31/10/2016

As Diversas Alfabetizações: Desafios da Docência no Século XXI

As Diversas Alfabetizações: Desafios da Docência no Século XXI

Valdir Lamim-Guedes

Doutorando em Educação pela Universidade de São Paulo

Professor do Centro Universitário Senac-Campus Santo Amaro (São Paulo-SP)

E-mail: dirguedes@yahoo.com.br

Resumo: Qual o principal desafio para a educação no século XXI? Neste texto, buscamos responder a esta resposta discutindo sobre os temas: volume de informação que temos acesso diariamente, uso de TICs, as inovações e a atuação dos professores em sala de aula. Estes assuntos, quando relacionados entre si, exigem diversas habilidades e competências dos alunos entendidas como diferentes formas de alfabetização (científica, digital ou informática e a midiática), que são essenciais para o exercício da democracia. Atender às demandas do século XXI exige que as ações educativas favoreçam uma compreensão adequada da vida em sociedade, incluindo os direitos humanos, a igualdade e o desenvolvimento sustentável. Neste cenário, o professor é um facilitador da obtenção de conhecimento pelo aluno, sendo é essencial reconhecer o papel político da educação, como fez o educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997) em sua obra, sobretudo ao apresentar uma concepção libertadora da educação.

Palavras-chave: Paulo Freire; Alfabetização Científica, Alfabetização Digital; Alfabetização Midiática.

Abstract: What is the main challenge for education in the twenty-first century? In this paper, we seek to answer this answer discussing the topics: volume of information we have access to daily, use of ICT innovations and the role of teachers in the classroom. These issues when related to each other, require different skills and competencies of students that we discuss how different forms of literacy (science, digital or computer and the media), which are essential to the exercise of democracy. Meet the demands of the twenty-first century requires that education foster a proper understanding of society, including human rights, equality and sustainable development. In this scenario, the teacher is a facilitator of obtaining knowledge by the student, and is essential to recognize the political role of education, as did the Brazilian educator Paulo Freire (1921-1997) in his work, especially when presenting a liberating concept of education.

Key-words: Paulo Freire; Scientific Literacy, Digital Literacy; Literacy media.

Introdução

Qual o principal desafio para a educação no século XXI? Poderíamos ter várias respostas para esta questão, variando conforme a região do país, orientação política, renda ou nível educacional próprio e da família.  E se esta pergunta fosse feita para um educador da educação básica ou do ensino superior? Alguns dos desafios citados poderiam ser indisciplina, participação, diálogo intergeracional ou conseguir ministrar aulas interessantes. Evidentemente, tratar de um desafio seja bastante complicado, sendo mais assertivo afirmar que são muitos os desafios que os educadores se deparam diariamente em suas atividades, independentemente do nível de atuação. A seguir, abordaremos alguns: seleção da informação; uso de TICs (Tecnologias da informação e comunicação); contextualização das informações tratadas; e, por fim, uma discussão sobre algumas formas de alfabetização que precisamos hoje.

Geração de conteúdo digital

Um dos desafios para os educadores neste começo de século é lidar com o volume de informação gerada, fato característico da Sociedade do Conhecimento. O tempo todo temos posts, tweets, curtidas, comentários, artigos científicos e jornalísticos veiculados através da internet, possibilitando uma rápida geração e circulação da informação. Neste sentido, o educador deve buscar formas de selecionar quais informações são relevantes para as suas aulas, assim como, quais são os interesses dos alunos.

A internet tornou-se tão importante a ponto do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotar uma resolução, em julho de 2016, que “condena quaisquer tentativas de países no sentido de interromper intencionalmente o acesso à Internet ou a disseminação de informações online, ações consideradas violações às normas de direitos humanos internacionais” (ONUBR, 2016). O avanço da internet é chamado de geração Web 1.0 (anos 1990 e começo dos anos 2000), caracterizada pela implantação e popularização da internet, permitiu que atualmente tivéssemos a Web 2.0, que se refere à “facilidade de publicação online e a facilidade de interação entre os cibernautas” (CARVALHO, 2008, p. 7). “Ela [a web 2.0] tem sido considerada como a segunda geração de comunidades e serviços, que visa incentivar a criatividade, o compartilhamento e a colaboração de conteúdos e serviços entre os usuários da rede” (COSTA; MARTINS, 2012, p. 2). Aliado a isto, temos diversas possibilidades de geração de conteúdo, seja pela criação compartilhada (cocriação) e remix (que vai muito além da área musical), assim como a possibilidade de compartilhar arquivos ou assinar serviços por demanda (como o netflix).

A popularização dos equipamentos eletrônicos, como computadores e telefones inteligentes (Smartphones), possibilitou o uso em diversas situações cotidianas como a leitura durante o tempo de deslocamento para o trabalho, somado a isto, a possibilidade de acessar suas contas pessoais de e-mails e redes sociais de diferentes dispositivos reforça a ubiquidade da informação.

O volume de informação gerada diariamente pelos usuários do Twitter em 2011 foi de 200 milhões de Tweets por dia, cada um com até 140 caracteres. Isto equivale a escrever o equivalente a 10 milhões de páginas de um livro em Tweets ou cerca de 8.163 cópias do livro Guerra e Paz de Leo Tolstoy. Para ler essa quantidade de texto levaria mais de 31 anos e se empilharmos essas cópias do Guerra e Paz, chegaríamos a cerca de 448.056 metros de altura, próximo ao tamanho do Taipei 101 de Taiwan, o segundo prédio mais alto do mundo[1] (TWITTER, 2011). Estas comparações com os dados de 2011 são muito ilustrativas do volume de informações geradas. Contudo, nos anos seguintes o número de atualmente temos um cenário de Tweets tem aumentado continuamente.

O Twitter é um fenômeno no Brasil e no mundo. Seu impacto na cultura digital é imensurável. O jornalismo, a política e o entretenimento foram profundamente transformados pela interação em tempo real e pela comunicação rápida e leve da microblogagem – frases curtas e impactantes, como gostaria Hemingway, em até 140 caracteres (ZANATTA, 2016, s.p.).

Os números para 2016 são de que a cada segundo, em média, 6 mil Tweets são tweetados por segundo! Isto corresponde a cerca de 350 mil por minuto, 500 milhões por dia e em entorno de 20 bilhões por ano (INTERNET LIVE STATS, 2016)[2]. Para se ter uma noção mais real do que estes números significam, há contadores em tempo real como Internet Live Stats[3] e o Worldometers[4].

Sobre as manipulações usando a mídia, a literatura de ficção tem dado grande atenção, por exemplo, sobre os desafios da inserção e dependência da tecnologia, Isaac Asimov (1919 - 1992), já tratava disto década atrás. Seu libro Eu, Robô é de 1950 e traz as 3 leis da robótica:

Três Leis da Robótica: 1) um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal; 2) os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; e 3) um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores (SUPER INTERESSANTE, 2015).

Recentemente, a série inglesa Black Mirror trata das consequências do uso exagerado da tecnologia. O episódio The National Anthem, o primeiro episódio da série, exibido em 2011, envolve um sequestro, a decisão do Primeiro-Ministro de atender às exigências dos sequestradores (de manter relações sexuais com um porco) e a pressão da opinião pública em tempo real via redes sociais.

Mudanças na sala de aula

A Web 2.0 possibilita várias formas de interação entre professores e alunos, ou entre alunos e alunos, por exemplo, pode-se criar um blog para publicar notícias referentes aos assuntos tratados em sala de aula e, com isto, favorecer que os alunos debatam algum assunto mesmo quando fora da escola. Em sala de aula, ou fora dela, os alunos podem acessar facilmente vídeos no Youtube ou produzi-los e disponibilizados na página ou grupo no Facebook. Neste sentido, podemos obter informações sobre os problemas socioambientais ou participar de campanhas através da internet. Quando se trata de educação ambiental, isto se torna essencial (LAMIM-GUEDES, 2012), mas, evidentemente, não é exclusivo desta área da educação.

Discutir a seleção de conteúdos pressupõe que o educador e alunos tiveram acesso a esta informação, com grande possibilidade de ter sido através da internet. Com o advento da Web 2.0, a internet passa a ser encarada como uma plataforma, na qual tudo está facilmente acessível e publicar online deixou de exigir a criação de páginas (em termos de programação) ou de saber alojá-las num servidor. Neste sentido, é importante a utilização das TICs em sala de aula.

Neste contexto, reforçamos a visão de que o professor não é detentor do conhecimento, mas um facilitador do processo de aprendizagem pelos alunos. Aliado a isto, ele também aprende com seus alunos, seja para acompanhar as inovações tecnológicas, seja por visões distintas sobre os assuntos tratados durante as ações educativas.

Vale ressaltar que a Educação a Distância (EaD), atualmente, utiliza das ferramentas da web 2.0 e TICs de forma intensa. Neste contexto, a existência de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) permite a criação de comunidades virtuais que, devido a interesses comuns, permitem a aprendizagem colaborativa com os participantes localizados em qualquer lugar. Os cursos massivos e on-line (MOOCs, na sigla em inglês para Massive Open Online Courses) reúnem centenas ou milhares de participantes em um processo de aprendizagem em que a informação é fluida e não tem que ser memorizada por cada um, mas também salva na rede. Algumas das principais plataformas de MOOCs é Coursera[5] e a Miríada X[6]. Assim, muito mais importante do que a memorização, o aspecto chave é saber onde conseguir uma informação quando precisa dela. Desta forma, estamos falando do trabalho articulado, isto é, em rede.

Ainda sobre o uso de TICs em atividades educativas, elas podem ser usadas pelos professores para trabalhar de forma mais contextualizada as informações tratadas. Isto porque os alunos podem ter acesso a vídeos, ou criarem debates mais dinâmicos via web – por exemplo, usando o Facebook. Existem diversas iniciativas que usam o Facebook como auxiliar ao ensino presencial, como o relatado por Ferreira e Bohadana (2014), que usaram esta mídia social para dinamizar uma disciplina teórica de um curso de pedagogia presencial, tendo uma intensa interação no ambiente digital, complementar à interação presencial.

A contextualização das informações é essencial para manter o interesse dos alunos. Por exemplo, ao tratar de recursos hídricos, debater a situação do rio que passa próximo a escola é uma forma de aproximar os conhecimentos teóricos com a realidade local. Segundo Lamim-Guedes (2012), o acesso à informação pela internet permite que o indivíduo possa ampliar seu conhecimento sobre os problemas socioambientais. Sobretudo, porque estes problemas são variáveis quanto à escala (de locais a globais) e apresentam-se de forma dinâmica no tempo e no espaço. Isto toma uma perspectiva positiva quando levamos em conta a frase do ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no livro “Ecologia e Cidadania” (1997, p. 16): “A educação ambiental bem-ensinada e bem-aprendida tem de ter relação com a vida das pessoas, o seu dia-a-dia, o que elas veem e sentem, o seu bairro, a sua saúde, as alternativas ecológicas. Caso contrário, é artificial, distante e pouco criativa”. Esta visão em relação à educação ambiental do Carlos Minc pode ser ampliada para outras áreas do saber. Por exemplo, na matemática, ensino de línguas, geografia ou biologia, as informações devem vir do dia a dia das pessoas, além de facilitar a compreensão, permite que estas permaneçam estimuladas em seus estudos ao ver aplicação para as informações apresentadas.

Com este cenário de fácil acesso à informação, passou-se a perceber um novo fenômeno: o mal-estar, chamado de angústia dos incluídos por Kenski (2002), que afeta muitos professores e pesquisadores por não dar conta de acompanhar as notícias, artigos científicos e livros publicados diariamente.

Diferentes formas de Alfabetização

A alfabetização vai além de identificar letras, formar silabas e palavras... ela está relacionada à percepção da realidade[7]. Paulo Freire, no livro A Importância do Ato de Ler, estabelece claramente que o conceito de alfabetização deve “ultrapassar os limites da pura decodificação da palavra escrita” (BORGES, 2016, p. 31), pois “a compreensão crítica do ato de ler se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da leitura daquele “ (FREIRE, 1982, p. 9 apud BORGES, 2016, p. 31). Assim, a compreensão do texto exige um entendimento das relações entre este e o contexto, por isto, o alfabetizando é o sujeito deste processo, tirando o foco do objeto. A alfabetização é um ‘ato político e um ato de conhecimento, por isto mesmo um ato criador” (FREIRE, 1982, p. 9 apud BORGES, 2016, p. 31).

A alfabetização é essencial para a comunicação atualmente, sendo que a educação pessoal influencia não apenas individualmente, mas também tem desdobramentos sobre a aprendizagem dos filhos e, por consequência, na renda destes. Ramos e Reis (2008, p. 19) afirmam que “indivíduos com pais mais escolarizados têm um nível médio de escolaridade bem superior ao dos trabalhadores com pais pouco educados, indicando uma limitada mobilidade educacional”. Porém, a globalização e outros processos, muitos destes possibilitados ou acelerados pelos avanços tecnológicos, reforçam a necessidade de ler o mundo, parafraseando Paulo Freire. Desta forma, temos a necessidade de várias alfabetizações, como discutiremos nos próximos parágrafos.

  Como a ciência e a tecnologia estão presentes no dia a dia das pessoas, causando profundas transformações econômicas, sociais e culturais, é essencial que o educador contribuía para a alfabetização científica e o estímulo a uma cultura científica por parte dos alunos. O alfabetismo científico, ou alfabetização científica, refere-se à ideia de apropriação pelas pessoas do conhecimento, entendimento e habilidade requeridos para uma atuação efetiva na vida cotidiana em função da importância do papel da ciência, da matemática e da tecnologia na vida moderna (CAZELLI et al., 2003, p. 84; para uma revisão sobre o conceito, veja SASSERON; CARVALHO, 2011).

A expressão o papel da ciência na vida moderna retrata um aspecto essencial, não apenas para compreender e utilizar a ciência e tecnologia, mas para permitir às pessoas julgarem as informações que tem acesso e serem críticas. A contribuição de Paulo Freire (1921-1997), por exemplo, ao tratar de uma perspectiva libertadora da educação (FREIRE, 2002), está diretamente relacionada a esta discussão. Isto porque não temos a necessidade de “apenas obter informações”, segundo uma perspectiva bancária da educação, que muitas vezes o ensino de ciências carrega consigo quando baseado na memorização e não na análise crítica das informações e do contexto de produção destas. O ensino de ciências passa a ser libertador quando trata, entre outros aspectos, que o conhecimento científico é um produto da ação humana, não acabado, portanto, dinâmico e sujeito a construção, reconstrução e análise constantes (LATOUR, 2000), e quando o professor considera as informações e vivências que os alunos já têm como ponto de partida para desenvolver a educação científica, conjuntamente com o aspecto experimental que o ensino de ciência pode ter[8], com a formulação e teste de hipóteses. Sasseron e Machado (2011, p. 61) adotam uma visão de alfabetização científica baseada na ideia de alfabetização freireana[9], segundo a qual “deve desenvolver em uma pessoa qualquer a capacidade de organizar seu pensamento de maneira lógica, além de auxiliar na construção de uma consciência mais crítica em relação ao mundo que a cerca” (grifo nosso). Perceber o mundo que a cerca é essencial! Até mesmo para a sustentação das democracias contemporâneas, pois estas necessitam “de cidadãos que tenham não somente o direito de votar, mas disponham de informações sólidas e consistentes para poderem bem decidir sobre temas que com frequência vão além do simples senso comum” (SILVA, 2012, p. 50).

O uso das TICs é uma barreira muito grande para muitos professores que não são nativos digitais[10]. De acordo com Machado e Mandelbaum (2013, p. 110):

os alunos de hoje dificilmente recusam a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na aprendizagem. Para eles, as TIC não representam uma barreira à aprendizagem, pois são instrumentos que eles conhecem desde sempre, que apreciam e que dominam com naturalidade. Por outro lado, os docentes, em sua maioria, ainda são da mesma geração da década de 90, que não conviveram com as TIC desde pequenos e aprenderam a aprender e a ensinar com outros tipos de recursos. Os professores, então, têm de se adaptar ao mundo das tecnologias e muitas vezes, têm dificuldade em ‘tirar os pés totalmente do passado’, como um imigrante.

Neste contexto, dado o avanço das TICs, temos a alfabetização digital[11] ou informática.

O termo alfabetização digital tem sido usado para designar um tipo de aprendizado da escrita que envolve signos, gestos e comportamentos necessários para ler e escrever no computador e em outros dispositivos digitais.

Podemos pensar numa alfabetização feita com instrumentos digitais, em ambiente digital e no contexto de letramento digital. Os instrumentos digitais trazem novas formas de produção, transmissão, circulação e divulgação dos escritos. No caso da alfabetização digital, se entrecruzam o uso do instrumento de registro, os usos sociais da escrita, os sistemas de representação (letras, sinais gráficos, ícones, cores, sonoridades, imagens fixas e em movimento) no mesmo suporte – e estas formas interferem mutuamente no gesto de escrever e no pensamento sobre o funcionamento da escrita (FRADE, 2014, s.p.).

A alfabetização digital permite um maior acesso à informação, desta forma, espera-se que as pessoas tenham maior consciência do mundo que a cerca, aliado a isto, que sejam também mais independentes. A independência vem da possibilidade de realizar desde atividades simples, como pedir um taxi usando um aplicativo ou usar o internet banking, até mais complexas, como buscar em redes sociais e sites as propostas de candidatos a cargos públicas em época de eleições. Desta forma, é um elemento importante para alcançarmos a democracia.

O simples acesso à informação, favorecido pela alfabetização digital e uso das TICs, faz com a pessoas se deparem com outras visões de mundo e opiniões convergentes e divergentes, o que reforça a visão de diversidade sociocultural da nossa sociedade. Porém, a convivência social, incluindo em redes sociais, requer respeito a normas de convívio. Para a internet, temos a netiqueta (veja uma lista em DICAS DE ETIQUETA, 2012).

O conjunto de regras de comportamento na Internet, a netiqueta, tem origem na fusão das palavras net (em inglês – rede) e etiqueta (regras de comportamento - etiquette). A expressão traduz um conceito de bom uso da internet, sugestões e recomendações para usar as ferramentas emails, blogs, sites de relacionamento e demais ambientes virtuais (BISCALCHIN; ALMEIDA, 2011, p. 198).

As redes sociais são locais que podemos observar, repetidamente, o desrespeito às netiquetas, por exemplo, em comentários racistas, machistas e contra nordestinos. Aliado a isto, temos a formação de bolhas nos perfis de redes sociais como o Facebook. Isto acontece pelo fato das pessoas manterem em seus perfis apenas aquelas pessoas ou instituições que compartilham das mesmas opiniões. É como se existissem vários “Shows de Truman”[12], isto é, mundos artificiais paralelos, no caso das redes sociais: bolhas ideológicas.

O Facebook seleciona o que os usuários veem em seu mural. Um algoritmo filtra o que é mostrado para, em princípio, dar ao usuário apenas o que mais lhe agrada ver e não enchê-lo com informações que não lhe interessem tanto. A dúvida é se esse algoritmo que nos conhece tão bem está nos alimentando apenas com o que gostamos, criando uma bolha a nosso redor na qual não entra nada que desafie nosso modo de pensar (SALAS, 2015, s.p.).

Alguns estudos buscaram analisar este fenômeno, mas ainda são artigos bastante questionados, como retratado por duas reportagens sobre o estudo Exposure to ideologically diverse news and opinion on Facebook (BAKSHY; MESSING; ADAMIC, 2015). Na reportagem Usuários transformam seus murais no Facebook em ‘bolhas’ ideológicas, Salas (2015) afirma que o “algoritmo ajuda a reduzir a diversidade ideológica das páginas, mas não é maior culpado. Usuários se fecham em suas próprias ideias”, enquanto a reportagem Estudo nega que redes sociais criem 'bolha ideológica' (AFF, 2015) resume em seu título o estudo de forma bastante literal. Podemos destacar que, em termos de jornalismo científico, é nítida diferença entre os dois textos, pois ambos são baseados no mesmo estudo científico publicado, sobre seus métodos e conclusões. No entanto, no caso do El País (SALAS, 2015), são apresentadas críticas a metodologias baseadas nas opiniões de outros cientistas, o que deixa o texto muito mais crítico e complexo, não sendo, portanto, uma análise tão literal como o texto da Agence France-Presse (AFF, 2015). Com esta crítica, entramos em uma outra forma de alfabetização, a midiática. Para a UNESCO (2013, s.p.),

a proliferação dos meios de comunicação de massa e de novas tecnologias provocou mudanças decisivas nos processos e comportamento da comunicação humana. A alfabetização midiática visa a empoderar cidadãos provendo-lhes competências (conhecimento, habilidades e atitude) necessárias para engajar a mídia tradicional com as novas tecnologias, incluindo os seguintes elementos ou resultados de aprendizagem:

  • Compreender o papel e as funções da mídia nas sociedades democráticas;
  • Compreender a condição sob a qual a mídia pode exercer suas funções;
  • Avaliar criticamente os conteúdos de mídia;
  • Engajar-se com a mídia para se expressar e participar democraticamente; e
  • Revisar habilidades (incluindo habilidades em TIC) necessárias para produzir conteúdos gerados por usuários.

A crise de abastecimento de água na Grande São Paulo entre os anos de 2014-2016 serve-nos de exemplo, pois a mídia de massa estava emparelhada com o discurso oficial de que os problemas de abastecimento são decorrentes da falta de chuvas. O site oficial da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em perguntas frequentes, responde a questão “Qual é a causa desta crise hídrica?” da seguinte forma:

Desde o verão de 2013, a região Sudeste do Brasil tem registrado um índice acumulado de chuvas que é o pior dos últimos 84 anos, segundo dados do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

Na Grande São Paulo, as temperaturas acima do normal nos dois últimos anos e o tempo seco agravaram o problema, com aumento do consumo, levando a uma redução do nível dos principais reservatórios, o Cantareira e o Alto Tietê. Mesmo com as boas chuvas de fevereiro e março de 2015, as represas destes dois sistemas ainda não se recuperaram.

Toda essa confluência de fatores configura um fenômeno de gravidade imprevisível, que tem reflexos globais, afetando outros locais como Rio de Janeiro, Minas Gerais e países como Estados Unidos (Califórnia), Chile, Austrália, entre outros, que têm enfrentado problema semelhante (SABESP, 2015, s.p.).

Contudo, este discurso deixa de lado os problemas de gestão dos recursos hídricos. Apesar de ser influenciado por aspectos ambientais como citado acima, as opções políticas e o modelo de desenvolvimento são os maiores responsáveis pelo cenário atual. Uma destas “opções” da Sabesp é de firmar contratos com grandes consumidores, os chamados contratos de demanda firme, segundo os quais, estes pagam menos pela água consumida, desta forma, os maiores consumidores são estimulados a consumir mais, ao invés de serem o principal alvo da campanha da redução de consumo (LAMIM-GUEDES, 2015). O contraponto ao discurso oficial (Sabesp e grande mídia) foi feito nas redes sociais, através de páginas de ativistas ambientais[13] e de jornalistas “livres”[14] (em contraposição aos “amarrados” por seus redatores-chefes).

Um grande problema desta crise de abastecimento de água é a despolitização do problema. A solução para a crise hídrica inclui uma maior participação social, com maior posicionamento crítico dos cidadãos. Posicionamento crítico talvez seja uma solução para este e outros problemas brasileiros, como comentado por Moraes (2015, s.p.):

Em 2014, nas eleições para o governo do Estado, a cegueira estava disseminada. Diferentemente do livro de José Saramago, onde uma mancha branca, um “mar de leite”, cegava um a um os habitantes de uma cidade fictícia, em São Paulo os cegos continuavam enxergando. Mas há tempos já se diz que o pior cego é aquele que não quer ver.

Por sinal, o que vemos é a existência de um grande contingente de “analfabetos midiáticos”:

Ele [o analfabeto midiático] ouve e assimila sem questionar, fala e repete o que ouviu, não participa dos acontecimentos políticos, aliás, abomina a política, mas usa as redes sociais com ganas e ânsias de quem veio para justiçar o mundo. Prega ideias preconceituosas e discriminatórias, e interpreta os fatos com a ingenuidade de quem não sabe quem o manipula. Nas passeatas e na internet, pede liberdade de expressão, mas censura e ataca quem defende bandeiras políticas. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. E que elas – na era da informação instantânea de massa – são muito influenciadas pela manipulação midiática dos fatos (VICENZI, 2013, s.p.).

Partindo deste contexto, podemos considerar, por exemplo, que a alfabetização científica, digital e midiática podem proteger pessoas que frequentam algumas igrejas na quais aproveitadores usam da fé alheia para obter recursos financeiros via dízimo. Devido a isto, são recorrentes denúncias de enriquecimento ilícito, por exemplo, em relação ao pastor Silas Malafaia ou ao Pastor Marcos Feliciano. Se as pessoas forem alfabetizadas cientificamente, situações cotidianas podem ter interpretações completamente diferentes das inicialmente disponíveis. Tal tipo de posicionamento só é possível com análise e provas, em uma nítida posição cientifica, que evita manipulações (LAMIM-GUEDES, 2014).

Neste sentido,

a Alfabetização Midiática e Informacional[15] reconhece o papel fundamental da informação e da mídia em nosso dia a dia. Está no centro da liberdade de expressão e informação, já que empodera cidadãos a compreender as funções da mídia e outros provedores de informação, a avaliar criticamente seus conteúdos e, como usuários e produtores de informação e de conteúdos de mídia, a tomar decisões com base nas informações disponíveis (UNESCO, 2013).

Vicenzi (2013) termina o seu texto citando o dramaturgo, poeta e encenador alemão Bertolt Brecht (1898-1956):

Nada é impossível de mudar.

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Não deixa de ser plausível que a discussão realizada neste item, sobre estas várias alfabetizações, vai de encontro a esta afirmação Brechtiana.

A discussão sobre a educação para o século XXI não pode deixar de considerar estas várias alfabetizações. As TICs favorecem em muito a comunicação, mas também colocam novos desafios, como o uso para fins não educativos de celulares em sala de aula. Aliado a isto, as TICs também são usadas para controle da opinião pública: até que ponto uma simples busca no Google foi manipulada por interesses financeiros?

Considerações finais

Neste texto, discutimos o volume de informação que temos acesso diariamente, o uso de TICs, as inovações e a atuação dos professores em sala de aula. Estes assuntos quando relacionados exigem diversas habilidades e competências dos alunos que buscamos discutir como diferentes formas de alfabetização (científica, digital ou informática e a midiática), que são essenciais para o exercício da democracia. Neste sentido, dependemos também de ações educativas que favoreçam uma compreensão adequada da vida em sociedade, incluindo os direitos humanos, a igualdade e o desenvolvimento sustentável. Em São Paulo, como no Brasil e em boa parte do planeta: necessitamos do exercício de uma educação global.

Assim, é essencial reconhecer o papel político da educação, como fez o educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997) em sua obra, sobretudo ao apresentar uma concepção libertadora da educação (FREIRE, 2002). Dentro do cenário de superprodução de conhecimento, o professor tonar-se muito mais um facilitador da obtenção de conhecimento pelo aluno, deixando definitivamente de lado a possibilidade de uma visão próxima à concepção bancária criticada por Paulo Freire (2002).

Referências

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[1] Atualmente é o 6º. mais alto do mundo. Fonte: http://skyscrapercenter.com/buildings.

[2] Apesar destes números assustadores, o crescimento de usuários e tweets do Twitter tem perdido o fôlego, o que tem colocado em cheque a saúde financeiro da empresa, conforme Zanatta (2016). Neste texto, o autor trata destes rumores sobre a situação de dificuldades financeiras da empresa e comenta sobre “uma alternativa: assumi-la coletivamente, transformando-a em experiência inédita de grande rede social-cooperativa”.

[4] Site http://www.worldometers.info/pt/. Apresenta estatísticas em tempo do fluxo de informações na internet, mas também dados populacionais, de saúde (como a contradição entre o número de pessoas com peso a mais no mundo X desnutridas no mundo) e outros como de investimento em armamento e alguns aspectos da degradação ambiental.

[7] Acesse Soares (2014) para ter uma discussão sobre o conceito de alfabetização e a distinção do conceito de letramento.

[8] Aqui fazemos referência às abordagens educativas cognitivistas e socioculturais, conforme tratadas por Mizukami (1986).

[9] Maciel (2014), descreve em verbete o Método Paulo Freire, no qual ressalta que se trata de um processo dinâmico, a existência dos ciclos de cultura, a participação (constituição dos grupos em rodas de conversa), buscando criar temas geradores, para a constituição de um “método processual coletivo de alfabetização”, de forma que o orientador do Círculo deve enfatizar a conscientização e a superação da visão acrítica do mundo.

[10] Segundo Cassany e Ayala (2008), é bastante difundida a ideia de que, atualmente, coexistem duas gerações diferentes, uma de jovens – incluindo crianças – e outra de adultos, que compartilham uma mesma tecnologia informática, móvel e multimodal, contudo, a utilizam e a transformam de maneiras distintas e peculiares. Os primeiros a conhecem (chamados nativos digitais), e a segunda que não os conhece (chamados migrantes digitais).

[11] Veja o verbete Letramento digital (RIBEIRO; COSCARELLI, 2014).

[12] Referência ao filme de 1998 protagonizado por Jim Carrey.

[15] A UNESCO trata estas duas formas de alfabetização de forma articulada, visão que buscamos reforçar nestes texto, mas diversos autores entendem como processos distintos e que são trabalhados isoladamente.

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