24/10/2016

Educação e a Mídia

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            É sabido que a função da mídia é informar a sociedade, expor ideias, se ater aos fatos e formar opinião, com o intuito de auxiliar na formação de cidadãos conscientes e críticos, além de instigar no desenvolvimento político e cultural da sociedade.

            Pode-se ver nessa mesma mídia um braço a auxiliar a educação pública, o que pode ser reforçado por Giles em seu livro Filosofia da Educação publicado pela editora EPU em 1983 quando ressalta que educação é um processo de transformação e este processo não se limita somente a constatar uma realidade, mas levar o educando para compreensão e disposição para transformação.

            A mídia passa a ser conivente com a atual crise moral enfrentada pela política, ou seja, ela passa a exercer o papel de desinformar os cidadãos e não esclarecer, com uma informação não tendenciosa.

            Nossa educação está totalmente desamparada pelo Estado e pela mídia, que com o seu dever social, deveria informar a sociedade das ações ocorridas em relação as ocupações, entretanto por forças políticas, ela simplesmente se omite para que tais movimentos enfraqueçam.

            Quanto às mobilizações, as mesmas não estão sendo informadas como deveriam ser pela mídia. Muitos desconhecem as ocupações de 1016 escolas, 51 universidades e 82 Institutos Federais, e como afirma Andrada em seu livro Ciência Política e seus Aspectos Atuais: Engenharia Política e Politicometria publicado em 2000 pela Câmara dos Deputados, os canais de mensagens são os grandes veículos de informação, mas como dito anteriormente, neste caso, esta mídia está empenhada ao serviço de desinformação.

            As ocupações ocorrem por vários motivos, dentre eles o sucateamento da educação pública, máfia da merenda, insubordinação do governo frente à decisão da justiça, protesto contra o PEC 241/2016, desamparo e desvalorização dos professores, para serem ouvidos quanto às mudanças arbitrárias dentre outras estultices de nossos representantes.

            De acordo com Souza em seu livro Introdução a Sociologia na Educação, publicado pela editora Autêntica em 2007, as mudanças na sociedade devem acontecer, mas não como previa Marx com uma revolução dos proletariados e sim como previa Durkheim ao acreditar que essas mudanças seriam alcançáveis apenas pela educação, mas como alcançarmos essas mudanças se a mídia não cumpre o seu verdadeiro papel?

            Stata em seu livro Aprendizagem Organizacional: A chave da inovação gerencial, publicado pela editora Futura em 1997, aduz que para as transformações ocorrerem simultaneamente, faz-se mister que todos os envolvidos neste processo compartilhem das ideias e ideais e estejam comprometidos em tomar as medidas necessárias, mas com a manipulação da mídia, muitos não ficam inteirados deste movimento de luta em prol a uma educação de qualidade.

            Quando se fala em mudanças, não precisa ser um educador para defender essas ideias, precisa apenas um conhecimento em saber que o mundo é mutável e de acordo com Chiavenato em seu livro Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações, publicado pela editora Campus em 1999, são as pessoas que fazem as coisas acontecerem e por isso é imprescindível o desenvolvimento delas.

            Para Andrada em seu livro Ciência Política e Ciência do Poder, publicado pela LTR em 1998, a comunicação que dá sentido e caminho aos homens, as suas realizações e existência, e sabendo-se disso, o Estado se cerca através dos meios midiáticos de não comunicar a massa de alguns acontecimentos.

            Arruda em seu livro História da Educação, publicado pela editora Moderna em 1997, esclarece que a comunicação é uma via de mão dupla, ou seja, se este Estado usurpador não está gostando do que deveria estar nos meios de comunicação, caberia a ele então, analisar as idiotices que está fazendo.

            Gallo em Ética e Cidadania publicado pela editora Papirus em 2003 é enfático ao afirmar que a criação e o desenvolvimento dos meios de comunicação cada vez mais potentes tem contribuído tanto para alienação quanto para dominação.

            O fato é que os meios midiáticos usam do seu poder para iludibriar a massa, apoiar golpes e não para esclarecer o povo para uma necessidade real de mudança através da educação.

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