28/04/2025

Educação e o SAC

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Este texto é baseado na coluna Filosofia Explicadinha do Estado de Minas, ao qual Renato de Faria faz uma alusão a “Escola que diz amém: o fim da pedagogia e o começo da parentalogia”.

Renato de Faria demonstra ser um profissional bem sensato e toca justamente na ferida da educação, pontuando também que a “escola que ouve demais cala a si mesma. E quem cala a própria voz pedagógica em nome da satisfação do cliente não educa, apenas entretém”, e nós docentes não estamos nas salas de aula para entreter o aluno, estamos para ensinar e até mesmo ser a principal variável para que ocorra a transformação no próprio discente[1].

Cabe observar nas falas de Renato de Faria outra observação que deveria ser a causa propulsora de uma educação de qualidade, que é não ouvir tudo que os pais falam, já que quando isso ocorre, fica implícito que as escolas está perdida quanto ao seu projeto pedagógico, apenas um SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente, e com base nesta fala de SAC é que surge este texto.

Existe uma máxima na administração que diz que o cliente tem sempre razão, só que a educação não trabalha com clientes, trabalha com serviços e fazendo uma analogia a um país que se diz capitalista, trabalha com produto.

Neste caso o produto é o aluno e não cliente, porque ela pegará este produto de forma bruta, e o lapidará para que ele seja realmente valorizado como profissional e principalmente como ser humano, tendo com base os princípios éticos doravante subtraído do processo educacional.

É de suma importância ressaltar que os pais não devem interferir no processo educacional de seus filhos, mas devem atuar de forma efetiva na formação do caráter deles, já que as instituições escolares têm a obrigação de ensinar, visto que a verdadeira educação vem do berço.

O fato é que temos muitos pais alienados, inconsequentes, permissivos, irresponsáveis no ato de educar a própria prole, e se sentem no direito de impor as suas vontades como se eles fossem os verdadeiros clientes.

Quando se matricula alguém em uma escola, é função do responsável saber como a instituição age e qual o processo de transformação é esperado em seu filho?

Dito isso, o máximo que o responsável deveria fazer é acompanhar o processo de ensino-aprendizagem e exigir do seu filho a responsabilidade e compromisso com os estudos, o respeito com os docentes, pedagogos e demais funcionários, bem como acompanhar a frequência e em concomitância, o comportamento deste para que sobressaia os valores dos pais, já que é na educação dos filhos que são explicitados estes valores.

Dito isso, na educação não existe um SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente, existe na verdade, uma equipe de educadores que não medirão esforços para que seu filho tenha a melhor educação, mas para que isso ocorra, faz-se imperioso um elo forte entre família e escola, cada instituição com suas devidas responsabilidades, o que nos faz reforçar as falas de Pepe Mujica (ex-presidente do Uruguai), quando afirmava “não esperemos que os professores consertem as falhas na educação dos filhos”, já que a verdadeira educação vem do exemplo, das atitudes vivenciadas e exemplificadas pelos próprios pais.

 

[1] https://www.em.com.br/colunistas/filosofia-explicadinha/2025/04/7108000-escola-que-diz-amem-o-fim-da-pedagogia-e-o-comeco-da-parentalogia.html

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