17/04/2017

Classificação de Risco do Brasil e a Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Classificação de risco indica a probabilidade de um país poder pagar suas dívidas. Harari em seu livro Sapiens - Uma breve história da humanidade, publicado pela Editora L&PM em 2016 esclarece que quanto maior a classificação de risco, maiores são as taxas de juros e menores a credibilidade deste perante os países credores.

            Apesar do Brasil ser um país rico em recursos naturais, possuir 12% da água doce do mundo e ser o segundo maior produtor de minério de ferro, a sua classificação de risco é alta de acordo com a definição de Harari.

            Para entendermos melhor esta classificação, sabe-se que ela é muito mais importante para o seu bem-estar econômico que todos seus recursos naturais e para analisar tal classificação, leva-se em consideração dados puramente econômicos, fatores políticos, sociais e até mesmo culturais, e no quesito fatores políticos deixamos sempre a desejar.

            Um país que tem um governo corrupto, políticos corruptos, um sistema jurídico falho como o nosso, não tem como ter uma classificação de risco baixa, pois se analisarmos o todo, somos podres nos três poderes que nos representam.

            Uma forma de resolvermos esta situação, não é deixando nossas riquezas serem exploradas por empresários vampiros a sugarem os sangues de seus operários, mas acreditar que a educação é a única solução.

            Um país com uma educação de qualidade, tem sua classificação de risco baixa, como exemplo a Finlândia que no Ranking de Educação de 36 países ocupa o primeiro lugar, este país tem sua classificação de risco de crédito em 95.78 e o Brasil que ocupa a posição 35 dos 36 países tem a sua classificação de risco em 34.

            Pode-se perceber que ao analisarmos os outros países que estão entre os quatro primeiros no ranking da educação, tem a sua classificação de risco muito positiva. Veja os exemplos : Japão (78), Suécia (99) e Coréia do Sul (84).

            Como um país poderá ter uma classificação de risco baixa se ele é considerado o 4º país mais corrupto do mundo, segundo Fórum Econômico Mundial? Esta pesquisa foi baseada em três simples perguntas: “O quanto é comum o desvio de fundos públicos para empresas ou grupos?”; “Como qualifica a ética dos políticos?”; e “O quanto é comum o suborno por parte das empresas?”.

            Obviamente são perguntas que infelizmente sabemos as respostas e o que isso acarreta para a perspectiva do povo brasileira, em contrapartida, temos na educação a solução a médio/longo prazo, mas para esta solução se efetivar, teremos que melhorar muito a nossa situação no ranking de educação e trabalhar com mais dedicação o lado cidadão e protagônico de nosso alunos.

            O fato é que o Brasil ainda tem jeito, mesmo apesar destes políticos quererem enfraquecer ainda mais a educação, na qual encontra-se toda a solução para este problema, nós como professores, poderemos fomentar a leitura em nossos alunos e a desenvolver o seu senso crítico e político, vislumbrando o quão é importante a política para uma sociedade mais igualitária e digna.

            Assim sendo, precisamos alçar longos vôos como fez Fernão Capelo Gaivota, não se conformando com as migalhas jogadas pelos pescadores em seus barcos pesqueiros, assim, alçar longos e altos vôos, pois o pensamento é livre e se nós pensamos, temos condições de efetivar tais pensamentos.

            Uma nação educada saberá escolher melhor seus representantes políticos e saberá também entender que a Classificação de Risco reflete na injustiça contra seu povo sofrido.

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