06/04/2020

BREVE PERCURSO HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO RIO DE JANEIRO: UM RESGATE DA IDENTIDADE PROFISSIONAL

BRIEF HISTORICAL PATH OF TEACHER TRAINING IN RIO DE JANEIRO: A RESCUE OF PROFESSIONAL IDENTITY

Mônica Macedo[1]

Sabrina Guedes[2]

 

Resumo

Esta comunicação tem o objetivo de registrar e analisar de forma breve a História da Educação Brasileira, fazendo uma cronologia desde os primórdios do nosso país, aos dias atuais. Uma história que interseciona elementos da constituição do povo brasileiro, bem como as características e formação do corpo docente da Cidade do Rio de Janeiro. A partir de uma revisão bibliográfica, procuraremos distinguir a identidade docente, seus processos constituintes, permitindo com isso uma releitura da trajetória desse caminhar. Traremos aportes teóricos que balizarão a discussão em torno das propostas educacionais deste século, que são reflexos da abrangência e do tratamento estabelecido no transcorrer de uma conduta histórica que possibilitou a formação do corpo docente que assim conhecemos. Trazer este debate para os dias atuais se mostra necessário e importante, haja vista que a formação do profissional da educação esteve atrelada também a movimentos que ultrapassaram os espaços escolares.

Palavras-Chave: Formação de Professores. História da Educação Brasileira. Identidade Profissional.


Abstract
This communication aims to record and analyze briefly the History of Brazilian Education, making a chronology from the beginnings of our country to the present day. A history that intersects elements of the Brazilian people's constitution, as well as the characteristics and training of the faculty of the City of Rio de Janeiro. From a bibliographical review, we will try to distinguish the teaching identity, its constituent processes, allowing with this a re-reading of the trajectory of this walk. We will bring theoretical contributions that will mark the discussion around the educational proposals of this century, which are reflections of the comprehensiveness and treatment established in the course of a historical conduct that made possible the formation of the teaching staff that we know. Bringing this debate to the present day is necessary and important, given that the education professional has also been linked to movements that have transcended school spaces.

Keywords: Teacher Training. History of Brazilian Education. Professional Identity.

INTRODUÇÃO

            A história da formação do professorado carioca se confunde bastante com a contextualização histórica da formação e construção da identidade do corpo docente brasileiro. “A profissão docente é uma profissão em construção” (FREITAS, p. 56). As marcas dessa construção trazem o perfil do profissional da atualidade e as perspectivas para sua atuação nos dias atuais.

            O século XIX marca o início de uma escolarização, uma forma sistemática de formação de professores voltada para um clã burguês, onde o magistério se confundia bastante com a burguesia e era visto na maioria das vezes como uma concessão à atuação feminina fora da casa, portanto, uma extensão do lar. Não havia uma distinção clara onde começava e terminava a atuação profissional e o ser dona de casa.

            O Brasil tem uma marca forte ligada ao analfabetismo e durante a primeira metade do século XX o problema ainda é muito acentuado “perpetuando” uma dificuldade para a entrada definitiva na era da industrialização. Eram poucos que tinham acesso à educação, o que se via acontecer mesmo, somente com as famílias abastadas.

            A cartilha era o instrumento de uso constante e contínuo para a formação do grande contingente de analfabetos que se configurava neste período histórico.

Na escola, o sistema apostilado, como mais uma mercadoria inserida no contexto da Indústria Cultural, promete oferecer um ensino organizado, prático e racional. Mas, fragmentando o conhecimento, incapacita o indivíduo de compreendê-lo de maneira global, incluindo causas, processos, conseqüências, contextos etc. A quebra da unidade impede a ação reflexiva e transforma-se em instrumento de dominação. Reproduz a ideologia de setores privados e do próprio Estado, preparando o indivíduo quase que exclusivamente para o vestibular, afastando-o da possibilidade de um ensino e de uma educação emancipadores, bem como do conhecimento, da aquisição e do usufruto da cultura. Mais do que isso, impede-o de refletir sobre sua condição de cidadão e de optar com maior liberdade por seu destino. (MOTTA, p. 88)

            Ser professor(a), então, era um status que dava qualificação ao fazer das mulheres e as famílias abastadas da sociedade carioca/brasileira. A profissão tinha um prestígio junto à sociedade da época e se voltava exclusivamente para atender à esta clientela.

            No decorrer dos anos, a desqualificação profissional veio junto com a entrada de um contingente de alunos oriundos das classes menos favorecidas, trazendo uma inadaptação tanto do corpo docente, quanto do discente. Não conseguiam se reconhecer como parceiros no processo de ensino-aprendizagem. O tensionamento entre professores e alunos é um fator preponderante desta relação agora estabelecida entre as classes distintas.

Podemos associar a gênese do processo de desqualificação do trabalhador da educação à passagem da chamada escola tradicional para a escola capitalista. Tal movimento deflagrou-se não apenas devido à divisão do trabalho e à incorporação de tecnologia, mas também porque estava atrelado ao impulso do capital em valorizar-se em áreas ditas não-produtivas. Na concepção pedagógica de tipo tradicional podemos destacar a inexistência de divisão do trabalho; o professor-artesão é o responsável pela concepção e execução de seu produto (aula) e detém pleno controle desse saber. (MELLO, 2006)

            A década de 70 do século passado se configura com a exposição e a explanação dos direitos femininos e de um repensar a sociedade brasileira da época, marcada pelo cerceamento de seus direitos. O empoderamento e o destaque feminino foram importantes enquanto marcos decisivos para uma nova postura e papel a ser realizado neste novo contexto histórico.

            Este marco ultrapassa essa dimensão e traz à tona uma crítica à educação que estava sendo desenvolvida e se estendeu pelos anos subsequentes, especialmente com relação à profissionalização e a profissão docente.

O resultado do desenvolvimento da divisão do trabalho educacional é a parcelarização do trabalho pedagógico ou desagregação da autoridade pedagógica do professor artesão. Tal desagregação significa, ao mesmo tempo, a exploração do saber concentrado no professor e sua localização no capital ou nas empresas estatais. É dessa característica que resulta a constatação empírica da "desqualificação" ou "incompetência" do professor (SÁ, 1986, p. 24).

            Com o advento do final do século XX e início do século XXI, a tecnologia e seus caracteres trazem a afirmação de uma sociedade ligada pela automação e um pensamento crítico com a relação aos instrumentos que apartam as classes desfavorecidas. Um período de questionamento e repensar as novas formas de se adequar à sociedade que está sendo apresentada para os próximos anos.

o nível tecnológico alcançado na atualidade já permite dar o salto para a satisfação total ou quase totalmente individualizada da necessidade de ensino. Basta pensar nas possibilidades, para além dos tradicionais livros, que oferecem as fitas cassetes, os videos-cassetes, as fotocopiadoras, os vídeo-discos, a televisão por cabo, os microcomputadores ou os terminais conectados a um computador central ou a uma rede. Quando a tecnologia permitir não apenas produzir essas coisas, mas produzi-las a preços que permitam sua venda massiva, estarão lançada as condições para o assalto final do setor de ensino (ENGUITA, p. 284)

            Esses apontamentos nos trazem e fazem refletir a identidade do corpo docente carioca/brasileiro e suas implicações na sua própria formação e consequentemente no trabalho pedagógico.

DESENVOLVIMENTO

            A temática hora apresentada nos permite dimensionar a questão da identidade docente a partir de um recorte no tempo histórico a partir de fins do século XIX, precisamente a partir de 1880, marco da primeira escola no Rio de Janeiro, ISERJ (Instituto de Educação do Rio de Janeiro), voltada para a Formação de Professores e que nos traz elementos de estudo muito frutíferos para traçarmos um paralelo para o professorado da atualidade.

           Até meados do século XX, as futuras professoras que ingressavam no ISERJ, eram filhas da classe média alta, da burguesia e sua formação era voltada para uma didática focada em como ensinar ao aluno as primeiras letras e alguns conceitos da matemática, além de disciplinas voltadas para o lar, como por exemplo, Boas Maneiras, Tapeçaria, entre outros. Dentro dessa lógica, o perfil era o de garantir uma formação inicial profissional com um forte apelo ao controle do comportamento feminino à época. 

            Na Primeira Guerra Mundial do século XX, o Brasil contava ainda com uma grande massa de trabalhadores sem a instrução das primeiras letras e ainda um sistema educacional distante da configuração que conhecemos. Temos indícios nesses idos da introdução da cartilha como um elemento tradicional no trabalho da professora. A cartilha atravessará praticamente todo esse século, se tornando uma fiel escudeira da metodologia docente.

              A cartilha era vista como o fundamento teórico e pedagógico do trabalho docente. Um manual de instrução que trazia o conteúdo, o que e como fazer para que a aprendizagem realmente acontecesse. Uma receita prescrita que deveria ser cumprida à risca, sem ser desviada do seu fim último que era levar o conteúdo da maneira como se apresentava e era próprio da época.

Não podemos esquecer que as cartilhas utilizadas, nas escolas primárias, traziam uma concepção ideológica da época, pela expressão de ideias e poder. Dentro da ideologia na qual nos inserimos, a estrutura educacional deveria estar a serviço dos homens como seu objeto central, para ajudá-lo a identificar as contradições socioeconômicas da formação social e superar essas mesmas contradições. (COLLARES, 2015)

              Na 2ª Guerra Mundial, o país tem pressa de entrar na era da industrialização, mas a população continua praticamente tal qual entrara naquele século: analfabeta. Eis aí, então, o prato cheio para se conclamar as professoras para tal tarefa: alfabetizar. Foi nesse período que a cartilha ganhou corpo e vários exemplares foram utilizados para atender a essa necessidade.

          Mais uma vez, percebemos a cartilha à frente do trabalho pedagógico, sendo a menina dos olhos da educação e a salvadora da população e das necessidades do povo brasileiro.

         Até os anos 60 do século XX, a professora primária, categorização à época, tem um status glamoroso perante à sociedade carioca. Apesar de ainda atrelar seu fazer à ideia de doação, sacerdócio (fato de que vinte anos depois irá tomar consciência disso), consegue o sucesso reconhecido socialmente, pois quem está na escola é a classe média, a qual apresenta total congruência de visão de mundo e valores com a professora e que também apresenta a mesma origem social. Vemos aí um ponto bastante interessante: o reflexo do comportamento docente tanto na escola quanto na sociedade encontra eco e reflexo nos paradigmas dessa mesma professora. A realidade ainda está encoberta aos seus olhos e seu papel técnico e político ainda se encontra atrelado e submetido aos mandos da figura masculina. Casar com um militar era o sonho de boa parte das professoras e seu salário não garantia o sustento da família, necessitando da ajuda do marido. Uma sociedade muito conservadora em que a professora ainda não se via como uma profissional do seu fazer. Um exemplo desse comportamento se reflete na legislação da época:

              Lei nº 4.121, de 27 de agosto de 1962:

Art. 240. A mulher assume, com o casamento, os apelidos do marido e a condição de sua companheira, consorte e colaboradora dos encargos da família, cumprindo-lhe velar pela direção material e moral desta.  Art. 242. A mulher não pode, sem autorização do marido (art. 251): 
I - praticar os atos que este não poderia sem consentimento da mulher (art. 235);       II - Alienar ou gravar de ônus real, os imóveis de seu domínio particular, qualquer que seja o regime dos bens. Arts. 263, ns. II, III e VIII, 269, 275 e 310); III - Alienar os seus direitos reais sobre imóveis de outrem; 
IV - Contrair obrigações que possam importar em alheação de bens do casal.

V-   Art. 246. A mulher que exercer profissão lucrativa, distinta da do marido terá direito de praticar todos os atos inerentes ao seu exercício e a sua defesa. O produto do seu trabalho assim auferido, e os bens com ele adquiridos, constituem, salvo estipulação diversa em pacto antenupcial, bens reservados, dos quais poderá dispor livremente com observância, porém, do preceituado na parte final do art. 240 e nos ns. II e III, do artigo 242. 
Parágrafo únicoNão responde, o produto do trabalho da mulher, nem os bens a que se refere este artigo pelas dívidas do marido, exceto as contraídas em benefício da família.

              Em fins dos anos 60 do século XX, a efervescência mundial estremecia os valores da burguesia em todo o canto do planeta. Espaços geográficos até então colonizados gritavam por independência, surgia uma revolução nos costumes, discussões sobre igualdade e justiça social, denúncias das ditaduras na América Latina, reflexões sobre o trabalho proletário e explorado, ida do homem à lua e o feminismo. Todo esse clima faz com que a professora começasse a repensar seu fazer e seu papel profissional, pleiteando o seu lugar social. Uma nova concepção de profissional passa a tomar conta do ideário de quem estava à frente da educação.

              “A América Latina, desgarrada por suas novas fronteiras, continuou condenada à monocultura e à dependência”. (GALEANO, E. p. 82)

              O Brasil e boa parte dos países da América Latina passaram por um Regime Ditatorial onde o cerceamento dos direitos foi uma tônica muito severa no cotidiano das sociedades que tiveram suas vidas submetidas a esse regime de governo.

                 Em termos de educação brasileira, surge nesse contexto no início de 1970 a LDB[3] 5692/1971. Foi uma lei que tentou dentro do período da Ditadura dar uma entonação para a formação educacional, voltando-se para a profissionalização a fim de atender a demanda social, especialmente das indústrias. Nesse sentido, a preocupação com a técnica era o objetivo, e, assim, essa característica também atravessa a formação docente. “Pretendia-se garantir que a escola fosse uma difusora privilegiada dos valores conservadores do regime, desde o início da escolarização”. (http://memoriasdaditadura.org.br/educacao-basica/index.html)

              Além de trazer a ideologia política da época, a 5692/1971 trouxe uma perspectiva de formação para o futuro onde o ensino técnico profissionalizante seria o desencadeador do progresso da nação e a entrada definitiva do país no tão sonhado, almejado desenvolvimento.

            As Escolas Normais que formavam professores por excelência tiveram seu viés modificado, carregando o currículo numa didática técnica e precisa.  Dentro deste contexto tendo seu curso voltado com a seguinte nomenclatura: Curso de Formação de Professores.

              As universidades viraram espaços de discussões, debates e questionamentos sobre as mudanças político-sociais deste período que durou em terras brasileiras, 21 (vinte e um) anos. A presença feminina nesses espaços começava a ser desenhada com um tom mais forte. A mulher passou a ocupar o espaço acadêmico com mais propriedade, discutindo e se colocando como protagonista desse novo contexto nacional onde gêneros deveriam se igualar e não mais submetidos à força de uma sociedade com tons patriarcais.

              Na educação fundamental, a “seleção” de alunos que havia até aquele momento não conseguiu se segurar por muitos mais anos após a segunda metade do século XX. A população aumentava, necessitava da escola e esse acesso das massas foi crescente, formando um grande contingente das classes populares.

           As camadas mais desprovidas de recursos e assistência passaram também a ocupar com uma amplitude maior os bancos escolares e a educação mais uma vez trava um embate com o desconhecido que até então ainda não tinha se mostrado: o povo na escola. E a escola não estava preparada para este novo desafio.

O processo de formação do povo brasileiro, que se fez pelo entrechoque [...], foi, por conseguinte, altamente conflitivo. Pode‐se afirmar, mesmo, que vivemos praticamente em estado de guerra latente, que, por vezes, e com frequência, se torna cruento, sangrento. (RIBEIRO, p. 168)

         As professoras não estavam preparadas para atender esta parcela da população. A educação era elitizada e o despreparo para trabalhar com esse perfil de alunado que se apresentava era nítido para a escola. É nesse período, que dentre vários outros motivos, há um aumento da reprovação e da exclusão na escola.

              É como se a escola dissesse para esse grupo que adentrava o espaço escolar que aquilo não era de pertencimento deles, forçando-os a saírem por não se verem representados.

A intensificação leva as pessoas a "tomar atalhos" de modo que apenas é feito o que é "essencial" em relação à tarefa a ser imediatamente executada. Isso força as pessoas a confiarem de forma crescente em "especialistas" para dizer-lhes o que fazer e elas começam a perder a confiança nas próprias habilidades que desenvolveram ao longo dos anos. No processo, a qualidade é sacrificada pela quantidade. O trabalho bem feito acaba sendo substituído por trabalho que simplesmente se cumpre (APPLE, p. 184).

          A corrida para se ter um documento que comprovasse a escolaridade deu o tom do esfacelamento que a política da década de 70 do século XX trouxe. Abrimos as portas em prol do progresso, da industrialização, mas não alcançamos os desdobramentos que poderiam e deveriam se suceder em termos de qualidade.

           As metodologias voltadas para o ensino técnico pouco contribuíram para uma formação humana que enxergasse de fato esse indivíduo como elemento e parte atuante dessa sociedade que estamos agora vivendo.

           A abertura da escola não trouxe os contributos esperados para a população, já que o ensino técnico pelo ensino técnico pouco contribuiu para o melhoramento de uma educação humanística, ao contrário, confirmou as desigualdades que o país enfrentava.

       A década de 80 do século XX entra com a anistia aos presos políticos e a redemocratização exigindo a liberdade e igualdade de direitos. Percebemos neste período, um campo educacional querendo lutar e brigar pelo espaço esquecido e o desmantelamento que dividiu o corpo docente. A questão agora era a conscientização do papel profissional com vistas a uma prática cidadã, emancipatória, em contraposição a um ensino bancário. “Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber” (FREIRE, P. 1987, p.33)

       A escola se viu no papel de detentora do conhecimento e com o claro objetivo de transmitir o saber. Depositar o que julgava sendo importante, sem considerar a história, o que cada aluno, família e gostaria de ter como aporte teórico.

      O Curso de Pedagogia começa a se repensar em termos de uma formação para as questões voltada para as classes populares, começando a se repensar nesse sentido para além das suas especializações (Administração, Supervisão, Orientação Educacional e Magistério do 2º grau). Estas já não davam conta da demanda apresentada e era importante e necessário uma formação universitária docente que se voltasse para a docência, para a construção do saber em sala de aula.

        Conforme Saviani (2009, p. 148-149) a formação docente tem sua raiz em dois modelos até hoje não superados:

a) modelo dos conteúdos culturais-cognitivos: para este modelo, a formação do professor se esgota na cultura geral e no domínio específico dos conteúdos da área de conhecimento correspondente à disciplina que irá lecionar. b) modelo pedagógico-didático: contrapondo-se ao anterior, este modelo considera que a formação do professor propriamente dita só se completa com o efetivo preparo pedagógico-didático.

       Ao longo dessa década, a professora vai buscando, refletindo sobre seu processo de profissionalização e tentando se adequar a realidade pedagógica que a esperava.

        Com a democratização do ensino, a classe popular penetra na escola e começa a exigir um posicionamento da professora com uma perspectiva cidadã, pois a competência técnica e o compromisso político são aspectos importantes na perspectiva de um fazer com sentido, significativo para um grupo social que também demandava a busca de seus próprios direitos sociais.

            A necessidade de refletir sobre seu fazer não estava atrelado à produção de aulas, mas à formação das pessoas. Portanto, repensar sobre a sua escolha metodológica, refletir sobre os caminhos e escolhas do currículo que acontece no espaço escolar vão incorporando ao processo de reflexão docente as marcas de seu tempo e, assim, interferindo na construção dessa identidade.

             “Ao longo das últimas décadas, o professorado brasileiro, ou melhor, a formação profissional docente, vem passando por mudanças significativas, especialmente quando tratamos de qualificação e políticas públicas”. (MACEDO; OLIVEIRA, 2017, p.32)

        É o momento das mobilizações sindicais da categoria que vão estimulando um contorno profissional voltado à profissionalização e a luta pelas garantias da categoria. É necessário se discutir o papel do professor e o que de fato assegura a profissionalização.

         O trabalho com a cartilha passa a ser questionado em prol de uma libertação para o avanço de uma autonomia pedagógica que faça sentido para a professora e para os alunos e alunas. Nesse sentido, o trabalho de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky contribuem para essa autonomia, pois o professor precisou rever seus conceitos.

[...] Pretendemos demonstrar que a aprendizagem da leitura, entendida como questionamento a respeito da natureza, função e valor deste objeto cultural que é a escrita, inicia-se muito antes do que a escola imagina, transcorrendo por insuspeitados caminhos. Que além dos métodos, dos manuais, dos recursos didáticos, existe um sujeito que busca a aquisição de conhecimento, que se propõe problemas e trata de solucioná-los, segundo sua própria metodologia... insistiremos sobre o que se segue: trata-se de um sujeito que procura adquirir conhecimento, e não simplesmente de um sujeito disposto ou mal disposto a adquirir uma técnica particular. Um sujeito que a psicologia da lecto-escrita esqueceu [...] (FERREIRO; TEBEROSKY, 1986, p. 11).

           Nesse percurso, perguntamos como a identidade profissional do professor vem caminhando e como se configura no momento atual?

O paradigma educacional utilizado até recentemente visava à formação de recursos humanos que, como característica essencial, compõem uma força de trabalho bem treinada e disciplinada. Em outras palavras, objetiva-se formar indivíduos com conhecimento geral e disciplina para seguir protocolos preestabelecidos. Isso era essencialmente necessário ao modelo global de economia industrial necessitava. (CARVALHO; BOAS, 2018)

        A partir dos anos 90 do século XX, com a entrada da Tecnologia e o fortalecimento das regras do mercado, a profissionalização docente vai requerer outros contornos em seu fazer. É característica desse momento a ideia de qualidade total e de professor nota 10. Essas concepções estão baseadas em competências e habilidades que o professor precisa ter para alcançar bons resultados em sua prática. Ao mesmo tempo, inicia-se um processo de afastamento das questões estruturais da desigualdade para focar nesse “bom desempenho” docente.

           As habilidades e competências da atualidade são distintas de outrora e trazem para uma reflexão, uma discussão, o olhar de quem precisa ultrapassar o chão da sala de aula e caminhar para além da aparente realidade.

A qualidade na educação que vem sendo difundida pelo Estado, por representantes empresariais, por educadores e por representantes das universidades brasileiras, aproxima-se desta orientação liberal, que procura condicionar a educação ao sistema produtivo e, portanto, através da mesma orientação teórica que sustenta a racionalidade do processo de produção referido anteriormente. Sendo ideologicamente a-histórica e com pretensões de universalidade, esta abordagem do conceito de qualidade tende a conservar a ordem social vigente - excludente e elitista -, contradizendo o lugar da educação na própria ideologia liberal e contrapondo-se - como veremos mais adiante - à natureza do fenômeno educativo (JR, 1995, p. 214).

               Os anos 2000 trazem mudanças significativas no olhar e na formação do educador frente às tecnologias, fortalecendo mais ainda esses aportes teóricos do mercado. Os avanços significativos impelem à formação cada vez mais voltada ao tratamento do educando como sujeito imerso neste universo tecnológico, muitos deles, nativos nesta realidade, nessa geração.

Convém aqui uma reflexão acerca das possibilidades de facilitação do processo cognitivo através da utilização de tecnologias bem como do balizamento de tais técnicas no que tange a um "assalto final" da educação. Afirmar simplesmente que a Internet e a utilização dos microcomputadores no trabalho escolar significa um avanço em termos de técnicas pedagógicas parece ser um discurso ideológico. Não pretendemos negar a contribuição em termos de informação e agilidade operacional que esses recursos proporcionam, todavia a idéia de um alto grau de desenvolvimento tecnológico na educação não pode ser analisada de forma unilateral. A começar pela distinção entre informação e conhecimento: a própria rede internacional de computadores não é uma fonte totalmente segura em termos de confiabilidade do seu conteúdo. Se acreditamos na premissa de que a educação escolar atua na formação não só de profissionais para o mercado mas também na formação de homens capazes de refletir e interferir nas questões de seu tempo, não serão as máquinas os principais atores desse processo. Eis aqui uma peculiaridade do trabalho escolar, que é exatamente como a informática atua nesse processo. Ressaltemos que tratar de assuntos como informática e novas tecnologias exigem certos cuidados; tornou-se modismo aliar tais conceitos à modernidade e inserção no mercado de trabalho. As informações são processadas e avaliadas num ritmo alucinante onde o presente traz consigo todas as resoluções pertinentes a um mundo efêmero e que o passado é obsoleto. É preciso atentar como os homens aparecem nessa corrida infindável em busca do moderno e como tais incrementos tecnológicos condicionam, no nosso caso, o trabalho docente. (MELLO, p. 207-208)

                A educação ao longo da vida será o único meio de evitar a desqualificação profissional e de atender às exigências do mercado profissional pleno e capaz de se ajustar aos avanços tecnológicos para sobreviver na realidade que a cada dia interfere na nossa realidade. É importante que o professor se veja como pioneiro e empreendedor nesta tarefa, estando cada dia mais à frente da construção do seu saber profissional.

             A mediação e a orientação voltadas para a tecnologia é uma competência/habilidade que deverá ser assumida pelo professor da educação. É praticamente uma condição de trabalho deste novo século XXI.

O reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica deve ser acompanhado da conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias. No contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente em que o componente tecnológico não pode ser ignorado.

As novas tecnologias e o aumento exponencial da informação levam a uma nova organização de trabalho, em que se faz necessário: a imprescindível especialização dos saberes; a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar; o fácil acesso à informação e a consideração do conhecimento como um valor precioso, de utilidade na vida econômica.

Diante disso, um novo paradigma está surgindo na educação e o papel do professor, frente às novas tecnologias, será diferente. (Disponível em <http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/210M.html>. Acesso em 05 ago 2018).

            Nesse cenário, ganha destaque o papel da Neurociência. Saber como o cérebro se comporta, as estratégias previsíveis para cada ação e para a construção do conhecimento são um dos aspectos trazidos ao novo século.

Novamente, se a educação for entendida como uma ciência cognitiva, faz sentido que, durante o processo de formação dos professores, bases biológicas do aprendizado sejam debatidas. Portanto, a inclusão de estudos interdisciplinares seria promissora tanto para a formação de professores quanto para a pesquisa em neurociências e educação, o que já vem sendo proposto desde o fim da década de 1990 (BYRNES; FOX, 1998).

           Desenvolver habilidades e competências passa a ser enfatizado na prática docente. Fala-se em educação 4.0, em trabalho colaborativo, em professores mediadores do conhecimento e alunos protagonistas de seu próprio saber.  

A educação 4.0 é consequência da Quarta Revolução Industrial. É preciso, desde já, que educadores, gestores e empreendedores, se engajem na pesquisa e desenvolvimento de soluções que incorporem estas novas tecnologias, de modo a materializar este futuro, aparentemente utópico, em nossa mais pura e cristalina realidade. (ALMEIDA, 2018)

        Nesse rápido panorama, percebemos uma metamorfose da identidade docente atravessada pelos processos socioculturais e políticos. Tais modelos e tensões vão produzindo marcas históricas desse fazer e, consequentemente, marcas e contornos na identidade profissional e no éthos[4] docente feminino.

               A partir dessa breve exposição com a pretensão de descrever um período histórico trazemos à reflexão a identidade docente frente a isso. Sem esquecer que espaço e tempo históricos dialeticamente construídos apontam para particularidades, características e “modus operandi” diferenciados, a questão dessa identidade profissional é um grande desafio para ser repensada numa sociedade da informação. Junto disso, o papel da escola pública nesse diálogo com as gerações vindouras.

             Sem dúvida alguma, um grande desafio não tão somente para as professoras, mas para os professores também, enfim, para a educação pública desse país, que embora tenha caminhado apresenta ainda situações, fatos e estruturas que precisam ser recolocados, desconstruídos e alçados a condições melhores para quem mais precisa dessa educação: o povo.

            Dentro disso, trazemos algumas considerações finais para tentarmos refletir sobre esse processo de formação da identidade docente e o que se busca efetivamente para a sobrevivência da escola pública, para o protagonismo dos alunos e alunas.

              A sociedade da informação anuncia um cabedal de competências e habilidades que serão necessárias aos processos de constituição de conhecimento e de ações para os atores da escola. Esse fluxo de características das atuais gerações exigirão tanto de alunos e alunas quanto de professores e professoras uma outra postura para o enfrentamento das desigualdades e da luta pela justiça social. Para isso, a reflexão se torna uma das condições de sobrevivência para mais do que meramente se contrapor ao novo, compreender, utilizar e avançar em seus posicionamentos.

           O espaço da escola se torna valioso para essa formação, mas é necessário repensar as questões e os dilemas para uma escola reflexiva com professoras e professores reflexivos. Alarcão (p.45 – 46) nos diz que:

A valorização da escola e de seus profissionais nos processos de democratização da sociedade brasileira; a contribuição do saber escolar na formação da cidadania; sua apropriação como processo de maior igualdade social e inserção crítica no mundo (e daí, que saberes? Que escola?); a organização da escola, os currículos, os espaços e os tempos de ensinar e aprender; o projeto político e pedagógico; a democratização interna da escola; o trabalho coletivo; as condições de trabalho e de estudo (de reflexão, de planejamento;a jornada remunerada, os salários, a importância dos professores nesse processo, as responsabilidades da universidade, dos sindicatos, dos governos neste processo; a escola como espaço de formação contínua; os aluno, quem são? De onde vêm? O que querem da escola? ( de suas representações); dos professores: quem são? Como se vêem na profissão? Da profissão: profissão? E as transformações sociais, políticas e econômicas, do mundo do trabalho e da sociedade da informação: como ficam a escola e os professores?  

            De tal forma, estamos iniciando um século com muitos desafios que vão requerer das professoras e professores se repensarem diante das demandas para as quais o século XXI aponta. E nesse redirecionamento, a questão da identidade docente é de alta relevância para sua permanência, empoderamento e avanço, rediscutindo outras perspectivas e transformações tendo a escola como parceira desse processo identitário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

             Procuramos ao longo desta comunicação analisar e refletir a trajetória do corpo docente carioca, segmento este, marco representante da profissão no Brasil.

         Trouxemos um referencial importante que foi a presença feminina no magistério profissional dando um contorno importante para o processo identitário da profissão e das pessoas que fazem e fizeram parte deste contexto.

            Viemos trazendo esta história desde o século XIX até os dias atuais, repensando e revendo os embates, as lutas, as contradições, avanços e retrocessos de uma profissão marcada pelas (de)formações e as políticas governamentais.

a formação docente é um processo complexo e contínuo, devendo perdurar durante toda a vida profissional do educador, fazendo-se necessária, ao educador, a busca constante de alternativas e formas complementares de aprimoramento de sua prática e de ampliação de estudos sobre o fazer docente. (SANTOS & RODRIGUES, 2010, p. 26)

            A desqualificação da profissão passou também por um movimento que teve seu período áureo, entre altos e baixos, chegando à atualidade tecnológica e a ausência de parâmetros que não possuem representatividade pela legislação vigente e de outrora.

           A tensão entre professores e alunos não é novidade, mas foi construída na educação pública por meio de uma imposição e incompreensão nas relações estabelecidas entre ambos. Um corpo docente e uma escola que se viram despreparados para enfrentarem a entrada do povo aos bancos escolares.

            Mais uma vez e sempre nos questionaremos: como se dá a formação docente frente à realidade atual? Como acontece e sempre aconteceu o processo identitário do corpo docente que hoje se percebe como parte integrante e importante da revolução tecnológica.

            Um grande desafio para nós, educadores, é nos formarmos dentro de um contexto bastante contraditório e adverso que pouco responde aos nossos anseios profissionais.

Acreditamos que o professor necessita fundamentar sua prática nos saberes da docência, os quais, em diálogo com os desafios do cotidiano, sustentam e possibilitam o desenvolvimento da identidade de um profissional reflexivo, crítico e pesquisador, articulado a contextos mais amplos, considerando o ensino como uma prática social. (SANTOS & RODRIGUES, 2010, p. 19)

           E a nossa discussão precisa adentrar os espaços de formação, os espaços acadêmicos, fazendo com que repensemos e recriemos as possibilidades de ação e do que é ser professor na atualidade.

            Podemos afirmar que a narrativa que produzimos, o caminho percorrido pela história da formação docente traz e muito as interseções estabelecidas com as políticas públicas instituídas até a atualidade.

            O corpo docente ao longo de sua história foi se constituindo trazendo as marcas dessas políticas e muito mais, da própria formação do povo brasileiro e o que assim foi transcorrendo enquanto identidade.

A identidade do professor pode ser entendida como única e ao mesmo tempo diversa, ou seja, constituída pela identidade pessoal e pela identidade profissional. Sendo assim, ela se define no equilíbrio entre as características pessoais e profissionais e vai sendo constituída nas relações sociais que se estabelecem com os alunos, com as famílias, com a instituição educativa, enfim, com as pessoas com as quais convive no cotidiano e de alguma forma influenciam essa construção. Nesse processo, ao longo de sua carreira estudantil e profissional, o professor vai construindo saberes e constituindo o referencial teórico que fundamenta suas ações. (SANTOS & RODRIGUES, 2010, p. 20)

            A leitura que fazemos do nosso passado são sinalizadores importantes e necessários de um arcabouço teórico que construímos. Somos uma profissão que carrega em si a natureza da produção de conhecimento e isso lança as bases e perspectivas de um futuro, de como atuar e ser o diferencial que potencializa a sociedade atual.

         Procuramos registrar e analisar de forma objetiva a História da Educação Brasileira, não somente como fator cronológico, mas como elementos da constituição do povo brasileiro, seu começo educacional, bem como as características e formação do corpo docente da Cidade do Rio de Janeiro. Fizemos uma revisão bibliográfica sobre o assunto em pauta, procurando distinguir a identidade docente, resgatando seus processos constituintes, permitindo com isso uma releitura da trajetória apresentada.

A identidade profissional constrói-se pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere à atividade docente no seu cotidiano, com base em seus valores, em seu modo de situar-se no mundo, em sua história de vida, em suas representações, em seus saberes, em suas angústias e anseios, no sentido que tem em sua vida o ser professor. (PIMENTA; ANASTASIOU, 2002, p. 77).

         Trouxemos aportes teóricos que balizaram a discussão em torno das propostas educacionais deste início de século, mas que na realidade são reflexos da abrangência e do tratamento estabelecido no transcorrer de uma conduta histórica que possibilitou a formação do corpo docente que assim conhecemos.

A formação docente como um processo amplo e complexo, o qual envolve vários saberes, competências e conhecimentos que vão possibilitar uma base para o profissional que se propõe a exercer o ofício da docência. Os processos formativos emergem como responsáveis por proporcionar aos educadores essa base para seu exercício profissional. (SANTOS & RODRIGUES, 2010, p. 25)

        Trazer este debate para os dias atuais se mostra necessário e importante, haja vista que a formação do profissional da educação esteve atrelada também a movimentos externos, isto é, que ultrapassaram os espaços escolares. A discussão é pertinente e tem como lócus a sociedade atual que é canal de comunicação entre as diferentes instâncias desse coletivo, onde a educação faz parte. 

REFERÊNCIAS

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Disponível em <https://www.significados.com.br/ethos>. Acesso 08 ago 2018.

 

 

 

 

 

[1] Professora da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro – BR. Mestranda em Educação/UERJ.

[2] Professora da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro – BR. Mestre em Novas Tecnologias Digitais na Educação/UNICARIOCA.

[3] Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

[4] Ethos é uma palavra com origem grega, que significa "caráter moral". É usada para escrever o conjunto de hábitos ou crenças que definem uma comunidade ou nação. (https://www.significados.com.br/ethos)

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