29/05/2015

Dia Nacional de Paralisação mobiliza centrais sindicais em Fortaleza

A mobilização pelo Dia Nacional de Paralisação contou hoje (29) com manifestações de centrais sindicais e de servidores de universidades federais, em Fortaleza (CE). A Central Sindical e Popular Conlutas (CSP Conlutas) reuniu as categorias na Praça Portugal, para protestar contra os cortes orçamentários e o projeto de lei que regulamenta as terceirizações.

Para o coordenador da Conlutas, José Batista, o ajuste fiscal promovido pelo governo federal ataca frontalmente os direitos dos trabalhadores. "Achamos que é um crime o governo cortar R$ 11 bilhões da saúde no momento em que essa área vive um caos, no Ceará e no Brasil. Tirou direitos trabalhistas, quando mudou as regras do abono salarial, do seguro-desemprego e da pensão por  morte - o que afeta principalmente as mulheres”, afirmou.

Batista disse que o dia é o “pontapé inicial” para a construção de uma greve geral nos próximos dias. Ele preveniu que, no Ceará, o desenrolar das campanhas salariais de rodoviários do transporte urbano e do transporte intermunicipal e interestadual e de operários da construção civil aponta para uma greve.

"A posição da central é que, se não houver acordos até o dia 11 de junho, vamos iniciar uma greve geral. Motoristas e cobradores do transporte público de Fortaleza pararam hoje durante duas horas". 

As Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realizam atividades para chama a atenção para o projeto de lei das terceirizações.

Pela manhã, em conjunto com movimentos sociais, as centrais participaram de ato em frente à sede da Companhia Energética do Ceará (Coelce), a distribuidora de energia elétrica do estado. Segundo o secretário geral da CUT, Helder Nogueira, os trabalhadores da empresa paralisaram durante quatro horas.

À tarde, o ato das centrais terá lugar no prédio da Oi Contax, que faz o serviço de telemarketing da operadora Oi. O objetivo é demonstrar o impacto da terceirização ilimitada entre trabalhadores jovens, segundo Nogueira.

"Estudos de economistas vinculados aos movimentos sindicais mostram que, apesar do crescimento do emprego formal no Brasil nos últimos anos, esses empregos ainda são precários. Existe uma alta rotatividade e o rendimento médio é reduzido. Essas características afetam, na grande maioria, a juventude, que está entrando no mercado de trabalho. Eles representam um percentual bem elevado dos que ocupam as vagas, principalmente os terceirizados", destacou.

O secretário geral da CUT lembrou que a categoria entende que combater a terceirização ilimitada é defender os direitos da juventude trabalhadora do país, porque a terceirização "ilimitada" limita os horizontes da juventude que quer estudar, ter direitos sociais e mais oportunidades de vida. 

Os servidores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Cariri (Ufca) e da Integração Nacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) também realizaram ato pelo Dia Nacional de Paralisação. Eles debater a pauta nacional, e apontam o “descaso do governo” com a pauta de reivindicações dos servidores técnico-administrativos em educação e dos docentes.

"O governo empurra a negociação com a barriga. Nossa pauta foi enviada em fevereiro, e deixaram para começar a negociar em maio, sem apresentar nenhuma proposta. Isso vai ser empurrado para agosto, quando haverá a votação do orçamento, e os trabalhadores terão de aceitar qualquer proposta. Estamos pressionando para que as negociações aconteçam efetivamente", declarou o presidente da Associação dos Docentes da UFC (Adufc), André Ferreira. 

Os professores da UFC ainda não decidiram sobre a adesão à greve geral. Os servidores técnico-administrativos já têm data marcada para aderir ao movimento: os da Ufca, localizada no sul do Ceará, começam no dia 11, e os da UFC, no dia 15. Os servidores da Unilab, que fica no município de Redenção, juntam-se ao movimento na próxima segunda-feira (1º de junho).

A técnica em assuntos educacionais da Unilab, Ana Hérica Brasil, lista, entre as pautas específicas da universidade, os pedidos por melhorias no auxílio-transporte e na implantação de transporte institucional, uma vez que cerca de 95% dos servidores são de Fortaleza. Ela também fala da necessidade de se combater o assédio moral na instituição. "Em uma  universidade pequena, onde há muita função gratificada, isso acaba sendo utilizado pela direção como forma de divisão da categoria."

Edwirges Nogueira

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