25/04/2025

Educação Dissociada da Realidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Para criar massa de manobra, basta subtrair qualquer forma de fazer o educando ser reflexivo e crítico e com base nessa estratégia, o governo de São Paulo reduziu em 35% as cargas horárias das aulas de ciências humanas que são disciplinas ligadas a filosofia, sociologia e geografia[1].

Observe que são disciplinas que levam o aluno a criticar o status quo, isto é, instiga o educando a pensar e até mesmo ser o próprio protagonista de sua realidade, proporcionado o desenvolvimento do discernimento e até mesmo consciência de classe, o que diverge da manipulação imposta pelo governo citado acima.

Marcus Bruzzo, é um pensador que tem se destacado na filosofia e na cultura, explicitando um vasto conhecimento da realidade, e com base em uma de suas falas[2], pode-se perceber não o erro crasso cometido pelo governo de São Paulo, mas toda uma estratégia de criar uma geração de discentes alienados quanto a própria realidade.

É sabido que disciplinas ligadas as ciências humanas fomentam um pensar e um protagonismo cognoscente e que se abster delas é fazer com que ocorra uma educação dissociada da realidade, o que reforça a manipulação.

Disciplinas como sociologia e filosofia questionam a realidade em concomitância, desenvolve o senso de pertencimento do cidadão na sociedade, analisando de forma crítica as diferenças sociais, a reflexão sobre a origem da própria história desenvolvendo no educando uma consciência de classe.

Essas trabalham a ética e esta lapida o caráter que converge com os ideais da verdadeira educação, que está na transformação do ser.

Abstrair os conteúdos ligados as ciências humanas é afastar o educando da própria realidade e do seu protagonismo, fazendo deste um mero figurante para alicerçar a má política e a corrupção.

Como ressaltado nos livros Educação e a Não Neutralidade; Educação uma Questão de Politizar e Educação um Ato Político[3], a educação tem que visar a totalidade do homem quanto ao seu desenvolvimento, respeitando suas especificidades e desenvolver no educando o que lhe é mais específico no seu ser humano, na sua intelectualidade, nos seus hábitos, levando-o à realização de seu ideal por meio de um protagonismo cognoscente.

Parafraseando Marcus Bruzzo, o educar não é adestrar por meio de um enfoque meramente fabril e com um raciocínio instrumental e porque não dizer um raciocínio simplista e raso.

O educar é instigar a busca do conhecimento, da autonomia intelectual, do desenvolvimento do discernimento, fazendo o aluno sair da inércia imposta por um sistema corruptor e antagonista.

Dito isso, pode-se perceber que disciplinas ligadas as ciências humanas fará o educando ter o senso de pertencimento na sociedade, transformando-a e melhorando assim o seu entorno.

 

 

[1] https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2025/01/escolas-de-sao-paulo-perderam-35-da-carga-horaria-para-as-ciencias-humanas.shtml

https://www.cartacapital.com.br/educacao/menos-sociologia-filosofia-e-geografia-ciencias-humanas-perdem-35-da-carga-horaria-no-ensino-medio-de-sp/

[2] https://www.facebook.com/reel/629214479797901

[3] TAVARES, Wolmer Ricardo. Educação e a Não Neutralidade. São Paulo: ícone 2024.

TAVARES, Wolmer Ricardo. Educação uma Questão de Politizar. São Paulo: ícone 2022.

TAVARES, Wolmer Ricardo. Educação um Ato Político. São Paulo: Autografia 2019.

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