23/10/2019

Bullying

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

            As escolas têm feito esforços hercúleos para minimizar e até mesmo erradicar o bullying. Toro, Neves e Rezende, no artigo Bullying, o exercício da violência no contexto escolar: reflexões sobre um sintoma social, publicado na Psicol. teor. prat.,  São Paulo ,  v. 12, n. 1, p. 123-137, 2010[1] são enfáticas ao relatarem que é no processo de escolarização o papel fundamental para a constituição do indivíduo, mas é afirmado em minhas obras que a família ainda é a base para a formação do caráter, do respeito, do amor ao próximo e de uma consciência social.

            Segundo as autoras, “bullying diz respeito a uma forma de afirmação de poder interpessoal por meio da violência”, que não implica necessariamente em uma violência física. Ela também atua no psicológico da pessoa vitimizada, podendo haver graves conseqüências negativas, imediatistas e tardias ao vitimizado, o que é corroborado por Santos, Perkoski e Kienen, no artigo intitulado Bullying: atitudes, consequências e medidas preventivas na percepção de professores e alunos do ensino fundamental, publicado em Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 23, n. 4, p. 1017-1033, dez.  2015[2], ao afirmarem que estas conseqüências podem ter como reflexo a solidão, maior evitação da escola, ideação suicida, baixa autoestima, depressão, ansiedade, problemas físicos, problemas de saúde e baixo rendimento acadêmico.

            Este tipo de bullying trata-se de uma humilhação social e para as autoras supracitadas, esta manifestação pode ser interpretada como algo perverso para a convivência. Precisamos aprender vivenciar a palavra conviver que tem como sinônimo coexistir, coabitar o que implica em respeitar o próximo, as diferenças e se dar exemplo de um “homem de valor, de caráter” e não de um inepto qualquer.

            Infelizmente nossa cultura tem disseminado cada vez mais néscios. Parece-me que temos uma fábrica de imbecis de toda natureza, podendo escolher entre os políticos que são representados pela grande maioria, até artistas ou pseudoartistas como Mc´s, salvo raras exceções.

            Tivemos recentemente um Mc demonstrando o quão é vil foi a sua persona. Este néscio, com uma demonstração abjeta, sentiu-se superior rindo de uma criança a ponto da mesma se sentir constrangida. E como se não bastasse, resolveu expor este ato ridículo nas redes sociais.

            A sociedade está repleta de pessoas de egos inflados e que acham divertido ridicularizar o seu próximo, e expô-la nas redes sociais para ganhar mais popularidade ou até mesmo como forma de aparecer na mídia.

Podemos sentir o peso de palavras ditas por Marx e Sartre. O primeiro afirmava que “nada do que é humano me é estranho”, ou seja, esta atitude pode ter um atenuante por simplesmente sermos humanos e nos encontramos ainda em um processo evolutivo e aprendendo com os erros, desde que o ato seja visto como um triste equivoco. O segundo pensador, com toda convicção sustentava que “o inferno são os outros”, e neste caso, o Mc fez jus a este ditado, roubando a alegria e a ingenuidade de uma criança com seus comentários e risadas humilhantes, de forma a fazer seus seguidores se divertirem com ato. Realmente ambos pensadores estavam certos,

Precisamos aprender a amar e nos colocar no lugar do outro para que atitudes assim não mais aconteçam. Cabe ressaltar que a família deve ser mais firme em coibir qualquer ato de humilhação com o próximo e a escola jamais deverá tolerar atitudes de bullying.

Nesta instituição educadora, deverá imperar sempre o respeito as diferenças e a coletividade. A permissividade por parte só vem a corroborar com o declínio de uma sociedade sã.

 

 

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