Brasil Rumo ao Équiça
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br
Educação é a porta para entrada do conhecimento e discernimento, erradicando de vez a ignorância e alienação e dando espaço para o crescimento pessoal, profissional e humanitário.
Chega a ser triste saber que o maior orgulho de um país é o seu futebol e querer estar como o melhor do mundo. Oras, amargamos o último ou penúltimo lugar em muitas modalidades como na educação em que o Brasil ocupa a 39 posição dos 40 países, estando à frente apenas da Finlândia que já foi laureada com o prêmio Nobel por 5 vezes, mas o que vem a ser um prêmio Nobel?
De acordo com o Mundo Educação, o “Prêmio Nobel é uma das mais prestigiadas premiações do mundo”. Todos os anos, pessoas que fizeram pesquisas de grande valor para o bem do ser humano em diversas áreas, como Química, Física, Medicina, Literatura, Economia e Paz, são escolhidas e premiadas.
O interessante é perceber que todos os países (instituições e/ou pessoas) podem receber o prêmio em uma das modalidades acima, assim como o Prêmio já foi recebido por duas vezes pela Albânia; uma vez por Azerbaijão; duas vezes pelo Chile, uma vez pelo Chipre, duas vezes pela Colômbia; uma vez pela Gana; três vezes pelo México; uma vez pelo Peru; uma vez pela Quênia; e muitos outros países em situações econômicas piores, exceto o Brasil.
A Copa do Mundo são 32países participando com até 23 jogadores, porém para o Prêmio Nobel, são 193 países com uma população atual de 7,6 bilhões de habitantes, segundo dados levantados pela ONU.
Algumas seleções tradicionais não conseguiram fazer parte destas 32 que foram classificados para a Copa do Mundo, entretanto em relação ao Prêmio Nobel, elas estão bem, como Itália que entre os 10 países com mais Prêmios Nobel, encontra-se na 10 posição e o Canadá na 9 posição e vemos nos Estados Unidos da América o país que nunca ganhou uma copa e sequer tem tradição no futebol, porém encontra-se em primeiro lugar no ranking do Prêmio Nobel, sendo laureado 355 vezes.
Países como estes laureados pelo Prêmio Nobel acreditam na educação e pesquisa.
Vale lembrar que o Nobel não é uma disputa e sim uma prestigiada premiação e que representa o reconhecimento de pesquisas nas áreas já mencionadas acima.
Em relação a pesquisa, Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Pratica Educativa, publicado pela Paz e Terra em 1996 era taxativo ao afirmar que "não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino", e Romanelli eu seu livro História da Educação, publicado pela Petrópolis em 2003 já advertia que existe uma dissociação entre ensino e pesquisa no Brasil. Para o autor, o setor de pesquisa no Brasil, apresenta-se como um corpo estranho nas universidades e sem função social definida.
Assim sendo, resta ao brasileiro sonhar com o hexa, já que segundo o IBOPE (20005) somos uma nação com aproximadamente 14 milhões de analfabetos absolutos e um pouco mais de 35 milhões de analfabetos funcionais, por isso precisamos do équiça escrito assim mesmo, mas isso para o país do futebol é irrelevante, afinal de contas, somos uma das melhores ou até mesmo a melhor seleção do mundo.
O Brasil é uma potência desfalecida que não investe na educação e tampouco no esporte, não para ser referência como os países citados acima, mas pelo menos para tirar o seu povo do risco social.
Infelizmente somos referências na política corrupta, nos desvios de verbas, nos políticos mais remunerados do mundo, no sistema judiciário mais cego e conivente com a injustiça, na impunidade dos parlamentares, na saúde pública precária, na falta de segurança, no país com o combustível mais caro e com os maiores tributos (impostos, taxas e contribuições), enfim, isso tudo é fruto de uma país formado por pessoas e não cidadãos.
Tomazi em seu livro Sociologia da Educação publicado pela Atual em 1997 foi enfático ao afirmar que "Cidadania é ter direitos, é o direito de ter uma educação para saber quais são os nossos direitos e como exercitá-los".
Assim, pode-se perceber que não somos cidadãos, somos apenas pessoas domesticadas e docilizadas, sonhando com o hexa, e ignorando a situação frágil que o povo se encontra.
Somos brasileiros ignóbeis, porém temos Neymar.