07/01/2022

Educação e a Lei Rouanet

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

É sabido  que a atual conjuntura política a educação nunca foi prioritária. Ela na verdade foi uma das pastas que mais sofreu com sucateamentos, cortes de verbas e descréditos de pesquisadores e renomadas instituições.

Quando a educação for vista como investimento e a mesma for prioridade em qualquer governo, tenha certeza que o Brasil deixará de ser um gigante adormecido em seu berço esplêndido ao som do mar e à luz do céu profundo.

Apesar de sermos um país gigante pela própria natureza, a nossa política ressalta a pequenez de um governo para com seu povo. A sua indiferençae falta de empatia com o sofrimento alheio, as suas falas e ações nefastas recheadas de sarcasmos, imbecilidades, hostilidades e mentiras.

É de suma importância perceber que educação e cultura são essenciais para o desenvolvimento da sociedade, mas o nosso governo é avesso a isso, divulgando fakenews, fazendo afirmações levianas, desacreditando as principais fontes de pesquisas, impondo tributos em livros demonstrando assim o seu desconhecimento de leis, já que em 1946, o escritor Jorge Amado, como deputado federal, apresentou uma emenda constitucional que determinava a isenção de impostos sobre o papel usado para imprimir livros, revistas e jornais e que tal imposição gerará retrocesso social e econômico no país.

Uma forma de alavancar a cultura é através da Lei Rouanet que faz parte do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e que também movimenta a economia empregando 1 milhão de pessoas e envolvendo aproximadamente 250 mil empresas (micro e pequenas empresas) sem levar em consideração os tributos que dão em torno de 10.5 bilhões de reais por ano[1].

Todavia o atual governo se vangloria dos cortes de 98% no teto. Não se trata de uma lei esquerdista, pois a mesma foi criada 1991 aprovada no governo Collor, mas a ditadura da imbecilidade usa como argumento um falso privilégio de comunistas.

Enfim, educação e cultura têm que ser vistas como investimento para que a sociedade possa evoluir, o que é enfatizado por Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007 ao aduzir que na visão de Marx, a sociedade é analisada sob a perspectiva da contradição e do conflito de classes e até pelo confronto de interesses conforme elucida nas falas de Weber, mas se analisarmos sob o prisma da educação no foco de um sociólogo da educação como Durkheim, perceberemos que a educação deve buscar a ordem e a estabilidade além de constituir como principal fator de desenvolvimento da solidariedade social, ou seja, coesão social.

Dito isso, podemos constatar que o problema que assola o nosso governo não é obstrução intestinal e sim obstrução cognitiva e moral

 

 

[1] Para mais informações vide https://www.youtube.com/watch?v=Jy6YsGIuoDo

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