam de mais preparo, qualificação e estrutura para a prática pedagógica por parte de escolas, gestores e universidade.

 

Palavras-chave: Inclusão. Educação Física Escolar. Deficiências.

ABSTRACT

The present research had as objective to analyze the challenges that the teachers of Physical Education of the regular education in which are students with deficiency, in their classes. The subjects of this qualitative research of the type were three teachers, three Panambi-RS schools, one private, one municipal and one state. The instrument used to produce the data was an interview where they answered a semi-structured questionnaire containing an open and closed publication and publication that were interpreted through content analysis. The research found that the main challenges were lack of teacher preparation, no clinical information, lack of infrastructure and room helpers. It is concluded that the teachers believe in the inclusion of the students, but they need more preparation, qualification and structure for the pedagogical practice by schools, managers and university.

   Keywords: Inclusion. Physical Education at School. Deficiencies.

 INTRODUÇÃO

A LDB 9394/96, em seu artigo 59, determina que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos: currículo, recurso, métodos e organização específicos que atendam suas necessidades. Registra ainda a terminalidade especifica para aqueles alunos que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em função de suas deficiências, e preconiza a aceleração de estudos para alunos superdotados para a conclusão do programa escolar. Define, ainda, a “ possibilidade de avanço nos cursos e nas series, mediante a verificação do aprendizado” (art.24,inciso V) e, no artigo 37: “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (BRASIL1996).

O Decreto no 7.611/2011 estabelece como dever do Estado, com apoio técnico e financeiro da União, efetivar a educação das pessoas, público alvo a educação especial, mediante garantia de inclusão em sistema educacional, em todos os níveis de ensino, sem descriminação e com base na igualdade de oportunidades, com garantia de aprendizado ao longo de toda a vida, sendo vedada e exclusão do aluno do sistema regular de ensino, com alegação de deficiência (BRASIL, 2011). Estabelece, ainda, Atendimento Educacional Especializado (AEE), que pode ser oferecido pelos sistemas públicos de ensino, ou por instituição  comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o poder público competente, no turno inverso ao da escolarização, para alunos que necessitem, assegurando dupla matrícula: uma para escolarização e outra para AEE, dessa forma, a verba federal será recebida duas vezes pelas entidades competentes (BRASIL, 2011).

O Decreto supracitado considera público alvo da educação especial, as pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação. Recentemente, estudos no campo da educação especial registram que:

 [...] as definições e uso de classificação devem ser contextualizados, não se esgotando na mera especificação ou categorização atribuída a um quadro de deficiência, transtorno, distúrbio, síndrome ou aptidão. Considera-se que as pessoas modificam continuamente, transformando o contexto no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situaçãode exclusão, reforçando a importância dos ambientes heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os alunos. (BRASIL, 2007,s.p).

Assim, são consideradas pessoas com deficiência todas aquelas que possuem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial que, em interação na sociedade, pode ter participação plena, tanto na sociedade, quanto na escola, comprometida (BRASIL, 2007).

Os alunos com transtornos globais de desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Já alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de representar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas do seu interesse (BRASIL, 2007).

Cabe á entidade mantenedora das escolas da rede de ensino disponibilizar: funcionário, instrutor, monitor ou cuidador para alunos que necessitem deste tipo de serviço, auxiliando, também, nas atividades de higiene pessoal, alimentação, entre outras, trabalhando junto com o professor docente numa perspectiva de educação inclusiva (BRASIL, 2007).

A inclusão escolar é uma situação atual, muito diferente das concepções históricas acerca das necessidades especiais. As insuficiências corporais, além de modificarem as relações do ser humano com o mundo, se manifestam no comportamento diferenciado nas relações com as pessoas. Desde o meio familiar, a criança com deficiência é tratada de maneira que se diferencia do habitual pela atenção e cuidados.

A prática pedagógica de caráter inclusivo na educação física esbarra em históricas dificuldades que estão relacionadas com o entendimento da sua ação. Enquanto a ação pedagógica estiver centrada no ensino do movimento e o desenvolvimento de sua técnica respaldada por conceitos de “melhor/pior”, “certo/errado” e “ganhar/perder”, sempre haverá margem para a exclusão.

Considerando todos os fatores discutidos sobre a inclusão que a prática de atividades físicas e a falta da mesma podem ocasionar em crianças e adolescentes com deficiência independente da limitação, este estudo buscará responder ao seguinte problema: quais são as dificuldades encontradas pelos profissionais docentes da rede municipal, estadual e da rede privada de ensino da cidade de Panambi-RS?

Neste sentido, objetivou-se neste estudo analisar as dificuldades encontradas pelos professores de Educação Física, no ensino regular nos anos finais do ensino fundamental das escolas municipais, estaduais e da rede privada, para a inclusão destes alunos com deficiência, nas suas aulas e comparar o trabalho, de inclusão escolar, realizado em escolas estaduais, municipais e na rede privada com alunos dos anos finais do ensino fundamental da cidade de Panambi- RS.

Os sujeitos dos estudos foram  professores de Educação Física de uma Escola Municipal,  um professor de uma Escola Estadual  e um  de uma Escola  privada, todas as escolas da cidade de Panambi-RS. Atualmente na cidade existem dez escolas municipais, sete estaduais e duas  da rede privada.

Como instrumento de pesquisa foi  aplicado um questionário contendo vinte e uma questões referentes à formação acadêmica dos professores, ao processo de inclusão escolar, convivência dos alunos com deficiências com os colegas e com os professores durante as aulas de Educação Física, contendo também as possíveis adaptações da escola e da prática nas aulas de Educação Física.

Primeiramente se entrou em contato com os professores das escolas. A próxima etapa foi a apresentação da proposta aos professores das escolas a fim de explicação e convite para a participação na pesquisa. A etapa seguinte foi entregar o Termo de consentimento livre e esclarecido aos professores que aceitarem. O procedimento para aplicação foi da seguinte forma: os questionários foram entregues aos professores e marcada a data para devolutiva dos mesmos.

Os dados foram coletados a partir das respostas dos professores pesquisados e analisados pela técnica de análise de conteúdo. Este tipo de análise interpreta as comunicações visando obter a descrição do conteúdo das mensagens, permitindo a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dessas mensagens. A análise de conteúdo se dá pela pré-análise, que envolve os primeiros contatos com os documentos de análise, a formulação de objetivos, definição dos procedimentos a serem seguidos e a preparação formal do material; pela exploração do material, que corresponde à categorização, definição das unidades de contexto e de registro, entre outros; e pelo tratamento dos resultados obtidos e interpretação, fase na qual os dados são lapidados, tornando-se significativos (BARDIN, 2006).

Este estudo seguiu as normas da Resolução 446/12 do Conselho Nacional de Saúde e todos os sujeitos do estudo assinaram o TCLE.

Resultados

No quadro 1 encontra-se os dados relativos a caracterização sociodemográficas e profissional dos sujeitos do estudo. Os professores pesquisados eram um do sexo feminino. A professora I tinha 28 anos e se graduou em 2015, trabalha na escola a 1 anos. O professor II, é do sexo masculino, tinha 52 anos, e se graduou em 1998, exerce a profissão na escola a 22 anos, o professor III, também do sexo masculino, tinha 35 anos e se graduou  em 2004, exerce a profissão na escola a 7 anos.

 

 Rede de Ensino

Escola Municipal

Escola Estadual

Escola Privada

     Perguntas

Professor I

Professor II

Professor III

Sexo

F

M

M

Idade

28 anos

52 anos

35

Quanto tempo exerce a profissão?

2anos e meses

28 anos

13 anos

Há quanto tempo trabalha na escola?

1 ano

22 anos

7 anos

         

Quadro 1. Caracterização sociodemográficas e profissional dos sujeitos do estudo. Panambi, Rio Grande do Sul, Brasil, 2017.

 

            No quadro 2 analisou-se a formação acadêmica e profissional dos sujeitos do estudo em relação a temática inclusão escolar. O professor I e o professor III como se graduaram recentemente, teve disciplinas referentes ao tema, pois sua formação é recente e a universidade oferece disciplinas referente à inclusão escolar e inclusão nas aulas de Educação Física. Já o professor II, não teve disciplinas sobre o tema pois sua formação foi em 1988 e a universidade ainda não tinha nada referente a inclusão escolar e inclusão nas aulas de Educação Física.  Apenas os professores I e III realizou cursos relativos a inclusão.

     A formação dos docentes tem sido um dos debates mais frequentes para buscar melhorias na educação brasileira. Essa temática busca respostas para os desafios educacionais que afetam o processo da formação do docente. A transformação no âmbito educacional exige repensar em muitas transformações de todos os professores, e o de Educação Física não é diferente.

 

Educar é uma profissão que exige permanentemente aprendizagem. Os docentes precisam ser eternos aprendizes, já que constantemente terão de construir novos conhecimentos a fim de resolver novas situações ou problemas de aprendizagem (FREITAS, 2006, p.68).

 

 

Relativo as definições do que é deficiência, os professores responderam (Quadro 2): “Deficiência- limitações de ordem motora ou neurológica, pode ser permanente ou temporária” (Professor I); “É quando uma pessoa possui um problema, mental ou físico, que a impede de levar vida sem auxilio de outras pessoas.” (Professor II). “É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano”. (Professor III). Segundo o Decreto nº 3.956, de (2001). Artº 1, entende-se por deficiência:

 

“uma restrição física, mental ou sensorial de natureza permanente ou

                                    transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades   

essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social".                                 

 

De acordo com o Decreto nº 5.296 (2004), Artº 5, deficiência física é:

 

"alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções".

                                            

Já inclusão, foi definida  pelos professores como sendo “freqüência do aluno com necessidades especiais no ensino regular, com infra-estrutura adequada formação continuada para o docente, bem como para a família. Atendimento educacional especializado”. (Professor I). “É quando proporciona-se ás pessoas com necessidades especiais, espaços e oportunidades, de os mesmos realizarem atitudes e conviverem com outras pessoas”. (Professor II). “É poder agregar pessoas ditas “deficientes” com as ditas “normais” de forma que nenhuma se sinta forçada a essa situação. No momento que se consegue isso entendo que o objetivo foi alcançado.” (Professor III). (Quadro 2).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais/Educação Física (BRASIL, 1998, p. 30) corroboram com esse princípio: [...] a inclusão do aluno é o eixo fundamental que norteia a concepção e a ação pedagógica da Educação Física Escolar [...] seja na sistematização de conteúdos e objetivos, seja no processo de ensino e aprendizagem, para evitar a exclusão ou alienação na relação com a cultura corporal de movimento.

A inclusão em educação envolve processos de aumento da participação e redução da exclusão de todos os alunos das culturas, dos currículos e das comunidades das escolas locais (SANDOVAL et al., 2002).

A inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela escola comum, provoca a melhoria de qualidade da educação básica e superior para que os alunos com e sem deficiência possam exercer o direito a Educação em sua plenitude (BRASIL, 2004).

 

Pergunta

Professor I

Professor II

Professor III

Teve disciplinas relacionadas a educação física adaptada na graduação?

Sim

Não

Sim

Realizou cursos relativos a inclusão?

Sim

Não, apenas participei de palestras.

Sim

O que é deficiência física?

Deficiência- limitações de ordem motora ou neurológica, pode ser permanente ou temporária. 

É quando uma pessoa possui um problema, mental ou físico, que a impede de levar vida sem auxilio de outras pessoas.

É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano.

O que é inclusão?

Freqüência do aluno com necessidades especiais no ensino regular, com infra-estrutura adequada formação continuada para o docente, bem como para a família. Atendimento educacional especializado.  

 

É quando proporciona-se ás pessoas com necessidades especiais, espaços e oportunidades, de os mesmos realizarem atitudes e conviverem com outras pessoas. 

É poder agregar pessoas ditas “deficientes” com as ditas “normais” de forma que nenhuma se sinta forçada a essa situação. No momento que se consegue isso entendo que o objetivo foi alcançado.

           

Quadro 2. Formação acadêmica e profissional dos sujeitos dos estudos em relação a temática inclusão escolar. Panambi, Rio Grande do Sul, Brasil, 2017.

No que diz respeito às atitudes das escolas que possam auxiliar no processo de inclusão, eles relataram que as mesmas realizando uma busca constante cada vez maior de preparação/aperfeiçoamento para este processo, buscando melhor acessibilidade, auxiliando os professores, sendo que somente a escola particular tem um núcleo de atendimento especializado a pessoas com necessidades especiais, porém a mesma conta com professores especializados em educação especial que auxiliam os professores da escola. Além disso, a escola fez e faz trabalhos em conjunto com estes núcleos especializados visando a aceitação, respeito e convivência com as diferenças que cada um possui.

De acordo com Aguiar e Duarte (2005), o paradigma da escola inclusiva pressupõe uma educação apropriada e de qualidade dada conjuntamente para todos os alunos na escola regular, onde deve ser desenvolvido um trabalho pedagógico que sirva a todos os alunos, indiscriminadamente.

 

Perguntas

Professor I

Professor II

Professor III

Já ministrou aulas   para alunos com necessidades especiais?

Sim

Sim

Sim

Se sente preparado para trabalhar com eles?

Não. Pois demanda muito conhecimento, não só pedagógico, mas também clinico.

Não. Na experiência que tive, percebi  isto.

Sim

Consegue trabalhar todos os conteúdos com todos os alunos?

Não. As vezes preciso mudar totalmente os conteúdos planejados.

Não, Nem sempre é possível.

As vezes não da mesma forma

Como é o relacionamento entre os alunos e alunos com deficiências?

Boa pois os outros o tratam com respeito e respeitam suas limitações.

Percebo que a turma onde o mesmo esta inserido  é normal. Os demais alunos, poucos/raros, não tem respeito.

Boa

A escola oferece recursos didáticos pedagógicos  adequado para os alunos?

Limitados.

No caso dos incluídos, ainda não é possível muito material.

Na maioria sim

Qual a suas maiores dificuldades e desafios?

Fazer um trabalho  bom para que o mesmo consiga se desenvolver dentro de suas limitações.

Atender satisfatoriamente os alunos incluídos, proporcionando crescimento para os mesmos.

Fazer com que as pessoas “normais” encarem a inclusão de forma normal, sem pré-julgamentos

Quais aspectos facilitadores para trabalhar com alunos com deficiências?

Trabalho em grupo tanto da parte da escola quanto professores e funcionários.

Cooperação dos colegas(alunos). Literatura disponível, acesso a diferentes fontes para encontrar atividades.

São extremamente carentes de atenção, o pouco que se faz alcança-se ótimos resultados

Sua opinião sobre a inclusão de alunos com deficiências nas aulas de Educação Física.

Quando a ajuda de auxiliar (monitor) o trabalho vai ter mais êxito.

Quando existe a figura do acompanhante, facilita e é muito boa a inclusão. Sem acompanhante, torna se difícil e prejudicial para o aluno incluído.

Essencial

Quais sugestões para melhorar o desempenho profissional frente as necessidades dos alunos com deficiência?

 

Adaptação do espaço físico, material didático, cursos preparatórios e acompanhante para os mesmos.

 

 

Os órgãos gestores devem estar atentos para que a inclusão, de fato possa acontecer. Para isto, todos os equipamentos e medidas devem ser realizados, afim de existir sucesso na inclusão.

 

Atualização e querer que esses estudantes façam parte da mesma

         

Quadro 3. Questões relativas ao trabalho com alunos com algum tipo deficiência. Relatados pelos sujeitos do estudo. Panambi, Rio Grande do Sul, Brasil, 2017.

 

                                                CONCLUSÃO

 

 

A partir da realização desta pesquisa, que teve como objetivo analisar as práticas pedagógicas dos professores de Educação Física no que se refere à inclusão dos alunos com necessidades especiais no ambiente escolar regular em três escolas da cidade de Panambi-RS, foi constatado que os profissionais da área não estão preparados para trabalhar com a inclusão nas escolas, existe ainda uma lacuna a ser preenchida, esses profissionais estão despreparados, pois não tiveram a formação inicial nem continuada adequadas para esta temática. O professor de Educação Física tem um papel de desenvolver o movimento promovendo a interação dele com os outros colegas, adaptar atividades para que este aluno não se sinta excluído.

A pesquisa apresentada traz contribuições para que seja feita uma reflexão quanto a prática do professor de Educação Física, pois somente a teoria sobre a temática abordada não é o suficiente, ela deve estar interligada à prática para que realmente se efetive, pois ainda existe uma certa resistência em não se sentir preparado para trabalhar com alunos com necessidades especiais.

No que se refere às escolas, as mesmas não estão totalmente preparadas para receber alunos com necessidades especiais, nos aspectos físicos, materiais, didáticos, emocionais entre outros. O processo de inclusão nessas escolas está sendo um processo lento e trabalhoso, pois algumas possuem sala de recursos, outras não. Com isso acabam não dando o suporte merecido a esses alunos.

No meu ponto de vista a escola e os professores entrevistados ainda possuem uma resistência quanto a essa temática, pois não procuram se aperfeiçoar, buscar alternativas para que as aulas possam ser diversificadas e não aconteça uma exclusão por não ter planejamento em suas aulas, os professores entrevistados precisam compreender que ainda há aspectos a serem esclarecidos sobre a inclusão na prática pedagógica, onde devem sair de sua zona de conforto e buscar aperfeiçoamento frente a essa temática. Na graduação a inclusão deve ser abordada de uma forma mais eficaz para que os profissionais não saiam despreparados para trabalhar com esse aluno, de forma interdisciplinar agregando sua real importância. A escola precisa favorecer possibilidade ao aluno com necessidade especial para que possa estar inserido neste ambiente sem excluí-lo, buscando novas práticas de ensino dentro da capacidade de cada um. Não há mágica para trabalhar com esses alunos mas acredito que se escola e os professores estiverem dispostos a trabalhar com eles, buscando capacitações, desafiando seus alunos com planejamento em suas aulas e materiais adequados pode se acreditar em uma real inclusão.

Espera-se com esse estudo possibilitar a reflexão dos professores sobre a importância da prática das atividades físicas na inclusão de crianças e adolescentes no seu dia a dia e sobre a importância de atividades físicas orientadas e com supervisão correta para melhor eficácia na sua prática, que o aluno se mantenha ativo pois faz bem para de saúde e a mente.

 

 

 

 

                                           REFERÊNCIAS

 

 

AGUIAR, J. S.; DUARTE, E. Educação Inclusiva: um estudo na área de Educação Física. Revista Brasileira de Educação Especial, v.11, n.2, p. 223-240, 2005.

 

BARDIN, L. Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70. (Obra original publicada em 1977).

 

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental - (Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais). Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1998.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução 02/2001. Brasília: Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação, 2001.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Secretária da Educação Especial. O acesso de alunos com deficiências as escolas e classes comuns da Rede Regular. Procurador: Pedro, 2004.

 

BRASIL. Secretaria de Educação Especial.  Política nacional de educação especial  na perspectiva da educação inclusiva. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial, MEC/SEESP, 2007. 

 

BRASIL. Presidência da República Decreto n° 7.611. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado. Brasília, 2011.

 

 BRASIL. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes de Bases da Educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: WWW.planalto.gov.br. Acesso em: 14 outubro.2017.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Politico-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva/Secretaria de Educação Especial. Brasilia: Secretaria de Educação Especial,-2010.72p.

 

FREITAS, S. N. A formação de professores na Educação inclusiva: construindo a base de todo o processo. In: RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus. 2006, p. 161-181.

 

 

[1] Acadêmica do Curso de Educação Física Licenciatura da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. Email: UNICRUZ.EDU.BR

[2] Docente do Centro de Ciências Humanas e Sociais, Mestre em Educação, orientadora do artigo. Email: fcosta@unicruz.edu.br


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