08/05/2018

A Maçonaria e a Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            O preconceito é algo degradante à sociedade. A falta de informação, a preguiça em pesquisar e até mesmo a falta de discernimento sobre determinado assunto só reforça a estupidez das pessoas em relação a certos conceitos e até mesmo comportamentos.

            A Maçonaria carrega este pesado fardo discriminatório. Muitos dizem que é uma organização secreta, mas se analisarmos bem a história, realmente ela era secreta, pois muitos dos que frequentavam esta “sociedade” foram perseguidos, principalmente pela Igreja, isso porque ela via nas irmandades sua rivalidade na onipotência.

Lembre-se que nos séculos XV a XVIII a Igreja detinha o poder que era o conhecimento. Qualquer um que divergisse dela, era simplesmente perseguido e/ou até queimado pela “Santa Inquisição”, como afirmo em meu livro Docência momento reflexivo, publicado pela ícone em 2006, quando ressalto personagens que tiveram suas falas destoadas da Igreja como Leonardo Da Vince, Nicolau Copérnico, Martinho Lutero, Giordano Bruno dentre outros.

            No Brasil as coisas não eram diferentes, sendo assim, as Lojas Maçônicas eram proibidas de funcionar e os obreiros eram simplesmente perseguidos e presos pelo crime de pertencer a tal irmandade.

            Cabe ressaltar que a Maçonaria a partir de 1822 começou a se esboçar mais no Brasil, e contou com vários feitos positivos como a Independência que foi quase toda obra da Maçonaria, a Proclamação da República, Libertação dos escravos, Elaboração da Bandeira Brasileira, Redemocratização do País, dentre outros.

Vale lembrar que muitos destes movimentos como a Inconfidência Mineira não tem como provar o envolvimento da Maçonaria, visto que em tal época, as Lojas Maçônicas eram proibidas, o que tornava uma sociedade secreta.

            Os símbolos maçônicos tem sua explicação nos movimentos que a irmandade influenciou e continua a influenciar, pois se tem no compasso o símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio.

            A conduta do homem é representada pelo esquadro que é resultante da linha horizontal e vertical que demonstram a retidão, relacionando-se com ação do Homem sobre a matéria e sobre si mesmo, tendo sempre a ética e a moral como norte.

            Ele ressalta a precisão de caráter e simboliza a moralidade, dito isso, pode-se perceber que o compasso e esquadro representam o homem como matéria e espírito.

            A letra G é a sétima letra de qualquer alfabeto que utilize o grafismo árabe, podendo representar o Grande Arquiteto do Universo (Deus), a Geometria ou a Quinta Ciência. O G pode representar também o Gnose que é conhecimento moral que leva o homem a aprender sempre mais. O G de Gravitação rege o movimento e o equilíbrio da matéria, enfim, o G tem tantos significados, porém todos voltados para o caráter, ética e moral do maçom[1].

            O Brasil pôde contar com vários maçons ilustres que contribuíram de alguma forma com o desenvolvimento do país, sendo eles Dom Pedro I, Marechal Teodoro da Fonseca, Padre Antonio Diogo Feijó, Rui Barbosa, Manoel Deodoro da Fonseca, Floriano Vieira Peixoto, Bento Gonçalves da Silva e muitos outros. 

            Assim sendo, pode-se perceber que a Instituição Maçônica é um Ordem que ressalta a fraternidade tendo um dos lemas a frase “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.

            De acordo com Egito em sua dissertação intitulada Olhares da Maçonaria sobre a Educação no Brasil, disponível no site http://tede.biblioteca.ufpb.br/bitstream/tede/4638/1/arquivototal.pdf, é Interessante perceber a participação da Maçonaria na educação, pois o autor esclarece que essa ligação entre Maçonaria e educação teve seu fulcro no movimento iluminista.

            Para Egito, as ações na educação realizadas pela Maçonaria no Brasil começaram no ano de 1822, ano em que as lojas se estabeleceram formalmente no país, e assim pôde-se perceber a sua preocupação com a educação como defensora da liberdade, da consciência e da instrução.

            Um braço forte para a educação foi Rui Barbosa, conhecido como “advogado da educação”, quando ressaltava sempre que um dos princípios da Maçonaria era combater a ignorância.

            Foi através ideais como os de Rui Barbosa e o livro de Martin Short, “Inside de Brotherhood” (Por dentro da Irmandade) que a Maçonaria deixa de ser uma sociedade secreta a e passa a ser uma sociedade discreta.

            A doutrina Maçônica como muitos preconceituosos falam, não é uma seita satânica, pois onde se prega o amor, a fraternidade e igualdade não pode ser um mal a comandar. Aliás, para se entrar nessa sociedade é preciso ter uma religião, pois prega-se o amor a Deus, o Ser Supremo e em momento algum é admitido intolerância religiosa.

            Voltando para o viés da educação, observe que a Maçonaria prega que todo indivíduo humano tem o direito de pensar livremente, o que remete ao livre arbítrio, já que seus atos são reflexos da sua própria razão e consciência, sendo assim, pode-se constatar que ela é de grande relevância para termos uma educação de qualidade, porque quanto mais esclarecidos forem nossos alunos, melhores serão suas ações e suas perspectivas.

 

[1]Para mais informações veahttps://merdtv.wordpress.com/2014/05/25/vejam-os-45-monumentos-maconicos-espalhados-pelo-brasil/

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