08/09/2016

Gestão Escolar na Educação Pública

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            Tendo a educação como um dos fatores primordiais para o crescimento de uma nação, a sua gestão passa então a ser determinante para a sua eficácia, o que é corroborado por Giles em seu livro intitulado Filosofia da Educação, publicado pela Editora EPU em 1983, quando esclarece que o processo educativo, visa a totalidade do homem, no seu desenvolvimento e nos resultados, ocorrendo de forma ampla, focando o humanismo, a intelectualidade, afetividade e consciência política, direcionando-o a um ideal.

            Aranha, complementa em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Editora Moderna em 1996 aduzindo que a educação implica em um processo de desenvolvimento integral do homem com foco não só em suas habilidades, mas também no caráter e personalidade social.

            Estas falas são corroboradas por Lakatos e Marconi no livro Sociologia Geral publicado pela Editora Atlas em 1999. Para os autores, a educação é um processo intencional que necessita uma análise sob o prisma da multiplicidade e diversidade das forças e instituições que concorrem com o desenvolvimento da sociedade.

            Diante destas falas, percebe-se a importância da gestão escolar, pois ela tenderá a reforçar valores, reflexão, desenvolvimento, cidadania e aprendizagem, ou seja, refletirá o profissionalismo do gestor, visto que ele irá gerir a dinâmica cultural da escola, convergindo com as diretrizes e políticas educacionais públicas, promovendo os avanços sócio educacionais.

            Todas escolas passam por problemas e caberá a gestão escolar uma visão holística para uma ação estratégica na solução dos problemas que ocorrem, mas sempre buscando apoio e interação das partes envolvidas, fazendo valer de sua verdadeira função social.

            Para que a boa gestão transcorra, as escolas necessitam de autonomia de forma que os gestores trabalhem com as especificidades de cada escola e sua clientela ímpar. Entretanto, para que a autonomia ocorra, os gestores precisam exercer uma boa liderança sobre a comunidade escolar, e precisa também ter habilidades e competências para lidar com possíveis problemas.

            O gestor deve ter um Know How para fazer uso do dinamismo, criatividade e capacidade de interpretação das necessidades que surgirão, além de uma empatia para entender melhor sua equipe e gerir os conflitos que surgirão.

            O bom gestor necessita exercer sua própria voz e não ser apenas mais uma marionete do sistema manipulador, pois a sua gestão refletirá na educação e no conhecimento de seus educandos, além de trazer para sí toda a comunidade escolar, fazendo-se valer da cumplicidade e envolvimento do seu corpo docente.

            Um bom gestor escolar é aquele que tem competência técnica, liderança e o compromisso político-pedagógico além de habilidades administrativas, relacionamento interpessoal e pedagógico, além da gestão do conhecimento como suas principais técnicas e métodos, por isso, o mesmo necessita gozar de certa autonomia, para que a instituição possa se valer de seu profissionalismo.

            Apesar do Plano Nacional de Educação (Lei 10.172 de 09/01/01) estabelecer entre suas diretrizes "uma gestão democrática e participativa, especialmente no nível das escolas", muitas escolas públicas ainda estão aquém disso, sujeitando-se a indicações políticas e a favores. Dessa forma, o índice de erro na escolha de um bom gestor é gritante com resultados irrisórios para o bom funcionamento da instituição e consequentemente um bom reflexo no processo educacional, fazendo-se valer a máxima da administração que é "se der autonomia a idiota, terá decisões idiotas", justificando-se dessa maneira a centralização nas secretarias e os resultados pífios da educação.

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