15/01/2018

Facções Políticas

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Este ano está terminando e isso pede para que façamos uma análise de tudo que passamos tanto em termos de política quanto em termos de educação, pois não tem como desvincular política de educação, o que segundo Ribeiro em seu livro Política: quem manda, por que manda e como manda, publicado pela Nova Fronteira em 1998 ressalta que a educação tanto doméstica quanto pública é uma formação política.

            Assim sendo, precisamos entender melhor o conceito de política e a sua importância na educação, visto que Rios em seu livro Ética e Competência, deixa claro que não há vida social que não seja política, desta forma, pode-se perceber que querendo ou não, estamos todos inseridos neste meio político, com isso, pode-se ressaltar de acordo com a autora que a escola deve preparar o cidadão para a vida da polís, para a vida política o que remete a uma compreensão da totalidade social onde ele se encontra inserido.

            O problema é fazer com que nossos educandos tenham esta concepção de política a ponto de perceber a tênue linha de uma democracia e um governante autoritário, como temos visto no decorrer geopolítico que intensifica algumas divergências entre Brasil e nossa vizinha Venezuela governada por Nicolás Maduro.

            Para entendermos a crise diplomática entre Brasil e Venezuela, basta entendermos que o nosso bondoso governo Temer, sugeriu que o Brasil fizesse uma auditoria no processo eleitoral e teve como inteligente resposta o seguinte: "Sai o presidente não eleito do Brasil a dizer que vai liderar uma auditoria internacional contra o processo eleitoral [na Venezuela]. Tem moral o presidente golpista do Brasil para vir auditar o processo eleitoral da Venezuela? Daqui da Venezuela, dizemos: Fora, Temer!", declarou Maduro durante posse do governador do estado de Miranda, Héctor Rodríguez.

            E continua, "Não aceitamos o intervencionismo em assuntos que são únicos da democracia da Venezuela, governamos para o povo", ou seja, nosso governo usurpador que mostrar como deve ser uma democracia? Mas o que é uma democracia para este nosso governo? Ele foi escolhido pelo povo ou foi colocado na presidência por meio de um golpe político ?

            Podemos observar alguns pontos da crise na Venezuela e que no Brasil não é diferente, como inflação, antes deste nosso governo com o maior índice de rejeição da história 97%, o tomate impactava na inflação, e hoje, o aumento exorbitante da luz, gás e combustível não impacta a inflação. Obviamente nos falta o tino de economista para entendermos esta dinâmica, desta forma, não emitirei nenhum parecer, já que não é minha área, ao contrário de economistas que adoram usar de verborréias para opinarem sobre educação.

            Outro ponto que temos em comum é aumento de desemprego. Na Venezuela 1 a cada 5 estão desempregados, no Brasil de acordo com IBGE temos 12,961 milhões de desempregados e de acordo com Jamil Chade correspondente do Estado de São Paulo, em 2018 teremos 13,8 milhões de desempregados. Para entendermos este problema social, basta percebermos que para cada 3 desempregados no mundo em 2017, 1 é brasileiro. 

            Violência crescente é outro ponto em comum que o Brasil tem com a Venezuela. De acordo com Soares e Sapori  no livro Por que cresce a violência no Brasil? Publicado pela Autêntica Editora no ano de 2014, "O Brasil está entre os países mais violentos do mundo. A ocorrência cotidiana de homicídios e assaltos atinge patamares inadmissíveis" e infelizmente, mesmo sabendo disso, nosso governo de acordo com a Revista Forum "ignora índices de violência e reduz em 10,3% gastos com políticas de segurança pública".

            Outro ponto interessante está na tentativa da Venezuela em abafar a crise, e isso nosso governo sabe como ninguém fazer, a ponto de gastar dinheiro público comprando seus comparsas na corrupção.

            Estes são pontos que o Brasil tem em comum com a Venezuela, só que em números bem superiores, e temos como agravante um poder judiciário totalmente falho e corruptível, com um ministro do STF sendo totalmente condizente com os presos corruptos.

            Dito isso, pode-se perceber que a política é importante sim na educação, por isso Souza afirma em seu livro Introdução a Sociologia da Educação publicado pela Autêntica em 2007 que "um governante é autoritário quando governa de acordo com os princípios estabelecidos por ele próprio ou apenas do grupo social que lhe dá sustentação política", e esta citação nos faz perceber que realmente o governo venezuelano está certo em dizer que nosso governo usurpador não tem moral para chamar a atenção de seu governo, pois de acordo com a citação acima, estamos longe de um governo democrático.

            Temos que perceber que política é essencial para nossa vida, e infelizmente, estamos sendo representado por uma escória que representa o cancro da sociedade.

            Estes políticos não querem seus alunos politizados para que estes não percebam a semelhança entre os partidos e as facções criminosas, que convergem para o crime organizado.

            Pensemos de forma racional. Temos realmente facções criminosas intituladas de partidos e que realmente funcionam como crimes organizados, onde a justiça condena e o STF absolve, onde os políticos mais corruptos fazem parte do comitê de ética e que literalmente tudo acaba em pizza.

            Para finalizar, vale a pena ressaltar que o Brasil só crescerá quando investirem na educação pública de forma a formar cidadão crítico e não alienados e domesticados subalternos.

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