17/01/2018

ALFABETIZAR X BRINCAR: os jogos pedagógicos como mediadores.

Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.

 

Um dos maiores problemas encontrados no sistema educacional ou pedagógico de uma escola é o da alfabetização. Segundo Emília Ferreira e Ana Teberosky, a psicogênese da leitura e da escrita deve ser analisada e melhor compreendida sob uma visão interacionista, desde que seja associada a outros aspectos linguísticos, político-sociais e filosóficos.

Este tipo de abordagem nos permite reconhecer e aceitar na prática o aluno como sujeito de aprendizagem que participou de um processo de ensino. Portanto, no processo finalizado o aluno não foi alfabetizado pelo professor como é possível concluir devido aos resultados da qualidade da leitura e da escrita desse aluno, porém, ele próprio se alfabetizou no decorrer desse processo em que o mesmo foi interagindo com a leitura e a escrita, até que ele próprio conseguisse compreender, de forma conceitual, o que é ler e escrever. Nesse sentido se observa que isso ocorre com maior facilidade e frequência quando esse aluno está aprendendo brincando.

Analisando princípios pedagógicos com a aplicação de jogos nas atividades pode ser visto que ocorre bom desenvolvimento cognitivo na criança, assim, não se apresenta tais jogos como uma forma de passatempo contribui sim para o enriquecimento do desenvolvimento cognitivo individual. Assim, para se relacionar com o mundo externo a criança precisa enriquecer seu subjetivo com experiências que a leve a esse patamar, experiências essas que estão ligadas ao brincar e jogar. Os jogos tornam-se mais empreendedores ao passo em que a criança se desenvolve, pois, por meio da interação com materiais diversos, ela poderá (re)construir coisas, objetos enfim seu mundo.

As atividades lúdicas apresentam-se como uma ótima proposta pedagógica na sala de aula porque proporcionam a relação entre parceiros e grupos, o que é um fator de avanço cognitivo, pois, durante as atividades, a criança (re)estabelece decisões, entra em conflito com seus adversários e (re)examina seus conceitos. No contexto educacional, esse processo de ensino aprendizagem têm como objetivo fazer com que alunos que tenham dificuldades na aprendizagem consigam “recuperar-se” pela sua participação na proposta das atitudes a serem tomadas, ou seja, individuais ou coletivas .

Nessas aulas o objetivo é fazer com que esses alunos aprendam brincando, por meio da organização de um ambiente escolar desafiador e estimulante e que entrem em contato com diversos jogos e brincadeiras, visando a alfabetização.

A escolha pelo lúdico é uma maneira de se ter que encontrar alternativas que não são aquelas que os alunos estavam cansados de enfrentar, desde seu ingresso na vida escolar. Assim que esses alunos chegam até ao 5º ano analfabetos não poderiam ter seguindo os mesmos passos que foram dados nos anos anteriores. Então, se o que mais a criança gosta é de brincar, por que não unir a brincadeira com jogos na alfabetização?

Mesmo sendo uma proposta interessante trabalhar com o lúdico na construção do cognitivo da criança, o que realmente se verifica é que muitos profissionais alfabetizadores não se importam com uma proposta como essa e continuam com o velho método “lousa e giz”. Nesse sentido essa ação de trazer o lúdico (brincadeiras com jogos) se torna um desafio, pois é importante mudanças de atitudes no profissionalismo da Educação na busca dos melhores processos de aprendizagem e que atinjam os melhores resultados no caso a alfabetização.

 

REFERÊNCIAS

FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana (1985). Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana M. Linchestein et al. Porte Alegre: Artes Médicas.

TEBEROSKY, Ana (1990). Psicopedagogia da linguagem escrita. Tradução de Beatriz Cardoso. 3. ed. São Paulo: Trajetória Cultural.

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