24/01/2017

A FORMAÇÃO CONTÍNUA DO PROFESSOR NA ESCOLA

Por Claudinei José Martini

Professor, Especialista em Educação a Distância, Mídias na Educação e Ensino de Ciências.

A formação de um professor não é, e não deveria ser algo construído de imediato, mas sim um processo de desenvolvimento com início, meio e sem um final.

A percepção do “estar pronto” para a sala de aula, apenas pelo fato de estar “formado”, não necessariamente implica no sucesso como professor, mas sim, pelo processo de aquisição do conhecimento que se estende por toda sua carreira, em que, a importância da formação continuada como prolongamento sem interrupções da sua formação inicial torna-se um fator preponderante de segurança pessoal e profissional em sua práxis.

Constatam-se nas diversas pesquisas realizadas com formação de professores dois tipos de preocupações iniciais: a inquietação consigo mesmo, diante da desconfiança tida sob o olhar dos alunos e da comunidade escolar e também com o aprendizado dos alunos. Nesse sentido, a preocupação no início da carreira designa de três questionamentos que o professor faz a si mesmo:

  • A questão da sua preocupação em se localizar enquanto professor diante dos olhares dos alunos e de situações inesperadas que possam surgir;
  • A questão do domínio da classe e a preocupação em entender algumas postura e atitudes comportamentais dos alunos;
  • A questão em se preocupar se o aluno está aprendendo e, como posso melhorar essa relação de aprendizagem.

Em um momento posterior define-se o modelo de desenvolvimento docente em quatro estágios:

  • O pré-ensino como sendo o período em que o professor recém-formado identifica-se mais como aluno do que como professor;
  • O pré-serviço em que o professor preocupa-se com sua sobrevivência em sala de aula e no ambiente escolar, pelo controle da classe e o domínio do conteúdo;
  • O novato a partir do primeiro ano de ensino ou a partir dele, o professor começa a descobrir as frustrações e limitações que sua prática impõe;
  • O professor experiente que consegue identificar que seus limites e frustrações não descendem apenas de sua prática, mas de fatores externos à escola, promovendo um redirecionamento do seu olhar para entender os alunos como indivíduos considerando os diversos contextos sociais.

Ainda considerando o aspecto da formação de professores, estudos realizados na área indicam a preocupação tanto com a formação inicial como a continuada no aspecto formativo do saber docente e do saber fazer dos professores. Como a educação está diretamente ligada à evolução da sociedade, sofrendo modificações de acordo com cada época, a formação de professores deve estar acompanhada das variações nas mudanças de interesse da sociedade.

Trabalhos realizados com alunos da Educação Básica, focados na problematização de conteúdos demonstram melhores resultados, principalmente quando se identificam aspectos envolvendo:

  • Concepções espontâneas e/ou alternativas;
  • História e Filosofia da Ciência;
  • Ciência, Tecnologia e Sociedade;
  • Abordagem Dialógica/Abordagem Tradicional

Assim, as normatizações e padronizações dos currículos presentes no contexto escolar colaboram para promover um discurso autoritário na cultura escolar, que é difícil de libertar, deixando evidente a necessidade de rever e adaptar estes referenciais escolares ao contexto social em que a escola está envolvida indo ao encontro da importância que desempenha na formação inicial de professores como extensão à universidade.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×