Educação: A Gazela e o Leão

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

Sabendo que educação implica em uma ação transformadora, caberá ao professor criar formas para que essa ação seja mediante o senso de justiça, que tenha como cerne a erradicação da fome e das mazelas sociais.

É difícil trabalhar senso de justiça já que existe uma polarização em nosso sistema político e/ou econômico nos quais alguns proletariados se acham parte do topo da pirâmide social.

Para entendermos bem o senso de justiça, faz-se necessário uma metáfora entre o leão e a gazela, assim sendo, basta imaginar que “se você seguisse um leão o dia todo e testemunhasse a luta do leão para sobreviver; no final das contas, você ficaria feliz se este leão pegasse e comesse uma gazela. Todavia, se você começasse a mesma história seguindo a gazela e testemunhasse a luta da gazela para viver; no final das contas, o fato de esta gazela ter sido comida por um leão despertaria raiva em você”.

Assim sendo, quando você escolher um ponto de partida diferente, o mesmo evento, poderá criar dois julgamentos distintos, e assim funciona o senso de justiça de alguém, já que ele dependerá de qual história a pessoa acompanhará e por quanto tempo.

Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU, esclarece que todo processo educativo visa levar à conscientização e em nossa sociedade tem muitas gazelas sem consciência de classe, sem consciência humana se achando leão.

Souza em sua obra Introdução a Sociologia da Educação, publicada pela Autêntica, aborda 3 pensadores ligados tanto a filosofia quanto a sociologia.

Nesta obra perceberemos suas formas de pensar em relação a sociedade, assim sendo, Marx é direcionado para um pensamento voltado pela perspectiva da contradição e conflito de classes, todavia, por falta de conhecimento e até mesmo déficit intelectual, muitos de forma preconceituosa e estereotipada, faz com que qualquer pessoa que pontuar uma fala de Marx deve ser considerada uma pessoa comunista, sem entendimento deste sistema político pela luz da razão.

Dando continuidade aos pensadores, temos nas falas de Weber, uma sociedade vista pelo prisma do confronto de interesses e Durkheim centra na questão do consenso, buscando um entendimento da ordem e estabilidade e como o educar pode desenvolver uma solidariedade social, ou seja, um fator de coesão social?

Pode-se observar duas linhas adversas, como o leão e a gazela, temos os conflitos de interesses, ora o proletariado, ora a burguesia, ora a massa, ora a elite, mas apenas Durkheim busca a solidariedade social, o coletivismo, já que para ele a sociedade não passa de um conjunto de fatos sociais.

Desta forma a educação precisa trabalhar esta coesão social, mas sem que os educandos percam o conceito de classe, percebendo que nessa selva capitalista, somos todos “gazelas” fugindo dos leões que nunca se encontram saciados.