26/09/2016

DO GOSTAR, DO SE APAIXONAR, DO AMAR.

Dênio Mágno da Cunha*

Quem procura, encontra. Um escritor a procura de um tema, normalmente encontra mais de um.Nessa semana eu recebi dois grandes temas e vou tentar juntá-los num só. O primeiro é tema do título.

Uma amiga Juliana Giroletti, compartilhou post no Face sobre as diferenças, ou melhor, sobre as características de gostar, se apaixonar e amar. Achei interessante porque é difícil traçar essas diferenças, delimitando diferenças entre sentimentos. Principalmente porque cada um vive seus sentimentos e os define da forma que julgar melhor. Sentimento não tem, por natureza, definição; sentimento não é racional, não faz parte da nossa racionalidade. Muitos falam em “controlar o sentimento”, isso é racionalidade, mas o sentir em si, não. Aprendi sobre sentimentos com os mais velhos, lendo, vendo, ouvindo e, finalmente, por experiência própria, comprovei que é desta forma que acontece. Tipo assim, teoria e prática. Isto é, leia a matéria – teoria – e conclua sobre os tipos de relacionamentos você vive e mantém.

Observe que eu disse relacionamentos, plural, mais de um. O motivo: porque não estou falando somente daquele relacionamento mais próximo a gostar, apaixonar-se e amar. Acredito que tenhamos estes sentimentos em relação a todas as coisas com as quais mantemos relacionamento – coisas, pessoas, fatos etc.. Por exemplo: aqui agora eu estou amando estar escrevendo. Sou apaixonado por ler; gosto de muitas pessoas; gosto de viajar; amo uma pessoa, e por aí vai. Importante é a clarividência construída através do desenvolvimento de nosso autoconhecimento. É este conhecimento que nos possibilita o equilíbrio emocional – o controle, o domínio e o encaminhamento sobre decisões a serem tomadas sobre nossos sentimentos: gostar? Se apaixonar? Ou amar? Sabendo que estamos falando de apenas três possibilidades.

Por falar em decisões, o segundo tema também foi enviado por uma amiga que prefere não ser mencionada. Foi um Vídeo sem título que mostra como devemos ser gratos pelo hoje, – tema recorrente nos meus textos – e como o único tempo existente é presente, o agora. Num determinado momento o narrador fala sobre hoje ser o seu primeiro dia e também ser o último. O que é, metafisicamente falando, verdade, mas não historicamente falando.  Ontem já acabou, amanhã não chegou e só nos resta a próxima palavra, que já foi escrita e já passou. Você já leu.

Esse vídeo me remeteu a outro tema, além deste sobre o tempo: a decisão que devemos tomar a todo instante sobre as nossas vidas. A decisão que tomo a cada palavra, por exemplo: qual a melhor para expressar o meu pensamento. Como sinalizar de forma correta o meu sentimento e entendimento a respeito do assunto? Como os leitores interpretarão? A interpretação dependerá da decisão tomada também pelo leitor, após ler o que eu escrevi. Não tenho domínio sobre isto. E, aqui no texto, nem chance de dialogar e convencê-los, caso interpretem errado. Complicado.

Interessante como estes dois temas se encontram em sala de aula. Você gosta, é apaixonado ou ama o que faz? Estuda com amor? E quanto a seus colegas? Gosta de muitos, de poucos, de nenhum? Gosta de seu professor?

Saber sobre seus sentimentos a respeito do estudo, das disciplinas, dos temas, dos professores, da escola e de tudo o mais, pode fazer muita diferença na qualidade da sua formação, no seu astral, na sua felicidade durante o tempo no qual você viverá ali. Se você souber dominar o que sente, pode construir a diferença entre ser feliz ou ser triste; ter sucesso ou não nos estudos. Observe a força dos seus sentimentos e a influência deles no seu humor (astral) em sala de aula, depois me diga se não é verdade.

E junto com essa análise, faça outra: qual o seu grau de interferência, de direção e domínio sobre o seu comportamento e aproveitamento do tempo em sala de aula? (Prometo não falar em celular). Você diz ao colega, que toda hora interrompe sua atenção, que ele está te atrapalhando? Ao contrário, você pede a uma de suas colegas que pare de cochichar porque você quer apreender o conteúdo? E por aí vai. Faz isso de forma amorosa ou rude; cria sentimentos de compreensão ou de ignorância?

Conhecer os sentimentos, suas características, é estratégico para vivermos bem nos relacionamentos que mantemos. Tomar decisão sobre eles é muito mais estratégico pois nos permite direcionar esforços, construir futuros, economizar tempo, aproveitar tempo e encontrar a alegria de viver.

* Dênio Mágno da Cunha, professor em Carta Consulta, em Una-Unatec, Doutorando em História da Educação pela Universidade de Sorocaba. É pesquisador dos sentimentos (dele).

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