01/06/2017

A Música e os Movimentos Políticos

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

Assim como movimentos políticos têm servido de inspiração para belas composições musicais, as mesmas têm sido influências para movimentos políticos.

Peguemos como exemplo o Iluminismo. Em tal época tivemos o auge de Mozart e também Beethoven, e neste auge, tivemos a melhor ópera trágica de Mozart, conhecida como Idomeneo e em seguida, a terceira sinfonia de Beethoven, música que se tornou guia das mudanças, e foram grandes mudanças  tendo como carro chefe o movimento Iluminista.

No Brasil, não aconteceu diferente. Vamos nos basear em alguns movimentos como a revolução de 30 representada por duas marchinhas sendo a primeira “Harmonia! Harmonia!” interpretada por Hekel Tavares e Luiz Peixoto e a segunda “Comendo bola" interpretada por Jaime Redondo. Ambas marchinhas refletem a disputa acirrada pela política entre Getúlio Vargas e Prestes a influenciar o povo.

Em contrapartida, tivemos no Golpe Militar todo um movimento de protesto tendo como bandeira a tropicália, com suas letras inteligentes a driblar a censura. Uma forma de protesto e esclarecimento, como “caia a tarde feito um viaduto” mostrando obras superfaturadas em pleno regime militar, dentre outros protestos representados metaforicamente, mas de entendimento pelos ouvintes, como Geraldo Vandré com a letra “vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer” e músicas inteligentes de Chico Buarque de Holanda.

Até mesmo com as diretas na década de 80, tivemos músicas a representar este movimento de liberdade, que era “coração de estudantes, há de se cuidar da vida, há de se cuidar do mundo” interpretada por Milton Nascimento, dentre outras que eclodiram junto com o Rock brasileiro como Cazuza, Legião Urbana com suas letras politizadas e até mesmo no Rap de Gabriel Pensador na década seguinte com letras críticas e politizadas.

Hoje, estamos passando por outro movimento político, e essa geração não tem música para representar tal movimento. Estamos colhendo os amargos frutos de uma educação estéril, isso é, as músicas de hoje não passam de ridículos funks e sertanejos universitários a fomentar a iniqüidade e uma sociedade falida de seus valores.

Temos apenas pseudo-artistas vendendo o seu estrume a esta geração alienada que se mantém na inércia dos movimentos e a acatarem tudo e todos, vendo a corrupção assolar o país e um índice de 13,6% de desempregados aumentando ainda mais a miséria desta nação, lembrando que é o maior índice de desemprego na história do Brasil , estamos piorando ainda mais, pois espera-se mais miséria em um país que afunda cada vez mais nos escândalos.

E nossas músicas não tem mais letras inteligentes, movimentos e instigar o povo a pensar e a um agir consciente, aliás, consciência é algo que povo já perdeu há muito tempo e não percebeu.

Precisamos através da educação, fazer um resgate desta consciência para que a próxima geração possa ter um melhor discernimento das causas políticas, porém estas mudanças deverão acontecer na base da educação, nesta geração que fará o Brasil ser o Gigante desperto e não deitado eternamente em berço esplêndido.

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