24/08/2016

Educação, Ética e Trabalho

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            A educação deve nos guiar para uma vida reta, para as mudanças sociais sem que se perca a dignidade e os valores éticos, e para Giles no seu livro Filosofia da Educação, publicado em 1983 pela Editora EPU, é a educação que nos torna humano e o educar é um processo de construção.

            Para Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado em 2007 pela Editora Autêntica, o trabalho pode ser visto como toda ação humana que resulta do uso da capacidade física e intelectual para agir no mundo e podemos observar que essas ideias convergirão com as de Engels, que em seu livro A Dialética da Natureza publicado em 1990 pela Editora Global esclarece que, o trabalho teve um papel importante na transformação do macaco em homem, pois para ele o homem não existiria sem trabalho, que no caso, pode ser visto como execução de algo, pois Küng afirma em seu livro Projeto para uma Ética Mundial, publicado em 1990  pelo Instituto Piaget, que o que é bom para o homem é aquilo que lhe permite preservar, desenvolver e realizar a sua condição humana, e o trabalho é um meio de se fazer isso.

            O povo brasileiro reclama da ética ou falta dela seja na política, no trabalho e até mesmo nos relacionamentos pessoais. Muitos sequer sabem a definição e poucos se atém ao conceito, faz o bom uso da mesma, e isso nos leva a perceber que ética é prática e não preocupação.

            A ética está relacionada a princípios e ações, não pode ser afastada dela o significado e o significante. A ética tem que se basear em uma ação concreta e não em uma simples teoria, o que é reforçado por Gallo em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado em 2003 pela Editora Papirus, quando afirma que ética a parte da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e seus fundamentos. Ela é uma prática que deve ser vivenciada sempre e não apenas próximo de terceiros. Ela se baseia em três palavras: quero, posso e devo. O princípio ético trabalha com as três ao mesmo tempo, isso porque nem tudo que quero eu posso, nem tudo que posso eu devo e nem tudo que devo eu quero.

            Temos que acabar com o jeitinho brasileiro. Quando utilizamos educação, trabalho e ética, a palavra talento passa a ter significado diferente. Ela passa ser a junção das palavras esforço, dedicação, sacrifício, disciplina e foco. E da mesma forma, a palavra habilidade passa a ser uma conquista e não uma questão de sorte.

            Pergunte a um atleta olímpico se a medalha de outro foi mera sorte? Pergunte a um profissional bem sucedido se seu salário ou patrimônio se resumiu em uma simples questão de sorte?

            A vida tem encruzilhadas e devemos escolher qual caminho seguir, mas para sabermos qual seria o mais indicado, deveremos nos basear nas três palavras do princípio ético, que são quero, devo e posso. Os atalhos geralmente nos fazem perder nossos valores e nossa dignidade.

            Todo sucesso está atrelado a um custo que muitos não quiseram pagar, mas só os que se abdicaram de alguns prazeres conseguiram vencer por meio da educação de muito trabalho e ética.

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