01/09/2017

Argumento da Ignorância

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Filmes épicos nos remetem às dificuldades enfrentadas para fazer uma informação chegar ao seu destino em tempo hábil para uma tomada de decisão ou até mesmo servir de base para aquisição de um conhecimento.

            Hoje, o problema é inverso, temos muitas informações acessíveis o que conseqüentemente, nós, muitas vezes, acabamos fazendo mau uso delas, simplesmente para satisfazer a necessidade de acreditar que temos que saber de tudo.

            Temos como exemplo uma matéria publicada pelo Jornal Folha de São Paulo, no dia 27 de agosto de 2017 por Carolina Muniz e que retrata muito bem o mau uso de informações (falsas ou exageradas).

            As informações hoje estão mais acessíveis e conseqüentemente fazem com que as pessoas se passem por especialistas a ponto de falar de forma eloqüente sobre determinado assunto sem nada saber, emitindo apenas opiniões embasadas em achismos e falácias, ludibriando grande parte da população que é constituída de analfabetos políticos e funcionais.

            Nos dias atuais, fica fácil saber se uma informação é falsa ou verdadeira, entretanto, são raras as pessoas que têm o discernimento para saber até onde está acontecendo divergências no que foi informado.

            E com uso das informações de forma equivocada, acontece o que é conhecido como Argumento da Ignorância, que tenta provar a veracidade ou não de uma informação a partir da ignorância anterior, ou seja, a pessoa tenta provar que é falso porque não consegue provar que é verdadeiro e vice-versa.

            O cientista Stephen Hawking afirma que a ilusão da verdade é o maior inimigo do conhecimento, então, se uma pessoa não souber sobre um determinado assunto, o mesmo não deverá afirmar nada sobre este, e é justamente o contrário que ela faz.

            Pessoas formadas em diversas áreas como economia, direito, engenharia e principalmente os políticos sempre fazem uso do argumento da ignorância, com incontinências verbais recheadas de estultices sobre a qualidade da educação pública com o intuito de enganar o povo que se encontra completamente alienado.

            O fato é que as pessoas têm uma necessidade a querer saber de tudo e  tendem falar sobre coisas que não tem conhecimento além de não  reconhecerem a sua própria ignorância.

            Estas pessoas além de não terem conhecimento sobre o assunto, não tem a vivência em sala de aula para perceber as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de educação, além de perceberem que além da educação pública estar ruim, existe também um desrespeito com o professor, tanto por parte dos governos quanto dos alunos e muitas escolas públicas encontram-se desamparadas pelo governo.

            Assim sendo, para saber sobre educação pública, ninguém melhor para informar que os próprios professores, pois eles têm um relacionamento direto com o seu público discente e comunidade escolar, além de não terem nenhum interesse em colocar uma cortina para ludibriar a massa manipulável e trabalhar os números para camuflar as estatísticas.

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