ENEM: O ERRO DO MEC
O vazamento de questões do pré-teste do ENEM, aplicados em amostragem de colégios brasileiros em 2010, pode ter acontecido em outras escolas sem a ampla divulgação pelas redes sociais, como no caso acontecido no Ceará. Os cadernos utilizados nos pré-teste pelo INEP são recolhidos após as provas, avaliados e incinerados. Mas nada garante que não haja vazamento de seus conteúdos.
O MEC decidiu, arbitrariamente, punir apenas os alunos do Colégio Christus, quando o correto seria anular as questões idênticas às do pré-teste, já que se trata de uma prova nacional.
É lógico que não houve vazamento da prova real, no caso do Ceará. E não se conhece que tenha acontecido no restante do País. As apostilas dos simulados com as questões idênticas, posteriormente usadas na prova real, foram distribuídas pelo Christus dias antes da realização do ENEM.
O que precisa ser apurado é como essas questões foram vazadas. O Colégio Christus, um dos estabelecimentos de maior credibilidade educacional, terceiro colocado no ENEM do ano passado, deve ser o maior interessado em apurar o que aconteceu, principalmente porque o material divulgado nos simulados estava sem a logo do tradicional estabelecimento. Até prova em contrário a direção do Colégio Christus deve merecer um crédito de confiança, principalmente pela honradez de seu fundador o professor Roberto de Carvalho Rocha.
Mas não deixa de ser preocupante a atitude do MEC em punir apenas os alunos do Colégio. A prova do ENEM é nacional. Tendo havido vazamento de itens do pré-teste usados na prova real, todas as questões idênticas teriam forçosamente que ser anuladas, sob pena de suspeição generalizada.
O preocupante é que, apesar de usar uma metodologia estatisticamente reconhecida como a ideal, a TRI – Teoria da Resposta ao Item, o INEP tenha usado questões de pré-testes na composição da prova real. Agindo desta maneira tornou o ENEM vulnerável a vazamentos, como o que aconteceu. O correto, para dar maior segurança e garantia de sigilo absoluto, é que as questões do pré-testes não fossem, de nenhuma maneira, utilizadas na prova real.
.