09/04/2020

Bolsistas apresentam resultados de pesquisas sobre COVID-19

Pesquisadores de Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) concluem artigo após primeiros resultados. Programa de Combate às Epidemias está concedendo 2.600 bolsas de estudo

 

Os pesquisadores financiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que estudam o novo coronavírus já estão obtendo seus primeiros resultados. Seis bolsas foram concedidas para o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (PPGMT-UEA) em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) pelo Programa de Combate às Epidemias.

Os pesquisadores estão estudando o uso da cloroquina como forma de tratamento à fisiopatologia, imunologia, alterações patológicas, genéticas e biomarcadores para compreender melhor a ação da COVID-19 no organismo. Os primeiros testes com uso da substância foram feitos em um grupo de 81 pacientes infectados, em estado grave, e buscou a dose mais adequada, avaliando a segurança e eficácia do medicamento. Os resultados indicaram melhor aceitação do organismo com doses mais baixas do remédio. As mais altas agiram de maneira agressiva e podem causar alterações cardiovasculares, como arritmias.

O mesmo estudo indicou a permanência do vírus no sistema respiratório mesmo após cinco dias de uso da cloroquina e do antibiótico azitromicina. Wuelton Monteiro, coordenador do PPGMT, explica que é necessário aumentar a quantidade de testes com mais pacientes para ter resultados com maior efetividade. Com a primeira parte do trabalho os cientistas elaboraram um artigo para contribuir com a literatura internacional sobre o tema.

Cerca de 60 cientistas e técnicos estão envolvidos em pesquisas sobre o novo vírus corona. Onze deles são bolsistas CAPES. “Precisamos de muitas pessoas para fazer inclusão e acompanhamento dos pacientes com boas práticas clínicas para os resultados serem bem recebidos na literatura”, afirma Monteiro. Muitos profissionais participam de forma voluntária para ajudar na produção de conteúdo sobre o vírus. “É mais mão de obra em qualificação que está sendo empregada no estudo”, conclui o especialista.

Para as próximas etapas da pesquisa, os cientistas planejam incluir pacientes que não estejam em estado grave para ver se há benefício da cloroquina nesses casos. Também devem ser testadas outras classes de medicamentos em pacientes em estado grave, como corticoides.

O estudo teve seu protocolo submetido e aprovado pelas autoridades reguladoras. Os pacientes que participam da pesquisa estão recebendo atendimento no Hospital Delphina Azis, unidade de referência no tratamento de casos da COVID-19 em Manaus (AM).

Os casos confirmados de infectados pelo vírus no Brasil somam 13.717, segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. Até o momento foram registradas 667 mortes em 24 estados e no Distrito Federal.

Combate às Epidemias
A Medicina Tropical da UEA recebeu nos últimos dias seis novas bolsas da CAPES. Elas foram concedidas na primeira de três etapas do Programa de Combate às Epidemias. Novecentas foram bolsas distribuídas para o estudo da COVID-19 aos programas de pós-graduação na área de saúde. A segunda etapa, que está com edital aberto, vai selecionar até 30 projetos de pesquisa sobre surtos, epidemias, endemias e pandemias e conceder mais 900 bolsas. A terceira fase será lançada nos próximos meses e concederá outras 800 bolsas para cursos das áreas da Saúde e Exatas que tenham ligação com o tema do Programa.

Confira o edital nº 09/2020

(Brasília – Redação CCS/CAPES) - 08.04.2020

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