24/02/2017

Da Reforma a Deforma do Ensino Médio

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br         

          Quando se pensava que havia acabado a discussão da reforma do ensino médio, percebe-se que ela sequer esgotou, mas em nosso país, o poder está na canetada e não no argumento inteligente, aliás, mesmo que fosse um argumento abstraído de qualquer expertise, seria o suficiente para a nossa sociedade néscia e seus jovens alienados, pois o governo soube utilizar a mídia a seu favor e a produzir estatísticas manipuladas para convencer essa massa totalmente idiotizada.

            Vamos estudar um pouco a história para entendermos a nefasta estratégia deste governo que em menos de um ano, conseguiu aumentar o número de miseráveis no país.

            Segundo estudo do Banco Mundial ate dezembro deste ano, o Brasil terá até 3,6 milhões a mais de miseráveis, o que rendeu ao nosso governo federal uma fama de presidente que mais promove a miséria do povo brasileiro, e ciente disso, ele se arma de estratégias e aparece na televisão se passando por bom político, de bom moço e cheio das melhores intenções para com o pais.

            Isso nos permite fazer uma analogia com Goebbels que foi ministro da propaganda nazista na 2ª Guerra Mundial. Ele alterava as estatísticas, mentia para o país e fomentava o ódio contra os judeus, sendo um dos responsáveis pelo holocausto.

            Essa analogia é apenas para demonstrar a parte da manipulação das informações amparada pela mídia embasada pela nunciopolítica, assim como Goebbels fez uso da máquina do governo, o nossos políticos também fazem.

            Para muitos estudiosos esta reforma agravará ainda mais as desigualdades aumentando o abismo que sedimentará ainda mais as classes, entretanto, ao pesquisarmos sites ligados ao governo, veremos depoimentos de supostos jovens defendendo a reforma com argumentos dignos de especialistas em educação dizendo que querem a reforma.

            A manipulação é tão gritante que de longe se percebe que é tudo fake para iludir ainda mais o povo formado pela massa amorfa. As estratégias usadas são as mais baixas e tudo em nome de qualidade na educação que não existirá e que, aliás, atrasará em décadas a meta do ensino.

            Vamos ver mais uma vez a história se repetir, é um Déjà vu na educação, já que no período oriental era mantida uma cultura dominante através da educação e no Brasil a educação pública básica e fundamental também tem servido como forma de dominação.

            Em Esparta, a educação se baseava também no conformismo e nossa juventude encontra-se totalmente apática e conformada, pois qualquer manifestação que se faça, a repreensão é de imediata com o aval dos governantes ordenando uma coerção social a base de cassetetes, gás lacrimogêneo e balas de borracha tanto nos professores quanto nos estudantes como se fossem bandidos.

            No período medieval o prejuízo se deu na educação intelectual e científica e isso fez com que tal época ficasse conhecida como período das trevas, e com a reforma, a educação tanto intelectual quanto científica também ficará comprometida e até mesma "atrofiada" em nossos jovens. Eles não terão discernimento para sequer analisar uma simples situação problema.

            Já a educação oferecida pelos jesuítas não permitia que os alunos desenvolvessem o espírito crítico, coisa que mesmo sem a reforma nossos alunos já não têm.

            O Senador Cristovam Buarque sempre defendeu a idéia de que “o que transforma a sociedade é colocar o filho do pobre em uma escola tão boa quanto a do filho do rico”, mas como isso seria impossível para os quase 4 milhões de pobres que o governo terá criado até final deste ano, uma medida simples, mas impossível de acontecer é que qualquer filho de político deveria estudar em escola pública, principalmente no ensino infantil e fundamental.

            Dessa forma, os políticos teriam que investir mais nas escolas, nos professores e consequentemente poderíamos almejar no ranking da educação, posições como as do Japão, Coréia do Sul, Taiwan e até mesmo Cingapura.

            Infelizmente a nossa perspectiva em relação a  essa reforma, será de uma piora ainda mais na educação brasileira, o que elitizará mais o ensino superior e aumentará consequentemente o número de analfabetos funcionais com diplomas de ensino médio.

            Partiremos de uma reforma da educação para uma "deforma" na educação e tudo com o amparo desta sociedade servil.

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