03/02/2016

Blended learning: da sala de aula à internet

Por Felipe Dib

voceaprendeagora@gmail.com

 

Já se foi a época em que ficar conectado à Internet era sinônimo de desocupação e que a culpa pelas notas baixas na escola era da rede mundial de computadores. A mudança de comportamento após a chegada da Internet atingiu, além de diversos setores da vida, também a maneira de ensinar e aprender. Existe um termo usado para essa transformação que é o blended learning, ou seja, a mistura do aprendizado entre o mundo físico com o online. Hoje, as pessoas aprendem tanto no presencial quanto na web e, às vezes, até ao mesmo tempo. Quando você precisava tirar uma dúvida no passado, por exemplo, você questionava alguém ou procurava em um livro, certo? Na atualidade pode até ser que se pergunte para alguma pessoa - os livros são raramente consultados - mas o buscador digital é sempre procurado, não é mesmo? Sim, as pessoas aprendem com a Internet e confiam no que ela diz.

 O Brasil é o quarto país no mundo em usuários online. A última Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Pnad), feita em 2013 junto com o Ministério das Comunicações, aponta que mais de 85 milhões de brasileiros com mais de 10 anos de idade acessaram a web durante aquele ano. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número representa mais de 51% da população do Brasil. E não é só por desktops e notebooks que ficam conectados, quase 78% da população possui celular e 1,5% dos lares acessa a web exclusivamente pelo aparelho.

 Com todo esse panorama fica fácil enxergar o porquê da quantidade de professores que aderem à Internet para ensinar, já que ela está em plena ascensão. A web é um ambiente muito procurado para o aprendizado por três motivos: primeiro pela flexibilidade. Pode-se acessá-la de onde estiver e na hora que quiser; segundo, por conta da acessibilidade, pois a aula pode ser acessada de um celular, tablet, computador ou qualquer aparelho conectado à internet. E o terceiro é a escalabilidade, já que milhões de pessoas podem assistir a mesma aula, ao mesmo tempo, em qualquer local do mundo, sem que ela fique com menor qualidade ou caia a conexão. Além disso, tem o fator preço, uma vez que a Internet é mais democrática e inclusiva até para quem não dinheiro para investir.

Há mais de uma maneira de buscar por conteúdos online. O site YouTube é o mais procurado para hospedar as vídeo aulas, que envolvem uma infinidade de temas. Porém, alguns professores possuem as próprias plataformas que oferecem uma maior interação, como é o caso do Você Aprende Agora - curso que criei para facilitar o aprendizado do inglês com aulas gratuitas de até três minutos.

 Universidades renomadas internacionais, como a de Berkeley, Harvard, MIT, Stanford, Columbia, Michigan, e também as nacionais federais já possuem cursos, graduações e extensões via ensino a distância, o conhecido EAD. A web beneficia o aluno que quer aprender, porque não há distrações como na sala de aula e a avaliação é totalmente objetiva: ela certifica o que o aluno realmente aprendeu e não se deixa influenciar por sua postura ou por outros métodos de participação como, por exemplo, trabalhos complementares.

 

Os desafios que as aulas online ainda precisam vencer estão na barreira da socialização e do comprometimento, pois o presencial, por vezes, se beneficia quando o aluno se planeja para ir às aulas e tem isso como obrigação para não perder a matéria, ou gosta de estar presente, porque tem afeição pelos colegas de sala e coisas do tipo. Já a Internet pode tornar o aprendizado mais solitário (isso também já está mudando!) e necessita de mais disciplina, já que a preguiça, de acordo com a teoria comportamental, é nativa do ser humano e procrastinar tudo o que é possível se tornou um defeito de fábrica. Essas devem ser preocupações constantes para os professores de Internet, que têm como dever se esforçar para proporcionar mais interação entre os alunos e estimular uma dedicação maior ainda quando o conteúdo se torna online.

 Ganhará muito quem entender que o digital tornou-se responsável pela maior parte do que aprendemos!

 *Felipe Dib é o fundador, CEO e professor da plataforma online de ensino de inglês gratuito Você Aprende Agora.

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