Cidade, Poesia e Cidadania
Qual papel você exerce na sua cidade? O que tem feito para deixar a cidade mais gentil? Em tempos de desconfiança e descontentamento com as políticas e os políticos, acho importante pensar sobre as perguntas abordadas no começo deste texto. Antes de cobrarmos atitudes mais humanas e coerentes dos governantes, talvez seja importante entender que nossos representantes não são alienígenas vindos de uma galáxia distante, muito pelo contrário, são, na minha opinião, reflexo das nossas escolhas e comportamentos. Normalmente, as pessoas só se tornam engajadas politicamente na época das eleições, naquela hora onde o barco já quebrou o leme e saber nadar não é o suficiente. É preciso viver a cidade todos os dias; deixemos de lado o discurso vazio da crítica por criticar e nos preocupemos em criar, participar e divulgar projetos que sejam poesia para a cidade, que façam a cidade ser acolhedora para todos os seus filhos. Temos o dever de nos envolvermos em rodas de conversa que valorizem a ocupação consciente dos parques públicos, dos espaços de cultura, dos viadutos onde acontecem as maravilhosas batalhas de MCs. Ou seja, ser parte de tudo que possa trazer vida para as nossas cidades. Temos que parar de ver o mundo da janela do carro, temos que parar de fingir que nossa cidade se resume a sala de estar dos nossos apartamentos. Existir não é o suficiente, por favor, vivam! A cidade pulsa poesia e quer de nós o mesmo que Guimarães e seu "Grande Sertão" queria: força, coragem, ousadia!