19/02/2018

A Massa não Pensa

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

Quando eu estava servindo, o sargento falava uma coisa que para mim na época, não fazia muito sentido. Ele dizia, "a massa não pensa". Com o passar do tempo, essa fala, dentre outras, passam a se encaixar perfeitamente em alguns problemas que nós simples e pacatos cidadãos enfrentamos.

Assim, a gente aprende que a política ciente disso, se aproveita da situação, pois a política pode ser vista como o poder de manipular as pessoas, ou seja, conseguir com que elas façam o que você deseja, usando algum poder de persuasão, sabe-se lá a qual custo, já que de acordo com Ribeiro em seu livro Política: quem manda, por que manda e como manda, publicado pela Nova Fronteira em 1998 quando ressalta que "O termo Política, refere-se ao exercício de alguma forma de poder e, naturalmente, às múltiplas conseqüências desse exercício"

Gallo é enfático em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em 2003, quando afirma que "Política é a tomada de decisões que visam objetivar interesses que irão refletir na coletividade", ou seja, no povo, o que nunca acontece.

E o interessante é que estes políticos conseguem o que desejam porque existe uma cooperação entre eles. Veja como exemplo o Congresso. Ao analisarmos de forma racional e usando de probabilidades, perceberemos que a sua maioria é composta por pessoas vis, cuja índole pode ser comparada com "pau de galinheiro".

Neste ambiente estão os piores ladrões da sociedade, são os conhecidos ladrões de colarinhos brancos. Um ladrão comum, rouba uma pessoa aqui e outra ali e acaba sendo pego, infelizmente este rouba milhões de brasileiros de uma só vez, desviando para suas contas em paraísos fiscais dinheiros de merendas públicas, deixando milhares de alunos com fome. Roubando dinheiro da saúde deixando centenas de postos de saúde e/ou hospitais sem remédios e consequentemente dezenas de vidas ceifadas pela imprudência e pela ganância destes políticos escolhidos para servir o povo.

Somos apenas "pacatos cidadãos da civilização", inseridos em uma sociedade comandada pelos creptocratas que se protegem e putrificam a sociedade como um mal que está se transformando em metástase.

O tratamento deve ser dado em doses homeopáticas e a longo prazo, e este tratamento é denominado educação, entretanto não esta educação que tem servido como placebo a esta massa que não pensa, mas uma verdadeira educação que tira o ser humano desta inércia e o faz pensar, pois tudo começa com pensamento, depois vem a verbalização e em seguida a ação, entretanto, nossos educandos encontram-se como verdadeiros zumbis sem sequer balbuciar algo inteligível.

Harari em seu livro Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, publicado pela Companhia das Letras em 2016 esclarece que "invariavelmente a vitória vai para aqueles que cooperam melhor". O autor complementa que "em meio a história, exércitos disciplinados derrotaram com facilidade hordas desorganizadas, e elites unificadas dominaram massas desordenadas", e aí encontra-se a explicação do sargento quando afirmava que a "massa não pensa", pois a massa corresponde estas hordas e são totalmente desordenadas, além de não conseguirem discernir a sua real situação.

Graças a esta educação pública, nossa sociedade aceita de forma condescendente as imposições de uma política emporcalhada e ditadora, fazendo valer a fala de Souza no seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, quando cita a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, dizendo “que a ignorância, o esquecimento e o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos Governos”, ou seja, povo ignorante tem que ser o foco de nossa educação com efeito placebo, para que assim, esta política vil possa se perpetuar cada vez mais.

Precisamos fazer com que nossos educandos se despertem para a realidade e se unam para que a situação mude e para que suas vontades tenham eco na política, entretanto, para que isso aconteça, a política deverá ser representada por homens com princípios éticos e de caráter.

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