08/04/2024

A Permissividade da Família e a sua Influência na Educação Formal

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

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Todos almejam por uma educação pública de qualidade e obviamente, muitas instituições escolares fazem esforços hercúleos para que seus educandos se mantenham ativos durante sua vida escolar e não evada da escola, por uma simples negligência da família.

Como ressaltado nos livros Escola não é Depósito de Crianças: A importância da família na educação dos filhos, publicado pela WAK em 2012; Educação um Ato Público, publicado pela Autografia em 2019; Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais, publicado pela WAK em 2020 e Educação uma questão de politizar, publicado pela ícone em 2022, é na família que ocorrerá o primeiro processo de socialização, formação do caráter e educação não formal da criança.

É ela que será a base para uma educação formal de qualidade, pois como o forte adágio esclarece, a educação vem do berço, e infelizmente essa mesma educação tem sido falha devido a negligencia dos pais com o processo educativo e acompanhamento da vida escolar de seus filhos.

Interessante perceber que é de suma importância os pais acompanharem a vida escolar de seus filhos, é um dever tanto moral no conceito próprio quanto penal, ou seja, resguardado pela Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 e que consta o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA que diz ser da responsabilidade dos pais a matrícula de seu filho bem como o acompanhamento da frequência e aproveitamento escolar, além de participar da evolução escolar da criança ou adolescente.

Todavia estas mesmas pessoas que deveriam zelar pelo bem estar de seus filhos bem como sua educação formal, serão os protagonistas para o fracasso de seus filhos tanto na escola quanto na sociedade, aumentando as estatísticas dos jovens infratores assim como a sua reincidência.

É comum estes mesmos pais terceirizarem suas culpas as instituições escolares, exigindo dessas instituições, ações que eles jamais tiveram, reverberando desta forma por toda existência de seus filhos, já que a família é o próprio exemplo e formadora de caráter.

A permissividade desta negligente família faz com que o aluno tenha o um comportamento abusivo e até mesmo opositor a autoridade dentro no contexto escolar (professor e/ou gestor), já que o educando em sua casa não tem uma figura que imponha limites, exija respeito e o eduque.

Infelizmente a omissão da família no processo educacional de seus filhos, seja ele formal e informal tem surtido graves consequências tanto para os filhos quanto para a sociedade.

O fato é que uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense – UFF ressaltou que dos jovens infratores e reincidentes, 91,3% não concluíram o Ensino Fundamental, e obviamente isso só é o reflexo de uma família desestruturada, covarde e omissa com o seu filho.

Não adianta apontarmos o dedo para o governo com sua falta de política pública, falta de oportunidades, dentre outras culpas que poderiam ser atribuídas também, como que se quiséssemos encontrar um culpado e assim lavarmos as mãos como Pôncio Pilatos fez, mas precisamos colocar a mão na ferida que está na família, primeira instituição e que deveria ser sagrada, zelando pelo bem estar e futuro de seus filhos.

As famílias apontam o dedo para o Estado porque é mais fácil ficar com a consciência “tranquila” afirmando que a educação pública não tem qualidade devido a falta de disciplina, mas se esquecem que o próprio aluno indisciplinado na escola, o é também em sua própria casa.

O aluno que desacata o professor é o mesmo que com toda grosseria agride a mãe com rudes palavras em tom elevado, mas que quando um professor vai chamar a atenção de seu filho, esta mesma mãe se acha no direito de reclamar desse profissional que está fazendo um papel que realmente não é dele e sim da família.

Um fato interessante é que a educação dos filhos é o reflexo das virtudes dos pais.

Pais descomprometidos com a Escola não podem exigir da intituição um bom rendimento escolar de seu filho, pois quando a família demonstra interesse pela escola e firma parceria com esta instituição, a criança se interessará mais pelos estudos e em concomitância reduzirá a evasão bem como a estatística de jovens infratores.

Assim sendo, que esta família assuma o seu verdadeiro papel de educador deixando a escola com o seu dever de ensinar bem como desenvolver todas as habilidades necessários em seus discentes respeitando suas especificidades, fazendo destes agentes transformadores de suas realidades e verdadeiros protagonistas cognoscente e assim, formar homens de bem para um convívio social e humanizado embasado na ética.

 

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