29/11/2017

Brincadeiras e Jogos e Sua Contribuição Para o Desenvolvimento Integral da Criança na Educação Infantil

BRINCADEIRAS E JOGOS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

GOMES,Cristiano Mamede

NEUMANN, Edna Mara Fleck

SOUZA, Erick Felipe Alves de

SOUZA, Gabriela Santos

MAGALHÃES JUNIOR, João Carlos de Andrade

Orientador: Professor Eduardo Okuhara

RESUMO

Muitos são os profissionais da área de Educação Física que utilizam o brincar como uma ferramenta de auxílio durante uma aula de Educação Física Escolar. O presente estudo tem como objetivo ampliar a compreensão da importância do brincar, para as crianças na Educação Física e, mais especificamente, demonstrar que há melhorias no desenvolvimento motor, cognitivo e social através da vivência. No aspecto metodológico foram realizadas pesquisas de literatura e artigos científicos relacionados ao tema. Com base nas pesquisas realizadas, foi constatado que as crianças que vivenciam o brincar e o jogo, demonstram desenvolvimento integral, cognitivo, social e psicomotor a partir da Cultura Corporal do Movimento. Portanto, com base na pesquisa realizada, a preconização de maiores estudos sobre o conteúdo do brincar e do jogo é de grande importância na área pedagógica.

Palavras-chave: Brincar, Educação Física Escolar, Cultura Corporal do Movimento.

INTRODUÇÃO

Discutir sobre o tema brincar é algo difícil, tendo em vista que envolve diversos fatores e valores. Esta atividade influencia a vida da criança, mas pode facilitar seu desenvolvimento intelectual, motor, afetivo e social. A brincadeira leva a criança a desenvolver sua personalidade, interação com outras pessoas e o mundo, aprendendo a se expressar, vivenciando sensações e emoções, devendo ser resgatada e utilizada como um elemento importantíssimo para a aprendizagem dos esportes na área da Educação Física, sendo inserido no contexto escolar para o processo de ensino aprendizagem.

No entanto, a maioria dos pais estão preocupados em ensinar as matérias pedagógicas, desvalorizando o ato do brincar, considerando como uma atividade de simples lazer, por desconhecerem sua real importância e contribuição para o desenvolvimento motor, cognitivo e sócio afetivo da criança. Afinal, como o ato do brincar pode contribuir para este desenvolvimento integral?

Frente a este questionamento, o presente artigo busca verificar a real contribuição das brincadeiras como método de ensino aprendizagem na educação física, através de pesquisas bibliográficas utilizando-se de materiais como, consulta de livros e artigos científicos.

O artigo contará com três tópicos, onde o primeiro será abordado os conceitos da ludicidade, jogos, brincadeiras e brinquedos, para conhecermos suas importâncias na Educação Física e com isso o seu valor no desenvolvimento integral de uma criança. No segundo tópico relataremos a perspectiva didática pedagógica e como as brincadeiras podem ser utilizadas como atividade física e motora, e qual deve ser a perspectiva dos Educadores Físicos, em desenvolver competências. Concluindo, será abordado como realizar este processo, estimulando a criatividade das crianças através de um brincar com qualidade de conhecimento da cultura corporal do movimento.

ASPECTOS CONCEITUAIS E REFLEXÃO PRELIMINAR: LÚDICO, JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDO

Ao se pensar em criança, existe uma relação muito importante delas com as brincadeiras, brinquedos e jogos, instrumentos utilizados para trabalhar a ludicidade e criatividade, permitindo modificar imaginariamente sua realidade como processo educativo para aprendizagem dos esportes nas aulas de Educação Física Escolar.

A brincadeira como atividade prazerosa faz parte do universo simbólico da criança, é através dela que a criança se desenvolve, aprendendo construir seu conhecimento utilizando seu aparelho sensório-motor e movimento corporal. Na brincadeira a criança tem a liberdade de agir, criar e dar significado a sua ação. De acordo com Packer (1994, apud Queiroz et al, 2006, p. 273),” brincar é uma atividade prática, na qual a criança constrói e transforma seu mundo, conjuntamente, renegociando e redefinindo a realidade”, ou seja, através das brincadeiras a criança expressa o que imagina ou incentivado o desenvolvimento de suas habilidades operatórias, físicas e motoras. Queiroz et al, (2006, p.6) complementa a afirmação ao dizer que, “existe uma crença de senso comum que o brincar da criança é imaginação em ação”.

            Sendo assim, a prática do brincar está relacionada à atividade psicomotora da criança, na capacidade que a criança tem em criar e inventar situações, distorcendo a realidade, buscando a satisfação e prazer. Segundo o dicionário Aurélio (2017, apud Fantacholi, 2011, p. 3), “brincar é enfeitar com ornatos, rendilhar, divertir-se, entreter com alguma coisa infantil, ou seja, brincar é algo muito presente na vida das pessoas, ou pelo menos deveria ser”.

            A ação do brincar pode e deve estar relacionada a uma ação física individual, onde a criança utiliza apenas a si mesma para a busca do prazer, ou coletiva, quando brinca com outras crianças, trabalhando o movimento e a socialização. A partir desta ideia surge o brinquedo que está intimamente ligada ao ato de brincar. Conforme Lira; Rubio (2014, p. 8), “O brinquedo faz parte da vida da criança e está atrelado ao brincar, é considerado como objeto lúdico no suporte para brincadeira”.

            Através do brinquedo a criança desenvolve sua imaginação, construindo o mundo do faz de conta sem a necessidade de intervenção ou imediação.

De acordo com Bomtempo (1999, p.5).

O brinquedo é um objeto que reproduz valores e conceitos de uma sociedade. Ele é o parceiro da criança na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança ao movimento e representação, a agir e imaginar.

Sendo assim, pode-se dizer que qualquer objeto manipulado por uma criança pode ser visto como brinquedo por ela e pode ser usada como ferramenta nas aulas de Educação Física, uma simples bolinha de papel ser vista como uma bola de futsal, ou uma bexiga como uma bola de vôlei. O que vai conceituar um objeto como brinquedo é a visão, ação e manipulação do mesmo para a criança. Fortuna (2004, p. 3) afirma, “O que faz um brinquedo ser brinquedo é a ação de quem brinca”. É por meio desta manipulação do objeto brinquedo, que a criança reproduz valores e conceitos dos esportes e sobre o mundo em que vive, representando situações e atitudes vividas no seu cotidiano e escolar, sendo assim, o brinquedo dá suporte para a brincadeira assim como pode ser usado nas aulas.

O brinquedo e o jogo são produtos formadores de cultura e seus usos permitem que a criança fique inserida na sociedade. O que diferencia as brincadeiras aos jogos é que na brincadeira é uma ação livre, podendo ser mudado a qualquer momento, já o jogo deve respeitado por suas regras que são adquiridas com conhecimentos passados por professores de Educação Física nas escolas, assim como afirmam Brougère e Wajskop (1997 apud CORDAZZO; VIEIRA, 2007, p. 4) que, “a brincadeira é simbólica e o jogo funcional, ou seja, enquanto a brincadeira tem a característica de ser livre e ter um fim em si mesmo, o jogo inclui a presença de um objetivo final a ser alcançada, a vitória”. Mesmo com esta finalidade, o jogo é visto na Educação Física como ferramenta para aprendizagem e desenvolvendo psicomotora da criança, motivando a prática da atividade física pela criança.

Segundo Kishimoto (1993, p. 45)

O jogo é uma atividade espontânea, livre desinibida e gratuita, pela qual a criança se manifesta, sem barreiras e inibições. O jogo é a atividade, o “trabalho” próprio da criança. O jogo também tem função de dar prazer à criança, liberar a imaginação e a criatividade, ritmo, raciocínio, memória. Cada criança, através dos jogos, cria seu próprio êxito.

            Dentro desta concepção deve-se enfatizar que as brincadeiras, brinquedos e jogos são ações desenvolvidas em busca do prazer, ou seja, visando a ludicidade, e por meio deste momento prazeroso para criança, desenvolver suas capacidades cognitivas, sócio afetivas e psicomotoras, construindo conhecimentos e o ensino aprendizagem. Conforme Kiskimoto (2000, p.32) “para Piaget ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos”.

Com base na citação acima, é fundamental que o professor de Educação Física seja o mediador de tais conhecimentos, utilizando-se destas atividades como recursos dentro da escola, e não visando apenas como um entretenimento para o lazer, e sim para a aprendizagem.

 

PERSPETIVAS DIDATICO-PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTEÚDOS, ESTRATÉGIAS E COMPETÊNCIAS.

O ambiente mais adequado para o desenvolvimento da aprendizagem de uma criança é a escola, local onde passa a maior parte do seu tempo, devendo ser composto de materiais e recursos específicos, tendo em vista que é o primeiro local de contato da criança com o aprendizado. Conforme Basei (2008, p. 1), “a escola infantil é, [...] um lugar de descobertas e de ampliação das experiências individuais, culturais, sociais e educativas, através da inserção da criança em ambientes distintos dos da família”. A escola deve ser vista para a criança como um ambiente de prazer, causando a vontade de frequentar, com isso as aulas de Educação Física são extremamente importantes pois leva a criança a liberdade e satisfação em brincar como se estivessem em casa.

           Mas para que a criança inicie sua educação física infantil, e desenvolva uma boa formação psicomotora e integral, se faz necessário que a escola trabalhe a partir de metodologias, recursos didáticos e planos de aulas com abordagens adequadas para esta fase, Saviani (1999, apud CARVALHO et al., 2015, p. 6), afirma ao dizer que:

Para que a escola funcione bem, é preciso que se utilizem métodos de ensino eficazes, por serem eles responsáveis em estimular a atividade e iniciativa dos alunos. É necessário ao professor desempenhar o uso de metodologias e recursos para que esse ensino traga contribuições à aprendizagem, de acordo com sua realidade.

           Tendo como base uma boa didática, visando um ensino aprendizagem transmitido de forma adequada, é necessário que o papel de um professor de Educação física seja qualificado. Sua formação e conhecimento sobre a Cultura Corporal do Movimento é muito importante para o desenvolvimento de suas aulas.

        Um profissional de Educação Física qualificado deve dominar teoria e prática do desenvolvimento da criança em seus aspectos cognitivo, físico, motor, emocional, afetivo, social. Desta forma, demonstra-se a real importância na sua formação, para assumir a tarefa ensino e aprendizagem, pois assim afirma Krefta (2011, apud CARVALHO et al., 2015, p. 3), “quanto menor a criança, mais bem preparado deve ser o profissional para poder então lhe dar o devido atendimento”.

            O professor deve estar preparado para desenvolver atividades adequadas para cada fase da criança, contribuindo para uma formação critica e social, visando sua transformação, utilizando de atividades adequadas e coerentes. E para isto, o professor deve buscar planejar suas aulas, buscando um sentido para propor determinadas atividades, visando bom desenvolvimento por meio desta. Utilizando como exemplo o brincar, CARVALHO et al. (2015, p. 8) afirma ao dizer:

Não pode ser uma brincadeira sem sentido e sem um objetivo, assim a ludicidade exerce um papel educativo onde os alunos diferenciam as brincadeiras lúdicas de apenas brincadeiras, tendo assim o educador o papel de planejar e mostrar aos alunos o objetivo das brincadeiras desenvolvidas na sala de aula.

            O planejamento é indispensável para o educador físico, para desenvolver um trabalho satisfatório, relacionando as necessidades para o desenvolvimento psicomotor e integral da criança, prevendo ações nas aulas a ser atingidas a partir do trabalho, aproveitando de recursos disponíveis pela escola, e estabelecendo critérios de avaliação e prazos para o cumprimento destas atividades, tendo em vista o crescimento da criança.

            Mas a Educação Física passa por algumas transformações tendo o Educador Físico a responsabilidade de formar cidadãos capaz de posicionar-se criticamente, sendo assim, integrar as crianças a nova forma da cultura corporal do movimento transformando-as para usufruir do jogo, da brincadeira, do esporte e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida.  

Afirma Betti et al (1992, p.75).

A Integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal do movimento há de ser plena – é afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer é a integração de sua responsabilidade

O professor de Educação Física deve preparar a criança para ser praticante lúdico da brincadeira, mas ativo que incorpore componentes da cultura corporal em sua vida. Não basta aprender somente habilidades motoras e desenvolver capacidades físicas a criança precisa compreender as regras como um elemento que torna o jogo possível. Afirma Betti et al (1992 p.75)

A Educação Física deve levar o aluno a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas para com elas, levar à aprendizagem de comportamentos adequados à sua prática, levar ao conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto os dados científicos e filosóficos relacionados à cultura corporal de movimento, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento.

                A escola e o educador devem oferecer a criança, um ambiente onde possa promover a produção de conhecimentos e possibilidades, e a educação física entra com o papel fundamental para esta educação, uma vez que ela pode proporcionar estas experiências, por meio de situações onde a própria criança seja a autora e protagonista. Através do espaço fornecido pela educação física, a criança pode trabalhar com o corpo, materiais e interagir com outras crianças, criando, inventando, descobrindo movimentos a partir de ideias, descobrindo seus limites, e enfrentando desafios, expressando sentimentos, entre outras capacidades que podem ser desenvolvidas no aspecto intelectual, afeito e motor.

Sayão (2002, apud Basei, 2008, p. 8) afirma que:

A criança utiliza seu corpo e o movimento como forma para interagir com outras crianças e com o meio, produzindo culturas. Essas culturas estão embasadas em valores como a ludicidade, a criatividade nas suas experiências de movimento.

Com isso é pode se afirmar que as práticas pedagógicas dentro da educação física infantil, devem proporcionar as possibilidades de criação e expressão, permitindo com que construa e reconstrua conhecimentos através das suas experiências, reafirmando que a ludicidade pode e deve ser vista como recurso didático para o ensino aprendizagem da cultural corporal.

 

EDUCAÇÃO FISICA E A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A escola deve ser vista pela criança como sua segunda casa, lugar onde possa se sentir a vontade sendo quem realmente é, e o professor de Educação física terá o seu papel de intermediador entre aluno e seu descobrimento sobre a cultura corporal do movimento, através de propostas de jogos, brincadeiras que envolvam o interesse da criança, devendo utilizar a ludicidade como aliada, uma vez que brincando, a criança esta aprendendo sem perceber que esta estudando, e com isso o Educador Físico consegue transforma-la, fazendo com que ela se descubra como um ser pensante, com habilidades psicomotoras. É através do ato de brincar, o professor consegue proporcionar todo este desenvolvimento integral, uma vez que a criança brincando trabalhará sua memória, emoções e seu movimento, desenvolvendo um relacionamento com seu corpo, trabalhando assim sua interação com o mundo.

[...] através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade (FANTACHOLI, 2011, p. 3).

 

Reforçando a afirmação do autor, através da brincadeira, tendo um orientador para intermediar de forma coerente, sem tirar com isso, o significado da ludicidade, o momento de prazer em que à criança brinca pelo simples ato de brincar, ela estará trabalhando seu corpo, alma e mente se desenvolvendo integralmente.

Dentro deste contexto e tendo a educação física como o espaço mais adequado para deixar a imaginação, a expressividade, fantasias e criatividade da criança ser aflorada, o professor deverá buscar meios de provocações e curiosidades, trazendo propostas que façam as crianças movimentar corpo e mente, trabalhando a socialização, habilidades motoras e aptidões físicas, de forma que todo esse aprendizado seja feito de forma prazerosa, como afirma o autor Fantacholi (2011, p. 7) ao dizer, “compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona”.

Dentro deste discurso e tendo como base a Educação Física como ambiente mais propício para estas atividades lúdicas, o professor deve levar o brincar como forte aliado na interação do aluno ao ensino aprendizagem da cultura corporal, visando suas qualidades e benefícios como instrumentos para o e desenvolvimento integral. O profissional deve reconhecer que ao trabalhar com atividades lúdicas a criança irá potencializar suas ações, alcançando níveis mais elevados do saber, produzindo conhecimento maior sobre seu corpo. Para Rolim et. al. (2008, p. 2), “a brincadeira facilita o aprendizado e ativa a criatividade, ou seja, contribui diretamente para a construção do conhecimento”.

Pensando não só apenas na contribuição do saber cognitivo desenvolvido através de tais práticas, a criança irá construir uma relação na vida afetiva e social, uma vez que suas emoções são trabalhadas pela prática de tais atividades como o jogo, que além de ensinar regras e limites, desenvolve a integração com o outro, suas emoções e ações ao ganhar e perder, vivenciando alegrias e frustrações.

 

a utilização de procedimentos metodológicos que envolvem brincadeiras, jogos e brinquedos tende a contribuir com mais facilidade para o processo de ensino e aprendizagem da criança na formação de atitudes como: cooperação; socialização; respeito mútuo; interação; lideranças, criatividade, personalidade e autonomia, que favorecem a construção do conhecimento do educando. (SANTOS, 2014, apud REIS et. al., p.3)

Ao utilizar as brincadeiras como metodologia para desenvolvimento integral, fica mais fácil do professor se aproximar da criança, levando conhecimento da vivência da corporeidade do sentir e do relacionar-se.

Sem a intenção a criança estimula através de brincadeiras, aspectos físicos e sensoriais, como a percepção, habilidades motoras, força e resistência. Estes aspectos devem ser observados pelo Educador Físico com a finalidade de potencializar o aluno, buscando não só melhorar suas habilidades motoras e capacidades físicas, mas buscar também compreender que através da ludicidade do brincar a criança expressa seus sentimentos, tornando sonhos reais, criando uma relação do imaginário com a realidade em que vive, mostrando medos e angústias que passam despercebidas aos olhos do Educador e que podem prejudicar a criança no que diz respeito as suas atitudes e afetividade quando não trabalhada a capacidade de relacionar-se com outras pessoas e sua autoestima. Oliveira (2000, apud FANTACHOLI (2011, p. 4), aponta o ato de brincar como sendo, “um processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva, criando vínculos mais duradouros”.

Através das brincadeiras orientadas pelo Professor de Educação Física dentro da escola é possível identificar essas dificuldades da criança a fim de desenvolvê-la e mudar esse lado emocional, tornando-a uma criança segura de si mesma. Rolim et. al, (2008, p. 1) afirma que “o brincar, tão característico da infância, traz inúmeras vantagens para a constituição da criança, proporcionando a capacitação de uma série de experiências que irão contribuir para desenvolvimento futuro dela”. E esta contribuição se dará pelo intermédio do professor que terá o papel de principal, analisando as ações desenvolvidas pela criança, observando não apenas o lado psicomotor, mas enfatizando o lado cognitivo e sócio afetivo, desenvolvimento um ser integral no que diz respeito ao emocional, a percepção mental e as práticas motoras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho mostra a real importância do brincar nas aulas de Educação Física Escolar. A criança aprende enquanto brinca, desenvolvendo seu raciocínio, a imaginação, a memoria, a criatividade, o pensamento, utilizando seu movimento corporal e sensório-motor, construindo conhecimento pelas relações interpessoais durante a formação integral da criança nas aulas de Educação Física.

A brincadeira funciona como um impulso natural é um fator motivador, estimulante para que a criança realize através do lúdico as suas fantasias pueris, construindo sua realidade, levando o aluno a atividade física.

O Jogo também utilizado nas aulas de Educação Física, tem como objetivo, preparar a criança para respeitar e obedecer às regras. Fazendo com que possam dominar certos conceitos trabalhados na Cultura Corporal do Movimento, dessa forma desenvolvendo a parte psicomotora da criança e motivando a pratica da atividade física.

O brincar na escola é fundamental para o professor de Educação física, seja o mediador desses conceitos, é na brincadeira que conhecemos nossos alunos, podendo observar seus interesses, suas habilidades motoras, comportamento, medos, insegurança, e socialização com outros. Cabe então, ao professor planejar pedagogicamente suas aulas, preparando atividades adequadas para cada fase da criança, contribuindo para a sua transformação e desenvolvimento cognitivo, físico, motor, emocional, afetivo e social.

Além disso, as aulas de Educação Física vão preparar a criança para ser um praticante das brincadeiras, aplicando a cultura corporal na sua vida, promovendo a construção de conhecimentos, tornando-a um ser pensante, com uma boa formação de suas habilidades psicomotoras. Pra isso é utilizado recursos didáticos e planos de aulas para que sejam feitas abordagens adequadas para cada fase da criança.

Verificamos que nas aulas de Educação Física, as brincadeiras e jogos irão proporcionar boas experiências para as crianças, sendo um grande aliado da cultura corporal do movimento, levando o desenvolvimento integral da criança.

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