19/10/2018

Caça às Bruxas

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

O período eleitoral está chegando ao fim, e a democracia nos permite isso; uma escolha de governo entre dois políticos que foram mais votados no primeiro turno, desde que nenhum tenha alcançado mais de 50% dos votos válidos.

Nesta reta final, ouve-se ainda mais acusações de desvios, negligências e até comportamentos carregados de hipocrisias, tudo como forma de se conseguir o maior número de eleitores, e tais políticos não abrem mão de outros subterfúgios para continuarem e/ou entrarem neste sistema corruptível, e olham então apenas para os seus próprios umbigos, deixando a vontade do povo às margens.

Entre estes políticos, é comum além das acusações, ouvir estultices de uns sem conhecimento de causa, pois é raro um político de tal escalão ter estudado o ensino básico em uma escola pública.

O importante aqui é literalmente laçar os menos esclarecidos, que no caso de nossa nação, torna-se uma maioria esmagadora, pois a falta de discernimento é um fruto de nossa educação pública sofrível.

Interessante perceber que desses candidatos, um levanta a bandeira da educação, entretanto põe como responsável pela má qualidade da educação, o já sofrido e perseguido professor.

Para esta pessoa, o professor é o principal problema, sendo assim, estamos adentrando numa verdadeira caça às bruxas, sem apelar para o vitimismo.

 Realmente temos que assumir a “mea culpa”. Somos culpados por sermos uma classe desunida, culpados por aceitarmos as ordens de pseudopedagogos a nos empurrar projetos estéreis, somos culpados por acatarmos ordens de um sistema falho quando se refere ao não constrangimento de alunos, ou seja, não se pode mais chamar atenção de um aluno ou exigir deste uma conduta ética, já que isso poderia constrangê-lo. Somos culpados pelas agressões físicas e verbais praticadas pelos alunos e seus responsáveis, em nós professores, enfim, somos culpados por tantas coisas que desta forma, só nos resta mesmo a fogueira.

 O escritor português José Saramago, era enfático em sua fala “aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro”, e assim tem se resumido a nossa fétida política.

Cada um querendo colonizar o máximo de alienados que puder, e cabe a nós professores, sermos os culpados disto não acontecer, trabalhando o discernimento em nossos alunos e reconquistando a nossa tão perdida dignidade.

 

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