13/02/2019

Cargo Vitalício

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

Gerir uma instituição educacional exige do profissional certas habilidades, o que nem sempre requer um curso de pedagogia, apenas experiência em sala de aula e bom senso.

De acordo com o site Aprendizagem em foco pelo Instituto Unibanco a Gestão escolar deve contemplar o princípio da Gestão Democrática que se baseia em três passos, são eles?

PNE determina que nomeação de diretores considere mérito, desempenho e consulta da comunidade;

Princípio democrático fortalece gestão voltada para resultados de aprendizagem;

Práticas de gestão democrática devem fazer parte da rotina dos gestores.

 

De acordo com o portal, não existe evidência de qual a melhor forma de se nomear um diretor (eleição, concurso, certificação, entrevista, etc), mas o portal é enfático ao citar que a indicação política é a menos indicada.

A indicação quase nunca obedece a meritocracia. Ela é fundamentada em favores políticos, caprichos das secretarias ou até mesmo por meios escusos por parte da gestora e do (político e/ou empreiteiro que indicou), visto que empresas em cidades pequenas têm grande poder político, a ponto de impor situações ao cargo máximo que é o de prefeito, fazendo deste apenas uma marionete.

Em cidades pequenas, as indicações políticas acabam virando cargos vitalícios, pois a política quase nunca muda, e os gestores permanecem por mais de uma década, cuidando da escola como se fosse sua propriedade e por pensar assim, ele faz o que bem lhe convém, como humilhar professores e funcionários, usar caixa dois para fins próprios, dentre outras arbitrariedades.

O Site Gestão Escolar mostra a triste realidade ao relatar que quase metade dos diretores das redes públicas foram escolhidos apenas por indicações, em geral, por políticos sem critérios e objetivos.

Esta pesquisa relata escolas públicas, ou seja, estaduais e municipais, e no caso das municipais a realidade é bem pior.

Cidades que se preocupam com a qualidade da educação pública, percebendo a seriedade que é ter um bom diretor, através de seus vereadores, criaram um projeto lei que regulamenta novos procedimentos para escolha de gestor e vices nas escolas e alguns pré-requisitos para que prevaleça um critério de escolha democrática, sendo assim, os gestores deverão cumprir critérios básicos de formação e experiência profissional, passar por uma avaliação teórica de conhecimentos gerais e específicos e apresentar um plano de gestão para a unidade escolar.

Exigirá também que os interessados tenham licenciatura plena em pedagogia ou pós-graduação em gestão escolar (ou equivalente) e tempo mínimo de efetivo exercício da docência.

O intuito destas cidades é simplesmente acabar com as indicações políticas, as trocas de favores além de uma melhora na educação pública e cabe ressaltar que a pessoa escolhida por meritocracia estará gestor e não será gestor, pois o interessante é que haja novas escolhas a cada dois anos, ou seja, gestão escolar não é cargo vitalício.

Acreditamos que se essa ideia se espalhar, teremos muito a comemorar em relação às gestões e principalmente a educação pública.

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