01/03/2018

Família, Educação e Honestidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

É difícil os professores trabalharem valores nas escolas, uma vez que os mesmos ficam apenas em teorias bem escritas e em um sonho de uma sociedade perfeita.

Os esforços dos educadores são hercúleos devido as banalizações enraizadas cada vez mais, prevalecendo a lei de Gerson, aquela em que a pessoa é esperta quanto tira vantagens em tudo.

No próprio ambiente escolar, muitos profissionais não têm em si o que tentam ensinar, como respeito aos colegas, ética, dentre outras características que fariam nossos alunos melhores para a sociedade e para si mesmos.

Na verdade ensinar valores é difícil, principalmente para uma sociedade na qual a inversões de valores tomaram conta.

Pegue como exemplo os nossos parlamentares e os últimos presidentes. Todos eles foram e/ou são corruptos, apesar de alguns terem feito de tudo para camuflar as negociatas e o conluio entre os corruptos.

De acordo com pesquisas divulgadas pelo Índice de Percepção da Corrupção (IPC), o Brasil encontra-se na posição 79, caindo 17 posições em relação a última pesquisa divulgada.

Cabe ressaltar que foram pesquisados 176 países. Atingimos uma posição que não nos dá orgulho algum e apenas reflete as inversões de valores, o que é corroborado por Barbosa, em sua reportagem intitulada: Os países mais corruptos (e os menos desonestos) em 2016, publicado em 21 de fev. de 2018 pela Exame1.

De acordo com a reportagem a corrupção reflete os “baixos índices de desenvolvimento humano, mão de obra escrava e infantil, tráfico de pessoas e animais silvestres, destruição ambiental, aumento da ineficiência do sistema político e econômico”, assim sendo, isso explica muito bem a situação em que estamos passando.

É de suma importância perceber que o cerne para se ensinar valores como honestidade é a família. Será em seu seio que a criança aprenderá os valores necessários para se tornar um homem de bem. Será nesta mesma instituição (seja ela tradicional, composta, homo afetiva, etc) que a criança aprenderá através dos verdadeiros exemplos.

Honestidade é uma obrigação de todos, embora hoje pareça ser algo démodé e que o moderno é passar a perna nos outros e se dar bem a custa da infelicidade alheia.

O problema é que falta na família a própria estrutura da família, aquela mesma em que os pais tinham autoridade sobre o filho. Na família em que para muitos, bastaria um olhar tanto do pai quanto da mãe para que entendêssemos se o que estávamos fazendo era certo ou errado.

Falta na família o respeito dos filhos pelos pais. Não cabe aqui delongar nas justificativas, pois muitas delas encontram-se em meu livro Escola não é Depósito de Crianças: A importância da família na educação dos filhos, publicado pela WAK em 2012, e em outra obra que está no prelo pela mesma editora com tema Gestão Afetiva: como gerir uma escola sem perder a emoção?.

Será na família o exemplo vivo de caráter e honestidade, mas para que isso se efetive, os pais não deverão se eximir de suas responsabilidades em relação a seus filhos e não poderão se achar no direito de cobrar da escola algo que eles sequer foram capazes de oferecer ou carregam consigo.

 

1 Para mais informações vide https://exame.abril.com.br/mundo/os-20-paises-mais-corruptos-do-mundo-e-os-menos-desonestos/

 

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