04/12/2017

Brasil, Pátria Educadora: Fato ou Puro Marketing Político?

BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA: FATO OU PURO MARKETING POLÍTICO?

Ozinei dos Santos Chaves1

1 – Pós-Graduando Lato Sensu em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Tecnologia Fase do Amazonas. Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação em (administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional) pela Faculdade Estácio do Amazonas. E-mail: ozinei.chaves@gmail.com. Telefone: (92)992174639/981586599.

            Não sei se você viu ou ouviu a seguinte frase: "Brasil, pátria educadora". Se não, vamos discutir um pouco sobre isso. Essa frase tão bonita, forte e tão divulgada nos meios de comunicação, se tratava do slogan do Ministério da Educação (MEC) do governo da presidente anterior. Aí vem o seguinte questionamento: esse slogan foi de fato real ou não passou apenas de um jogo/marketing político? Como dizer que o Brasil é uma pátria educadora se a própria educação nunca foi prioridade dos governos anteriores.

           Quando se observa a fundo a história da educação brasileira percebe-se que ela sempre foi concebida como "privilégio" e não como uma garantia de fato, outra verdade é que ao longo dessa mesma história não se observa índices de qualidade na educação. A educação brasileira é regida pelo mercado econômico (capitalismo) seguindo sempre as orientações do Banco Mundial, incorporada ainda a globalização, e ao mesmo tempo ao Neoliberalismo econômico.

          Analisando a realidade de muitas escolas públicas é notório diagnosticar ainda o famosíssimo círculo vicioso que vitimiza várias instituições de ensino dessa nação conhecido como "os governos fingem que investem, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem".

          A verdade é que a tão pregada e apregoada "pátria educadora" é de fato apenas puro marketing político porque na prática o que se vê são apenas teorias, discursos, fingimentos, camuflagem e dados estatísticos. Esse slogan foi longe de se tornar real até porque observando a ranking mundial de qualidade de educação, o Brasil ocupa a posição 60°em lista com 76 países, pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (G1. GLOBO.COM).

          Quando se ouve os discursos do MEC o que se observa são os chamados os dados estatísticos que de certa forma são maquiados de tal forma que parecem como se fossem reais, como se tratassem da realidade como ela é. A verdade é que maquiando a realidade o Estado passa a ideia que estar tudo ocorrendo na mais perfeita tranquilidade e harmonia, como se dissessem, "os números estão aí", "estamos trabalhando para melhorar ainda mais a atual quadro da educação em nosso país". Só sabe da realidade da educação quem nela está inserido.

         O fato é que quando o Estado camufla a realidade ele estar nada mais nada menos que escondendo seu fracasso. Um exemplo bem claro: quando a escola recebe a informação de que um representante da Secretaria irá visitar tal escola, começa aquele mutirão de limpeza, de organização, de pintura, de conserto, só para passar a imagem de que estar tudo nos conformes.  

          Uma nação é conhecida pela sua cultura, o Brasil por sinal é conhecido como o país do futebol, do carnaval e do samba, e muita gente se orgulha disso. Temos que quebrar essa imagem que o mundo tem de nosso país, precisamos priorizar as coisas mais importantes e significantes, dentre elas os pilares de desenvolvimento de um país: a educação, ciência e a tecnologia. Essa nação não evolui e não progride porque não existe comprometimentos por parte daqueles que se dizem representantes. É preciso que o investimento seja primeiro na base, nas crianças das series inicias, como diz Dimenstein (1999, p.157) "são muitos os países que progrediram por investirem nas suas crianças".

         Para se tornar um país educador é necessário que haja investimento pesado em educação, ciência e tecnologia. Recurso, capital existe só, o que falta é boa vontade e comprometimento de todos os poderes executivos. O que se pretende com essa discussão é fazer com que o investimento em educação seja cultural, encarado como principal prioridade de cada gestor dessa imensa nação. O Brasil só será uma nação educadora quando de fato a educação for prioridade, quando a cultura e os valores forem direcionados ao desenvolvimento do povo brasileiro.

REFERÊNCIAS

Http://www.g1.com.br

DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direiros humanos no Brasil. 16 ed. Editora: Ática, 1999.

SUGESTÕES DE LEITURA

FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria de prática da liberdade: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2001.

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