25/04/2011

CIVILIZAÇÃO: EIS A QUESTÃO!

 

 

CIVILIZAÇÃO: EIS A QUESTÃO!

 

CIVILIZATION: THAT IS THE QUESTION!

 

MARINHO CELESTINO DE SOUZA FILHO1

 

 

Resumo: Nesse artigo, produzido a partir de pesquisa bibliográfica, pretendo demonstrar alguns fatos concernentes à História do Brasil. Além disso, pretendo ainda mostrar que na História Oficial de nosso país há fatos que carecem de lógica e, inclusive de veracidade.

 

Palavras-Chave: História do Brasil. História Oficial de Nosso País. Fatos. Veracidade.

 

Abstract: This article, produced from literature, I examine some facts concerning the History of Brasil. Furthermore, I intend to show that even in the Official History of our country there are facts that lack logic and even veracity.

 

Key Words: History of Brasil. Official History of Our Country. Facts. Veracity. 

 

                            Nesse trabalho, pretendemos tratar da origem do Brasil, isto é, discorreremos sobre a História Oficial de nossa pátria, comparando-a com a versão não-oficial, mas, antes recorreremos ao Houais (2001) para compreender o sentido da palavra Civilização.

                            Portanto, segundo o Houais (2001, p. 734), dentre os vários sentidos da palavra Civilização, elencaremos os seguintes: “1. Ato ou efeito de civilizar. 2. Conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual, artística, moral e material de uma época, de uma região, de uma sociedade.” .

                            Observando os dois conceitos citados acima, gostaríamos de comentar apenas o segundo que acreditamos ser mais relevante para o que pretendemos mostrar nesse breve ensaio.

                            Logo, o segundo conceito nos mostra que ser civilizado significa preservar e valorizar aspectos peculiares no que tange à intelectualidade, à arte, à moralidade e, inclusive aos bens materiais de certo povo ou certa nação. Ou seja, preservar e valorizar o patrimônio cultural, histórico e social de determinada cultura, como por exemplo: cultura ocidental, egípcia, inca, maia e, em especial a cultura dos Ameríndios Brasileiros.

                            Entretanto, um olhar ainda que simples sobre a realidade brasileira e perceberemos totalmente o oposto: o povo invasor que para cá se mudou, destruiu a cultura dos Indígenas Brasileiros, por quê? É o que tentaremos deslindar no transcorrer desse ensaio.

                            Para responder à questão anteriormente proposta, precisamos retomar a origem da História do Brasil.

                            Nesse aspecto, Pedro (1997, p. 113) nos mostra que:

 

A grande armada de Cabral partiu de Lisboa e no litoral africano desviou-se da rota de Vasco da Gama. No dia 21 de abril de 1500, os portugueses chegaram ao litoral atlântico da América do Sul. Aportaram numa baía, a que chamaram Porto Seguro. A região descoberta foi batizada com o nome de Ilha de Santa Cruz. Riquezas e lucros era (sic) o que Portugal queria nas novas terras que acabava de tomar.

 

                            De acordo com essa citação, notamos que a História Oficial mostra que os invasores chegaram ao Brasil no dia 21 de abril de 1500, porém, como explicar o tratado de Tordesilhas? Já que segundo Pedro (1997, p. 109):

 

Portugal pressionava a Espanha a respeito das terras recém-descobertas, pois se achava com direito a essas terras. Para solucionar essa pendência, foi assinado o tratado de Tordesilhas (1494) entre os dois países ibéricos, oficializando jurisdição sobre terras descobertas ou a descobrir.

 

                            Dessa forma, como o Brasil foi descoberto em 1500, se já havia um tratado para repartir as terras da América, nesse caso, mais específico, da América do Sul, em 1494?

                            Sendo assim, percebemos alguns dos grandes pecados da História Oficial, contudo há outros maiores ainda. Como por exemplo: a omissão de alguns fatos no que se refere ao povo invasor.

                            Nesse aspecto, sabemos que alguns dos moradores de Portugal, os quais preenchiam os requisitos para colonizar o Brasil, não quiseram vir para essa Terra. Essa afirmação é comprovada por Gancho et al (1994, p. 15): “A doação de terras à primeira vista pode fazer crer que a afluência de pretendentes foi enorme, mas ocorreu o contrário, os portugueses ricos e nobres que preenchiam os requisitos para tal não se interessaram.”

                            Por conseguinte, a quem interessou vir ao Brasil? Como os burgueses portugueses não se interessaram em vir para cá, já que eram eles que preenchiam os requisitos estipulados pela coroa portuguesa, logo, o rei de Portugal toma a seguinte atitude: mandou para o Brasil os degredados, bandidos, criminosos portugueses e algumas prostitutas para lhes fazer companhia, em compensação o governo de Portugal perdoaria os crimes desses bandidos e ainda lhes oferecia terra para explorarem no Brasil. É o que ratificam Saul e Silva Santos (2008, p. 1):       

 

O degredo para o Brasil era uma das maiores punições da justiça portuguesa e, em muitos casos, antecedia apenas a condenação à morte. A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Cabral, ao relatar a tomada de posse das terras brasileiras pelos portugueses em 1500, faz referência aos primeiros homens que foram deixados aqui como punição por crimes cometidos em Portugal. Tal fato tornar-se-ia prática constante durante os primeiros séculos de colonização portuguesa na América e em outras partes. Tanto é verdade, que Camões, em Os Lusíadas, ao cantar as glórias das conquistas marítimas lusitanas, fez alusão ao uso dos degredados como mensageiros e espiões dos capitães de navios.

           

                            Essa também é uma das partes da História do Brasil que não é contada em muitos livros didáticos, ou seja, omitem-se fatos relevantes da nossa História para preservar aspectos e intenções escusos dos invasores, dessa maneira, camufla-se a realidade de nossa origem.

                            Mas, a verdade não pára por aí, por quê? Porque, quando os invasores chegaram a essa terra, já havia um povo que vivia nesse país, os Indígenas, povo considerado não-civilizado pelos invasores, povo saudável que nunca tinha ouvido falar em doença alguma, nunca tinham gripe e, muito menos doenças sexualmente transmissíveis.

                            Esse povo ficou conhecido como índios, porque os portugueses achavam que haviam chegado às Índias.

                            Nesse aspecto, os índios que hoje são mais conhecidos como Indígenas é que são os legítimos donos dessa terra, considerados não-civilizados, de acordo com Paula (2009, p.1), foram eles que ensinaram os portugueses a tomarem banho:

 Você sabia que vários dos nossos hábitos são herdados da cultura indígena? Um dos costumes mais importantes é o de tomar banho todos os dias. Em outras culturas, como na dos países europeus, é comum as pessoas passarem dias sem tomar banho.

 

                            Além disso, os índios preservavam e ainda preservam nossas matas, nossos rios, enfim, nosso meio ambiente.

                            Todavia, os portugueses violentaram esse povo, aviltaram a sua cultura, trouxeram-lhes vários tipos de doenças, como: gripe, DSTs, etc. E ainda, mataram, exterminaram covardemente grande número de povos e nações indígenas.

                            Portanto, diante desses fatos anteriormente citados, ainda dizem que "OS CIVILIZADOS SOMOS NÓS".

 

Referências Bibliográficas

 

GANCHO, Cândida Vilares et al. A posse da terra. 2. ed. São Paulo:Ática,1994.

 

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 

PAULA, Suzette. Hábitos Indígenas. Disponível em: http://suzettepaula.blogspot. com/2009/03/habitos-indigenas.html.   Acesso em 24 de abril de 2011.



PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental: geral e Brasil, integrada. São Paulo: FTD, 1997.

 

SAUL, Estevam Fernandes, SILVA SOUZA, Francisco das Chagas. Purgando pecados e limpando a Europa: o degredo no cotidiano dos primeiros séculos de colonização do Brasil. Mneme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24, Set/out. 2008. Anais do II Encontro Internacional de História Colonial. Disponível em: www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais. Acesso em 24 de abril de 2011.

 

 

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