01/08/2017

A Educação não é como um Eucalipto

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A reforma do ensino médio tem o intuito de preparar seus alunos para serem eucaliptos. Não no sentido de serem flexíveis diante uma tempestade, mas por seguirem uma uniformidade.

            Uma educação de qualidade é um investimento a longo prazo e a mesma jamais deve ser  vista como gasto, ela é um investimento no futuro do país, visto que tudo em nossa vida, todas as decisões, tecnologias e pesquisas estão intrinsecamente ligadas a educação.

            A educação não deve funcionar a base do imediatismo como uma plantação de eucalipto em que ficam todos enfileirados esperando para o corte e lucro exacerbado e para também uma melhor proliferação da corrupção.

            Os educandos não podem ser visto como eucaliptos que crescem rápido e com pouco investimento podendo ter seu corte entre 5 ou 6 anos, ou seja, uma relação custo x benefício boa para o retorno esperado de analfabetos funcionais 

            Fizeram com a educação pública o mesmo que fazem com as matas nativas com árvores centenárias que ninguém viu crescer e tampouco plantar substituindo por eucaliptos que têm rápido crescimento e lucro fácil, e isso já era alertado metaforicamente por Rubem Alves, um pensador e educador erudito, que transitava com propriedade nas searas da psicanálise, educação, teologia, sociologia, filosofia dentre outras, ou seja, era um educador completo e referência para nós outros.

            De acordo com Rubem Alves, não podemos fazer das escolas plantações de eucaliptos. Não podemos standartizar a educação fazendo das instituições educacionais verdadeiras gaiolas as quais ceifará os sonhos de seus educandos.

            Rubem Alves nos alertava em relação as escolas que são gaiolas. Para ele as escolas que são gaiolas existem “para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo”.

            Metaforicamente falando, assim também são as escolas que funcionam como florestas de eucaliptos. Que em nosso caso, não são florestas nativas e sim cultivadas com propósito de melhor manipulação e corte, com intuito de aumentar ainda mais a massa de manobra com pessoas sem discernimento da verdadeira situação em se encontra.

            Estamos criando verdadeiros néscios e as árvores conhecidas como madeiras de lei, como Pau-Brasil, Jatobá, Jacarandá, Imbuías, Perobas, Cedros, Mognos ficam para os filhos da elite corrutpora que encontra-se no topo da pirâmide social, e às escolas publicas apenas eucaliptos. 

            Precisamos acabar com esta educação pública que esteriliza pensamentos e fazer da mesma, algo que leve o educando a sair de sua zona de conforto e a transformar o seu entorno, tirando-o da passividade e norteando-o para um discernimento cognoscente e um agente transformador, buscando para si o que lhe é direito, que é a sua cidadania crítica e sua dignidade.

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