14/06/2021

A Educação Pública Explicando a Ditadura Branca

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

Educar é libertar-se para a prática da liberdade, já dizia Paulo Freire, ícone da Educação e polarizado por uma política nefasta em que pessoas ecoam imbecilidades sobre suas obras, todavia, o intuito aqui não é jogar pérolas aos porcos, porque estes imbecis, serão sempre imbecis e verdadeiros idiotas úteis, domesticados e subalternos.

A educação pública tem sido obrigada a aumentar esta massa de manobra, ou seja, fazer com que seus educandos não tenham dignidade e façam parte do pensamento de manada.

O Covid-19 implicou em um isolamento social e o processo educacional teve que rever suas metodologias de ensino e muitas escolas privadas inovaram para encantar o seu público, todavia, as escolas públicas tiveram dificuldades para implementar tais metodologias, e assim fizeram com esforços hercúleos de seus brilhantes profissionais da educação.

Cabe observar que novas metodologias são aceitáveis, entretanto o que fomenta mesmo a educação de qualidade são os professores fascinantes que se encontram na educação pública, levando todo seu trabalho e empenho a seus alunos de classes desfavorecidas por este sistema político excludente, omisso e nefasto, impondo situações para obstruir o bom desempenho dos professores.

Está passando da hora de trabalharmos mais a criticidade de nossos educandos, como afirmado no livro Educação um Ato Político, publicado pela editora Autografia e publicado em 2019, quando é salientado por mim que uma educação de qualidade busca trabalhar um protagonismo cognoscente, porém, como trabalhar tal protagonismo se nosso aluno sequer tem em si o poder do discernimento?

Estamos diante de uma ditadura branca, o que nas falas do senador Aloysio Nunes[1], é definida porque “a maioria vota, sem questionar, as coisas mais absurdas. E pelos procedimentos mais absurdos”, afirma. “O Legislativo está cada vez mais subordinado ao Executivo.”

A Constituição Brasileira está sendo substituída por Medidas Provisórias arbitrárias, levianas e inconsequentes.

Já passamos por uma ditadura militar e conforme Aranha em seu livro História da Educação, publicado pela Moderna em 2000, foram "20 anos de ditadura militar, que obscureceu nossa vida cultural, silenciando os intelectuais e artistas e intimidando professores e alunos", e mesmo assim, encontramos verdadeiros néscios gritando nas ruas a volta da ditadura.

Sejamos críticos com certas situações e peguemos como exemplo a Copa América cujo direito de transmissão pertence a uma exclusiva rede de televisão, que por acaso o dono desta rede é sogro do ministro da comunicação. Isso nada mais é que despotismo.

As falas de Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007 são esclarecedoras, pois o autor ressalta que "um governante é autoritário quando governa de acordo com os princípios estabelecidos por ele próprio ou apenas do grupo social que lhe dá sustentação política", e aí que entram as Medidas Provisórias, já que as mesmas são uma forma de driblar o Poder Legislativo, por se tratar de um "ato unipessoal do presidente da República, com força de lei, editada sem, a princípio, a participação do Poder Legislativo"[2].

A ditadura branca está acontecendo aos poucos. O governo com sua estratégia está impondo situações, calando instituições e cidadãos, usando a máquina do Estado para fomentar fakenews que é a sua maior arma e tudo isso para alienar e manipular o seu público para que este continue com seu comportamento de manada.

A ditadura branca está acontecendo e a militarização deixa de ser um projeto de nação e passa a ser um projeto de poder, já que são mais de 6mil militares atuando em cargos civis, seja no Ministério da Educação, Ministério da Saúde atuando na Anvisa dentre outros ministérios além de cargos de diretores e conselheiros nas principais empresas do país.

Enfim, nossa democracia resume-se apenas em voto que em breve, será até mesmo questionável, caso seja em cédulas como deseja o nosso governo para assim poder manipular o seu gado.

Força para nossa educação pública poder trabalhar ainda mais o poder de discernimento de nossos alunos e que estes possam um dia, saber do poder que tem em fazer mudanças, pois o pobre que sabe pensar é um perigo para o sistema.

 

[1] Para mais informações vide https://veja.abril.com.br/politica/aloysio-nunes-brasil-vive-uma-ditadura-branca/

[2] Para mais informações vide https://www.politize.com.br/medida-provisoria/

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