14/10/2015

Futebol e Educação: Insatisfações a Parte

            Durante muito tempo, a Seleção Brasileira manteve uma hegemonia no futebol. Hoje ela ocupa o amargo 11º lugar no ranking da FIFA (http://migre.me/9KQLx) e isso corresponde a pior posição da história, o que é para muitos, motivo de reclamações e manifestações nas redes televisivas e/ou redes sociais.

            Para um país que tem mantido o ideal romano de (panem et circenses) ou seja, pão e circo, isso passa a ser um absurdo. O país do futebol não é mais o país do futebol. É o país da corrupção que existe desde sua descoberta (vide http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/corrupcao-mea-maxima-culpa), e ele passa a ser também, o país da indiferença e dos péssimos políticos que representam o câncer de uma sociedade doentia. A sua hegemonia encontra-se apenas na política imunda, porém maquiada para um povo senil em sua ignorância.

            A política do pão e circo foi usada por Roma porque uma pequena parcela da população detinha o poder aquisitivo, e a sua maioria vivia na extrema miséria, e consequentemente estava na iminência de uma revolução.

            Com o intuito em conter tais problemas, o governo criou esta política. O pão relacionava-se à distribuição do trigo, visto que a população vivia em um estado deplorável e isso, amenizava sua fome, enquanto a pequena burguesia, se empanturrava em riquíssimos banquetes. Quanto ao circo, era o momento de diversão para que a massa manipulada esquecesse tais problemas.

            Ao analisarmos este fato, percebemos que a história se repete. Nosso Brasil representa hoje a Roma Antiga, ou seja, os políticos corruptos se ostentam com o dinheiro público e o povo, fica a mercê de favores do governo, esperando aparecer o circo para esquecer CPI's, processos, manifestações, etc, e outros políticos se preocupam em encontrar novos escândalos para que os anteriores que eles estavam envolvidos, acabem sendo esquecidos, e assim, o tempo vai passando e a massa vai se conformando com a sua deplorável situação.

            Muitos brasileiros encontravam na Seleção Brasileira o “circo” dos dias atuais, pois o povo sonhava com o hexa desde 2006, mas hoje, ele sonha simplesmente com a sua classificação para a próxima Copa do Mundo que ocorrerá em 2018, isso é, se a seleção for mesma classificada, pois não temos mais nenhum baixinho para nos salvar.

            O intuito aqui não é falarmos sobre Seleção Brasileira, apenas fazer uma analogia com a educação. Diante deste esporte popular, existem mais de 200 milhões de brasileiros insatisfeitos com o atual futebol, e olha que isso é porque passamos a ocupar o 11º no ranking. Perguntem-se o seguinte: destes brasileiros insatisfeitos, qual é a fração que está insatisfeita com o ranking da Educação Brasileira? Em uma lista de 36 países, ocupamos a 35º posição neste ranking de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – para mais informações vide http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/em-ranking-da-educacao-com-36-paises-brasil-fica-em-penultimo/). Em um outro ranking, o Brasil ocupa a 60º posição em uma lista de 76 países (vide http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/05/brasil-ocupa-60-posicao-em-ranking-de-educacao-em-lista-com-76-paises.html).

            É necessário perceber que para este povo inerte, não mudará nada em sua vida se o Brasil voltar a ser o 1º no ranking do futebol, mas em contrapartida, quanto mais próximo ele chegar ao primeiro no ranking da educação, mais mudanças ocorrerão, e tais mudanças serão relevantes para recuperar sua dignidade a tanto tempo roubada.

            Faz-se mister percebermos que a educação independente do momento político em que atravessamos, tem a verdadeira função de criar educandos críticos e protagônicos, e não a função de aumentar ainda mais a massa de manobra, para atender a tão exigida minoria esmagadora que faz o que bem entende com a nossa nação maculada por suas ideias e ações corruptíveis e nefandas.

            Assim caminha a humanidade.... com o homem sendo lobo do próprio homem e esta educação, fazendo aumentar o numero de “ovelhinhas medrosas e submissas”.

            Infelizmente, o trágico primeiro lugar que o Brasil ocupa no ranking da educação está ligada a violência contra o professor, situação essa que, com toda certeza, mudaria caso a educação pública oferecida tivesse um mínimo de qualidade e realmente fosse levada a sério, então esta tão esperada educação se transforma em uma quimera de nossa atualidade.

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