07/02/2018

Efeito Colateral

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

    A educação é a pedra angular para a evolução de uma sociedade, pois ela tem o seu reflexo direto na segurança, saúde, emprego, moradia, dignidade e etc.
    É nela que está toda esperança de um povo e até mesmo gerações. Entretanto, cientes disto, políticos direcionam suas nefastas forças para que a mesma seja estéril, e um terreno estéril é um terreno sem vida.
    Harari em seu livro Homo Deus: Uma breve história do amanhã, publicado pela Companhia das Letras em 2016, esclarece que não mudar comportamento é inútil, e assim sendo, pode-se perceber que todo aprendizado deve implicar em uma certa mudança.
    Ao analisarmos nossa situação política, estamos enfrentando um verdadeiro paradoxo que é a “falta de dinheiro” para setores básicos da sociedade como educação, segurança, moradia, transporte e saúde, e esbanjando dinheiro (e muito) na compra de votos para aprovar ementas que visam apenas a miséria de seu próprio povo, a ver o dinheiro jorrando dos cofres públicos, como as cataratas do Iguaçu, direto para o bolso de nossos políticos cleptocratas.  
    Fala-se em contenção de despesas por um lado, mas do outro, gastos exacerbados com jantares, favores políticos como cargos sem a devida função de salários altos e sem levar em conta a meritocracia.
    Estamos realmente em época de vacas magras? Obviamente que não, pois o Brasil está entre os 10 países que mais cobram impostos no mundo e ele lidera lista dos países com pior retorno à população do dinheiro arrecadado com impostos, o que é reforçado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) quando ressalta que nosso país é o que oferece o pior retorno em benefício à população.
    Estamos sendo roubados o tempo todo, e infelizmente, é um roubo banalizado na política, pois, nos dias atuais, é tão comum vermos manchetes como desvio de verba da merenda, da saúde, etc e tais acusações não acarretarem em nada para estes corruptos, porque são julgados justamente por seus pares.
    É fácil sabermos onde está o dinheiro do povo. Veja qual o patrimônio daquele político antes de se ingressar na vida pública e compare com sua situação atual. Temos casos de políticos com enriquecimento sem causa.
    Ao vermos nosso cenário político imperando a corrupção nas três esferas (Executiva, Judiciária e Legislativa) percebemos que precisamos mesmo é agarrarmos na educação de qualidade para que consigamos mudar a nossa realidade.
    Infelizmente, as pessoas que podem mudar, se deixam levar pelas circunstâncias, status, poder e até mesmo dinheiro, perdendo assim seu discurso fundamentado na falácia e paparicos de interesseiros.
    Como oferecer uma educação de qualidade com a atual situação?
    Temos a força para mudar de vez a situação, entretanto, somos engessados com leis que impõe um número maior de alunos em sala de aula, o que dificulta manter uma qualidade na educação com uma turma numerosa, com alunos indisciplinados e escola sem infra-estrutura.
    A evasão é um problema que “preocupa” o governo, entretanto este mesmo governo cria leis colocando um número excessivo de alunos em salas de aula e isso tem como consequência a dispersão, exigindo assim, um manejo do profissional para que consiga oferecer o mínimo o mínimo aceitável a seus alunos, embora o mesmo saiba que este mínimo não será o suficiente para desenvolver o intelecto e o poder de discernimento de nossos educandos.
Estas atitudes nos farão perceber que o problema de evasão se tornará cada mais comum porque as salas cheias e dispersas, levam alunos a perderem mais o interesse e não terem perspectivas, ou seja, não conseguem vislumbrar melhoras para o seu futuro, assim sendo, saem das escolas para ou procurar um emprego digno ou infelizmente, para o aliciamento de drogas e prostituições, pois o efeito colateral da economia na educação é a ignorância de seu povo.
    E isso nos faz reforçar as falas de Allan Kardec quando aduz que “cada um terá que dar conta da inutilidade voluntária da sua existência”.

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