08/08/2025

Educação e a Falácia da Ideologia de Gênero

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Nas eleições presidenciais de 2018 e 2022 recebemos uma enxurrada de desinformação e até mesmo na gestão que durou este intervalo, tivemos um gabinete denominado, gabinete do ódio para espalhar o maior número possível de desinformações, conhecidas também como fake news.

O problema é que políticos com desvios de caráter não medem esforços para tais métodos escusos, tanto que os que mais fazem uso destes métodos são contra a aprovação da PL 2630/2020, e que por ser uma maioria, a chance dela ser aprovada é baixa[1], já que se trata de um projeto para regulamentação das redes sociais com intuito de proteger os usuários e garantir um ambiente online mais seguro e transparente, responsabilizando as plataformas por conteúdos ilegais e criando em concomitância um conselho de transparência.

A aprovação dessa PL é de suma importância, visto que o TJPR (2020) pontuou uma pesquisa realizada no mundo e que apenas no Brasil, 62% dos entrevistados admitiram ter acreditado em notícias falsas, valor acima da média mundial que é de 48%.

Observe o nicho de eleitores incautos que isso representa para políticos que têm sua base parlamentar fundamentada nas desinformações e fake News, e por isso passa a ser uma ameaça a aprovação desta PL uma vez que forçará o parlamentar ou qualquer outro candidato trabalhar simplesmente com a verdade.

Uma fake news que perdura até hoje é a ideologia de gênero, que foi um recurso utilizado como terrorismo para as famílias ditas conservadoras, famílias estas compostas por falsos moralistas e falsos cristãos.

Não existe livro didático ou qualquer literatura pedagógica educacional que instigue a criança quanto a sua ideologia de gênero, e caso alguém afirme isso, a pessoa está apenas apontando o dedo para si mesmo e explicitando o quão é estulta, desinformada e preconceituosa.

Orientação e identidade sexual não é uma escolha do indivíduo, as pessoas são o que são. Elas simplesmente nascem assim, o fato é que Reis e Eggert (2017)[2] elucidam que a ideologia de gênero foi usada como uma disseminação de falsa premissa com o intuito de desconstruir os papéis de gêneros tradicionais, obviamente trabalhando o pânico moral, o retrocesso e a própria demonização do “inimigo” perante a família.

E entende-se como inimigo aquele que pretendia promover a igualdade de gênero e orientação sexual de forma a contribuir para a superação das desigualdades educacionais, coisas que obviamente incomodam os que se acham superiores.

Para Reis e Eggert (2017), faz-se necessário a promoção de uma ideologia de gênero em que masculino e feminino estejam em condições de igualdade principalmente para se combater as violências contra o gênero feminino, que infelizmente é considerada por alguns “como inelutáveis ou inerentes à condição masculina”.

Para os pesquisadores, trabalhar esta consciência é uma diluição do perigo social que tem em si um contingente de incautos manipuláveis que seguem dogmas e crenças que divergem dos valores democráticos como direito a igualdade.

 

 

[1] https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2256735#:~:text=Ementa%3A%20Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20responsabilidade,caracterize%20exerc%C3%ADcio%20de%20liberdade%20fundamental.&text=Ementa%3A%20Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20liberdade%20de%20express%C3%A3o%20e%20informa%C3%A7%C3%A3o%20na%20internet.

[2] REIS, T.; EGGERT, E.. Ideologia De Gênero: Uma Falácia Construída Sobre os Planos de Educação Brasileiros. Educação & Sociedade, v. 38, n. 138, p. 09–26, jan. 2017.

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