02/09/2025

Educação: Uma Lição com as Abelhas

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Vendo as informações do dia, pude me deparar com mais um aprendizado relacionado as abelhas e perceber o quão arrogante é o ser humano, e como é sofrível a sua noção de coexistência.

A narrativa apresentada na história é sobre uma abelha capturada por uma aranha: “a aranha injetou veneno na abelha, que morreu ainda presa na teia. A abelha ferroa a aranha, que morreu ainda ligada ao ferrão da abelha. Apesar de parecer que ninguém ganhou nessa disputa, a colmeia da abelha foi vitoriosa, uma vez que ela libera um feromônio que serve para alertar as outras abelhas sobre o perigo, ou seja, não é um ataque suicida, abelhas vivem em comunidade e se importam mais em proteger a colônia do que a si mesmas, o que faz parte do instinto de sobrevivência encontrado nos animais”.

Observe a lição extraída da natureza que nem todos conseguem perceber em sua magnitude. Veem apenas uma abelha e uma aranha mortas, mas não conseguiram vislumbrar o viver em coletivo.

A educação é um processo que auxilia o educando a ter consciência de seus interesses e prepará-lo para lutar em defesa deles, e isso, o subtrairá do ser alienado e alienante que é, disponibilizando de certa forma, a sua conscientização, proporcionando a sua libertação de homem-objeto e fazendo surgir em concomitância, o ser protagônico cognoscente.

Para Santos[1] não tem como educar um cidadão sem a sua socialização, isto é, por nascermos egoístas, precisamos ser lapidados pela educação para nos ajustarmos socialmente e será neste ajuste que o coletivo terá forças.

Observe a lição desta abelha que ao morrer, deixou um feromônio alertando as demais abelhas quanto ao perigo nesta região. Isto implica em afirmar que mesmo exposta ao perigo, ela pensou no coletivo, o que para nós pode ser incompreensível, na abelha está em sua natureza.

Fazendo uma analogia com a nossa atualidade, podemos perceber que para “salvar a pele de um indivíduo corrupto”, certa parte da população brasileira prefere sacrificar todo o seu povo, optar por perder a soberania de seu país e a própria dignidade para vê-lo livre comprovando que a justiça no Brasil é seletiva e não isonômica.

O fato é que este tipo de comportamento não tem ligação com educação, tem um elo muito forte com o desvio de caráter e de identidade, e como dito em minhas obras, educação não trabalha o caráter.

Harari (2016)[2] é enfático quando afirma que “os humanos são propensos a se engajar em atividades autodestrutivas” principalmente quando prevalece o interesse de uma minoria.

Assim sendo, que possamos oferecer a nossos educandos uma educação libertadora, que tenha não apenas a percepção dos contrates impostos em nossa sociedade, contrates estes socais, de direitos, oportunidades e privilégios, mas que possamos desenvolver neles além da percepção o senso de justiça, a ação voltada para a transformação.

 

[1] SOUZA, João Valdir Alves de,.  Introdução a Sociologia da Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007

[2] HARARI, Yuval Noah. Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

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