18/01/2021

Educação Política

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br            

Não é intuito deste texto partir para o viés ideológico, já que toda ideologia tem nela um poder manipulador e alienante. Todavia, o foco deste, esta em relatar a importância de uma educação mais politizadora, fazendo dos educandos seres políticos, já que era afirmado por Aristóteles há mais de 300 a.C. que somos animais políticos.

Observe que política está no sentido de polis, que eram cidades estados da Grécia Antiga, assim sendo, o homem ser animal político ressalta a sua importância no conviver, ou seja, precisamos da coletividade, da vida comunitária e da própria polis, já que séculos depois John Donne, aproximadamente no século XVII afirmava que nenhum homem  é uma ilha.

Marx, citado por Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, ressalta que um homem educado é um homem livre, e o ato de ser livre prescinde da tutela ideológica, seja ela política ou religiosa.

Dito isso, pode-se perceber o quão é inaceitável pelos parlamentares a efetivação de uma educação politizadora, já que esta faria com que os educandos se tornassem ainda mais críticos em detrimento a alienação, alienação esta que para estes pseudo-representantes do povo é mais vantajosa devido a concretização de seus poderes nefastos e corruptores.

A política em nossa vida é essencial, desta forma Rios em seu livro Ética e Competência, publicado pela Cortez em 1983 afirma que "não há vida social que não seja política".

Dito isso pode-se perceber que a missão política da escola não é trabalhar discursos políticos e sim, na sua prática educativa, preparar o cidadão para a vida da polis, que implica na compreensão da totalidade social ao qual o educando se encontra inserido.

As falas acima são tão contundentes que Romanelli eu seu livro História da Educação, publicado pela Vozes em 2003 elucida que a organização da educação em determinada sociedade é, antes de tudo, um problema de ordem política.

Cabe perceber que falar de política não tem cunho partidário, já que Gallo em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em  2003 ressalta que política é a tomada de decisões cujos interesses devem refletir sempre na coletividade, por isso ética e política não devem ser desvencilhadas.

As falas acima são corroboradas por Rodrigues e Souza no livro Ética e Cidadania, publicado pela Moderna em 1994. Os autores afirmam que a política nasce de uma relação de poder estabelecido entre as pessoas.

Resumindo assim o conceito de política, Ribeiro em seu livro Política: quem manda, por que manda e como manda, publicado pela Nova Fronteira em  1998, esclarece que a política fica então vista como o estudo e a prática da canalização de interesses, com a finalidade de conseguir decisões, já que a humanidade necessita de uma estrutura social ainda que mínima.

Observe que não tem como desvincular a política de nossas vidas e porque não inseri-la na educação sem o cunho da ideologia partidária?

Pode-se perceber que se política fosse um tema trabalhado na educação pública, a realidade do povo brasileiro seria completamente diferente e este perceberia que política hoje é tão suja que tira proveito da infelicidade dos outros, já que se está embasada na necropolítica, que é entendida como um termo capitalista no qual faz uso de um poder social e político que dita como umas pessoas podem viver e como devem morrer, ou seja, uma política suja e nefasta, sem o mínimo sequer de ética, política com fundas bases em um genocídio de milhares de pessoas, pois as decisões voltadas para o saúde pública e bem estar do povo brasileiro, foram direcionadas para um jogo de poder focado em um narcisismo fascista.

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