A Permanência do Aluno em Cursos Superiores de Tecnologia
A exigência do mercado por profissionais cada vez mais preparados tem levado as pessoas a se qualificar e buscar o ensino superior. Com a oferta de cursos tecnológicos, com carga horária específica e inclinação para a formação voltada para uma determinada área do saber, muitos têm se interessado por este tipo de curso.
Por outro lado, com o aumento significativo da oferta de cursos e, sobretudo, o ingresso facilitado, podem influenciar o aumento das taxas de evasão nas IES.
Trabalhar com a diversidade de perfis de alunos ingressantes é um desafio às instituições, sendo necessário identificar este público e alinhar as estratégias da IES aos interesses dos alunos dos cursos superiores de tecnologia. Um dos caminhos indicados para evitar a evasão é buscar a excelência na prestação de serviços.
A seguir o leitor identificará os principais fatores que levam o aluno a evasão.
Causas da evasão
Os principais fatores relacionados à evasão dos cursos tecnológicos são evidentes e estão ligados a diversos fatores como problemas financeiros, conciliar o trabalho com os estudos, adaptação, ter ficado muitos anos longe dos estudos e a retomada é pesada, tradição ou status da IES, infraestrutura e instalações, preço do crédito ou da mensalidade, avaliação do MEC, cursos oferecidos, aceitação da instituição no mercado de trabalho, horários disponíveis, método de ensino e segurança, são os fatores mais relevantes para que o aluno permaneça na instituição.
Para Costa (1991) a evasão conceitua-se como a saída do estudante da universidade ou de um de seus cursos, de maneira definitiva ou temporária, por qualquer motivo, financeiro, econômico ou social, exceto a diplomação.
O investimento das IES privadas é relevante e fundamental para a manutenção da qualidade, na prestação de serviços educacionais. Assim, fica claro que as evidências físicas específicas da pesquisa são essenciais para garantir a motivação para a permanência dos alunos, bem como a redução da taxa de evasão das IES. Mas mais que investimentos financeiros se faz necessário refletir nas ações internas e investir no bem estar do docente, ele é o nosso elo com o aluno.
Ter na equipe da IES profissionais que tenham olhar visionário e atento, é o que oportunizará a instituição a trazer o diferencial e ter ações de qualidade. Segundo Muriel (2015) o coordenador de curso precisa ter tempo para “pensar o curso”, controlar a sua qualidade, supervisionar todas as atividades, planejar alterações nas diversas estratégias e avaliar a eficácia e a eficiência dos processos. Este também é um profissional de extrema relevância dentro da instituição, então como dar espaço para que o mesmo seja inovador, atento e que traga soluções eficazes?
Considerações Finais
Evidencias são claras sobre as dificuldades da IES no sentido de manter o aluno nos cursos, mas além é importante destacar a atuação interna. Hoje a oferta de cursos superiores é imensa e a cada dia se torna mais necessário atuar com novas ideias, ser o diferencial, mas que condições a instituição proporciona a equipe atuante? Com a grande oferta de cursos, sabemos que as exigências do MEC aumentaram significativamente e ter discernimento nas ações, é de extrema relevância para um bom resultado.
O docente é o maior bem da instituição, pois ele repassa ao aluno tudo que é percebido no dia a dia e se a instituição é sólida, o docente se sente mais apoiado e mais preparado para atuar, mas para isto a casa precisa estar organizada, ter documentos claros, ter funções claras onde cada uma saiba seu papel e sua importância na construção do todo. O docente sim é a peça chave do quebra cabeça, mas ele só funciona se as partes estiverem montadas corretamente, ou seja, desde que haja equilíbrio, harmonia e sustentação nas ações que são realizadas.
Outro ponto acentuado é o próprio aluno e como ele se posiciona diante das situações controversas que surgem no decorrer da caminhada estudantil. Segundo Dias Sobrinho (2008) indica que não é a única função da educação superior, mas também para a vida social do aluno. Oliveira (2009) corrobora com Dias Sobrinho (2008) indicando que a educação superior está inserida num ambiente de adultos. Indiscutivelmente, o professor tem o papel de ser o facilitador do conhecimento, mas o aluno precisa compartilhar fazer a sua parte como estudante. No entanto, há alunos que não possuem uma maturidade necessária para enfrentar situações sociais, no qual o professor pode assumir um papel de orientador social, formando cidadãos conscientes à sociedade (OLIVEIRA, 2009). O autor ainda, afirma quais aspectos motivacionais para que o aluno dê continuidade à sua educação vem sendo uma incógnita. Muitos estímulos concorrem, já que estudar, ler e pensar são atividades que necessitam de dedicação, disciplina e sacrifício.
Camila Carvalho Gonçalves
Referências Bibliográficas
AGUIAR, M. T. C. A evasão nos cursos de Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Cuiabá 1985/2 1995/2, um processo de Exclusão. Cuiabá, 2001, 193p. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Mato Grosso.
COSTA, R. M. da. Evasão no ensino superior privado – como podemos evitá-la? ABMESeduca.com, 2005. Disponível em <http://abmeseduca. com/?p=3411>. Acesso em: 29 mai. 2015.
DIAS SOBRINHO, J. Avaliação da educação superior: avanços e riscos. EccoS. São Paulo, v. 10, n. especial, p. 67-93, 2008.
FRANCO, Edson. A expansão do ensino superior e a criação de novas universidades: universidade privada. Educação Brasileira. Brasília:CRUB, v. 16, n. 33, julho/dezembro, 1994.
OLIVEIRA, F. B. de. Desafios da educação: contribuições estratégicas para o ensino superior. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.