20/11/2017

Educação e o Desenvolvimento Moral: um epítome da teoria piagetiana

Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.

 

A teoria piagetiana sobre o desenvolvimento moral da criança é atualmente discutido acerca de meios alternativos de educação, que visam a formação de um individuo autônomo, inventivo e critico; diante disso, os educadores sentem-se confusos sobre a melhor maneira de conduzir seus educandos neste processo de construção do conhecimento intelectual e moral.

Segundo Piaget (1973), após investigação ao processo de construção do conhecimento intelectual, conclui-se que: “o mesmo não se dissocia do processo de construção do conhecimento moral, pois o pleno desenvolvimento da personalidade, sob seus aspectos mais intelectuais, é inseparável do conjunto dos relacionamentos afetivos, sociais e morais”.

Dessa forma, a construção do conhecimento intelectual é entendida como o desenvolvimento da inteligência e do raciocínio lógico através de experiências reais, ou seja, por meio de ações exercidas sobre os objetos, com a colaboração e o intercambio dos indivíduos.

Prontamente a construção do conhecimento moral consiste em uma vida social entre indivíduos, isto é, na organização social e intelectual espontânea das crianças entre si. É o desenvolvimento da autonomia, da reciprocidade e do respeito mutuo, ou seja, respeito de individuo para individuo, mutua coordenação de pontos de vista e de ações concebidas por uma disciplina cuja necessidade é descoberta na própria ação e na elaboração das regras.

De tal modo, ambos os processos estão associados, à medida que para construir conhecimento intelectual são necessários, organização, autonomia, reciprocidade e respeito mutuo, aspectos característicos do desenvolvimento moral.

A personalidade intelectual pressupõe a interação em um meio coletivo, que forma ao mesmo tempo a personalidade moral e é fonte de trocas intelectuais entre os indivíduos. Não seria possível realizar experiências espontâneas sem a colaboração entre os indivíduos (PIAGET, 1973, p. 70 - 96). De acordo com esse mesmo autor:

 

[...] A educação constitui um todo indissociável, e não se pode formar personalidades autônomas no domínio moral se por outro lado o individuo é submetido a um constrangimento intelectual de tal ordem que tenha de se limitar a aprender por imposição sem descobrir por si mesmo a verdade: se é passivo intelectualmente, não conseguiria ser livre moralmente” (Piaget. 1973, p. 68).

 

Segundo a teoria piagetiana, toda moral consiste em um sistema de regras ao qual o individuo adquire respeito, sendo, a essência de toda moral o respeito do individuo a essas regras.

Assim, para Piaget (1973) as regras morais são ensinadas às crianças pelos adultos e eles já as recebem elaboradas, prontas para serem seguidas, portanto, seria importante analisar se a criança respeita as regras apenas por hierarquia, respeito à autoridade de seus pais ou por internalizar a importância das mesmas.

Dessa forma, em meio de aprendizagem (escola) torna-se possível a compreensão das atitudes ou comportamentos do aluno ou da criança com relação aos seus colegas e com as regras estabelecidas pela instituição em sentido da sociabilidade do indivíduo nesse espaço compartilhado.

 

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