24/11/2014

Código de barras permite identificação molecular de espécies

Codigodebarras

Projeto possibilita reconhecer sequenciamento do DNA de vegetais, animais e microbianos. Recurso foi apresentado em Santos (SP)

 

Assim como os produtos disponíveis nas prateleiras de supermercados, os recursos genéticos vegetais, animais e microbianos também podem ser identificados por um tipo especial de código de barras.

O projeto foi apresentado pelo professor do Instituto de Biociências da Unesp, de Botucatu (SP), Cláudio de Oliveira, durante palestra no Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos (CBRG), que prossegue até esta sexta-feira (21), em Santos (SP).

O professor afirmou que a identificação de espécies é um trabalho muito difícil, porém fundamental. Dados apresentados durante a conferência mostram que existem atualmente cerca de um milhão de espécies descritas (800 mil de insetos, 200 mil de plantas com flor), mas isso só significaria 13% do total de espécies existentes no planeta Terra.

"A estimativa é que 87% das espécies do planeta não estão identificadas", disse Cláudio. Destas, 90% seriam de insetos, 15% de plantas e 99% de microrganismos.

Para o professor, identificar espécies é uma questão extremamente relevante para o País. "O Brasil tem cerca de 200 mil espécies conhecidas, mas isso só representa 10% do total de espécies existente no país, que é algo entre 1,4 e 1,8 milhão de espécies no total", afirmou.

Como conhecer a totalidade das espécies levaria muito tempo, o Projeto DNA BarCode foi a solução encontrada por uma equipe internacional de pesquisadores, da qual faz parte o Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu, para compartilhar as informações sobre sequenciamento de DNA feitas por cientistas de todo o mundo.

O sistema utiliza o gene COI para a identificação molecular de animais, o gene ITS para a identificação de fungos e os genes RCBL e MATK para a identificação de plantas. Todas essas informações padronizadas são posteriormente depositadas num banco de dados de acesso público disponível online. Atualmente, há 2 milhões de sequências depositadas no banco. Destas, 250 mil são de espécies animais.

Além das razões óbvias que justificam a realização do projeto de código de barros para seres vivos, o professor Cláudio de Oliveira afirmou que já estão sendo realizados estudos para a criação de dispositivos portáteis que possam identificar mais rapidamente as espécies em campo.

"Imagina o quanto um dispositivo como esse seria útil na identificação de espécies que tem a sua pesca proibida", afirmou.

Ao final da palestra, o professor falou da Rede Brasileira de Identificação Molecular da Biodiversidade (BrBol), cujo objetivo é identificar 170 mil espécies no nosso país. Os dados disponíveis até o momento podem ser encontrados no site da Rede.

Fonte: Embrapa 

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