02/02/2018

Esperanto na Educação Pública

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

Imagine vivermos em um mundo no qual a língua não seja mais um obstáculo para se comunicar. Um mundo onde todos se comuniquem através de uma língua universal e totalmente artificial, isto é, não é nativa de um país, como a língua inglesa, espanhola, alemã, etc...

Uma língua universal que teria a função de quebrar barreiras e globalizar ainda mais a humanidade, pois é, foi justamente isso que Lázaro Luiz Zamenhof imaginou e colocou em prática suas ideias.

Zamenhof foi um oftalmologista e também filólogo que é estudioso ou conhecedor de filologia que estuda línguas e famílias de línguas com base em documentos e com apenas seis anos de idade, ele já pensava nisso, o que o fez estudar fervorosamente as línguas latinas e grega.

Devido a alguns contratempos, foi somente aos 28 anos que ele conseguiu publicar o seu primeiro livro em Esperanto e isso foi em 26 de julho de 1987 e este livro se chamava `Lingvo Internacia`.

Seu trabalho teve tanto sucesso que em 1905 acontecia na França o primeiro Congresso Mundial de Esperanto, reunindo assim, centenas de pessoas de vários países comunicando-se apenas nessa língua.

Hoje ela é a língua artificial mais falada no mundo, sendo usada por mais de 120 países, e a mesma é empregada em viagens, correspondências, intercâmbio cultural, convenções, literatura e ensino de outras línguas

O interessante está em perceber que a gramática do esperanto revela de forma concomitante que enquanto se aprende,se exerce também uma ginástica cerebral que auxilia no raciocínio abstrato e habilidades meta-linguística, assim sendo, estudos revelam que aprender Esperanto primeiro que qualquer outro idioma, melhora consequentemente a lógica, a compreensão dos conceitos, a velocidade de aprender outras línguas e outros assuntos, o que já justifica a ginástica cerebral.

Enquanto muitos estudam línguas como inglês e espanhol nas escolas públicas e/ou privadas e saem sem domínio do idioma, para maioria dos alunos, 150 horas são suficientes para se ter fluência no Esperanto, entretanto, para alguns, bastam 20 horas

A Associação Universal de Esperanto (UEA) chama a atenção de necessidade da igualdade entre as línguas, assim sendo, é enumerado algumas finalidades como uma atuação para solução de problema lingüístico nas relações internacionais e facilitar a comunicação internacional bem como fazer crescer entre seus membros um sólido sentimento de solidariedade e desenvolver neles a compreensão e estima por outros povos.

Assim sendo, Ortiz ressalta em seu livro Mundialização e Cultura, publicada pela Brasiliense em 2003 que a língua cohabita e se alimenta de uma cultura mundializada e Hall em seu livro A Identidade Cultural na Pós Modernidade, publicado em 2004 pela DP&A, esclarece que com a língua não só expressamos nossos pensamentos mais interiores e originais, como também ativamos a imensa gama de significados que já estão embutidos em nossos sistemas culturais.

Assim sendo, podemos perceber com isso que o Esperanto além de auxiliar o educando a aprender uma nova língua, dará suporte para aquisição de novos sistemas culturais, desenvolvendo consequentemente um intercambio cultural, fazendo com que o mesmo saia do seu entorno, aumentando assim sua rede de relacionamento, melhorando consequentemente suas perspectivas.

Dessa forma, imaginemos então, nós educadores, com esta singular oportunidade, fazer nossos alunos aumentarem sua visão de mundo e também de comunicação através do Esperanto, a qual a comunicação não será mais a barreira cultural.

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